ÁREA: Ambiental

TÍTULO: LEVANTAMENTO DO TEOR DE NITRITO DO RIO POTI NO PERÍMETRO URBANO DE TERESINA – PI

AUTORES: SOUSA, L.S. (UESPI) ; TORRES, J.R.O. (UFPI, UESPI)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo a determinação de nitrito, uma forma intermediária de nitrogênio, que pode derivar da oxidação de amônia pelos nitrosomonas, como pela redução de nitrato sob condições anaeróbicas. Os pontos de coleta mostram à influência dos diferentes dejetos e as variações nos períodos chuvosos e de estiagem, o teor do contaminante e suas conseqüências. Escolhidos 11 pontos, localizados por GPS, nas águas do Rio Poti na zona urbana de Teresina. Os teores de nitrito são determinados por método espectroftotométrico da sulfanilamida-NED, previamente estabelecidas. Os resultados variaram de 1,8 a 64 ppb de nitrito, valores esses que no momento não retratam situação crítica quanto ao parâmetro determinado, diagnosticando urgência no tratamento dos efluentes.

PALAVRAS CHAVES: nitrito, sulfanilamida, poti

INTRODUÇÃO: O aumento da densidade demográfica de Teresina, especificamente às margens do rio Parnaíba e Poti, que banham a cidade, há muito preocupa os ambientalistas e população como um todo, dada às agressões sofridas por esses corpos d’água ao longo de seu curso. Na cidade de Teresina, em particular, é preocupante o pequeno porcentual, talvez em torno de 14%, dos esgotos tratados, sendo a sua maior parte lançada diretamente nos rios.
Facilmente se observa a cada ano problemas de assoreamento e aparecimento de vegetação, quadro que se modifica dependendo do períodos chuvoso e não chuvoso da região.
Estas questões têm suscitado freqüentes conflitos entre os órgãos ligados ao meio ambiente.
Este trabalho, que procurou localizar de forma mais precisa os principais pontos de lançamento de dejetos, sem dúvida ornecerá subsídios que auxiliem na tomada de decisões e a reversão do quadro atual.

MATERIAL E MÉTODOS: Materiais e método:
As amostra coletadas e acondicionadas sob refrigeração foram levadas ao laboratório e analisadas.
Materiais:
Frascos de coleta de polietileno de 250 mL
Balões volumétricos de 50 mL
Balão volumétrico de 1000 mL
Balão volumétrico de 250 mL
Bureta de 50 mL
Proveta de 10 mL
Equipamento:
Espectrofotômetro UV-VIS, Coleman 395-D, equipado com cubeta de 1,0 cm
Método da sulfanilamida - NED
Reagentes:
Solução padrão de nitrito a 1,0 mg/L
Reagente Sulfanilamida - NED
Procedimento:
Construção da curva de calibração
Alíquotas de 0, 2, 4, 6, 7 e 8,0 mL da solução padrão de nitrito a 1,0 mg/L, foram transferidas pra balões volumétricos de 50 mL adicionado-se a seguir 10 mL do reagente Sulfanilamida - NED e completou-se o volume com água destilada. Efetuou-se a leitura no comprimento de onda de 542 nm. A curva de calibração está representada na figura 1.
Alíquotas de 40 mL das amostras coletadas foram similarmente transferidas para balões volumétricos de 50 mL adicionado-se a seguir 10 mL do reagente Sulfanilamida - NED e completou-se o volume com água destilada procedendo-se as leituras. Com base na curva de calibração obtida foram calculados os teores de nitrito, cujos resultados estão representados na figura 2. Por se tratarem de valores baixo, os mesmos foram representados em partes por bilhão (ppb).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A primeira coleta foi realizada no dia 22 de setembro de 2006, tendo como objetivo determinar os pontos de coletas e verificar se estes eram válidos para as análises.
Observou-se que no primeiro ponto, (localizado antes da zona urbana de Teresina) havia apenas traços de nitrito, sendo desprezíveis pelo gráfico de calibração.
Já a partir do segundo ponto foi constatada presença mais acentuada de nitrito, isto devido haver, no percurso do rio, efluentes de águas residuais sem o devido tratamento.
Analisando-se os resultados dos pontos de coleta observou-se que no ponto 5 apresentava uma disparidade entre as coletas. Isso é devido existir em suas proximidades uma fazenda de criação de bovinos e eqüinos e devido possuir um efluente próximo de águas residuais sem tratamento. Assim, pode influencia a determinação de nitrito, já que dependendo da quantidade de chuva, a concentração de nitrito na água é alterada. Outro fator de possível interferência sobre as análises é que podem ter ocorrido procedimentos na fazenda que levaram dejetos orgânicos para as águas do rio.
Com relação ao ponto 9, observou-se uma diferença apreciável entre este e o ponto anterior, isso provavelmente devido a essa região ser pouco habitada havendo, portanto, um pequeno efeito de diluição.
Analisando-se o ponto 11 observou-se, em relação ao ponto antecedente, uma queda brusca na concentração de nitrito. Isso pode ser atribuído à diluição ocorrida pela influência das águas do rio Parnaíba, que possui um volume de água maior que o rio Poti. Outro fator a considerar é a época chuvosa, pois dependendo da época do ano as quantidades de chuvas podem influenciar uma maior quantidade de fluxo de água de um rio e não a do outro, interferindo mais ou menos na diluição do nitrito na água do Poti.





CONCLUSÕES: Observando - se os dados analisados, pode-se concluir que o teor de nitrito dissolvido nas águas do rio Poti não ultrapassa os parâmetros ambientais estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Entretanto, está havendo um gradual aumento anual dos níveis de nitrito nas águas do rio Poti e, com isso, há necessidade de providências urgentes no sentido do tratamento dos efluentes, para evitar que se atinjam os limites padrões admissíveis para essa classe de água.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Deus aos nossos pais e ao apoio que nos foi dado pelo departamento de química da UFPI em nos ceder o laboratório para execução dos trabalhos.

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PESSOA, Jose Mediros Noronha. Demanda X Disponibilidade Hídrica cd de aulas de especialização em Recursos Hídricos.

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