ÁREA: Ambiental

TÍTULO: EFEITO HERBICIDA DE COMPOSTOS ORGANOESTÂNICOS SOBRE SEMENTES DE ALFACE (Lactuca sativa L.)

AUTORES: FÉRES, A. P. (FAMINAS) ; BARBIÉRI, ROBERTO S. (UNINCOR/FAMI) ; GOUVÊIA, M. I. (FAMINAS/UNIN) ; AMORIM, WANDER L. A. (FAMINAS) ; BARBIERI, CAIO P. (FAMINAS)

RESUMO: Compostos organoestânicos vêm sendo utilizados como agentes microbicidas e fungicidas em diversas áreas de aplicação, notadamente nos campos agronômico e hospitalar. Nos últimos anos, temos investigado sistematicamente derivados mono-, di- e triorganoestânicos de ácidos alfa-hidroxicarboxílicos, para verificar o efeito da variação dos números de coordenação e, consequentemente, das estruturas destes compostos sobre diversos microorganismos patogênicos, inclusive aos humanos. Neste trabalho, de caráter exploratório, investigamos a possibilidade dos compostos organoestânicos atuarem também como herbicidas. Assim, aplicamos dicloreto de dimetilestanho, cloreto de tributilestanho e óxido de difenilestanho sobre sementes de alface, visando estudar eventuais efeitos na germinação das mesmas.

PALAVRAS CHAVES: compostos organoestânicos, efeito herbicida, química bioinorgânica.

INTRODUÇÃO: A partir de 1960, compostos fungicidas contendo estanho foram desenvolvidos e comercializados pelas maiores indústrias químicas multinacionais. Como exemplos, a Hoechst (atual Aventis S.A.) produziu e preparou Brestan, baseado no acetato de trifenilestanho; a Philips Dufan introduziu no mercado o Duter, baseado no hidróxido de trifenilestanho; a Dow Chemical, por sua vez, lançou o acaricida Plictran, baseado no hidróxido de tricicloexilestanho - Cyhexatin. O grupo Royal Dutch/Shell produziu o Vendex, baseado no óxido de fenbutatina e a Bayer AG, o Peropal, baseado no tricicloexilestanho-1,2,4-triazol - Azocyclotin, que são ainda utilizadas hoje em dia. Mesmo sendo utilizados nas lavouras como fungicidas, não nos foi possível encontrar resultados de pesquisas de efeitos herbicidas de compostos organoestânicos e, em especial, o efeito desses compostos na germinação de sementes. Tendo em vista que a suscetibilidade da alface às doenças é um fator de limitação na produção dessa hortaliça, sendo conhecidos aproximadamente 75 diferentes tipos de doenças, estudou-se, nesse trabalho, o efeito de cloreto de dimetilestanho, cloreto de trimetilestanho, cloreto de tributilestanho e óxido de difenilestanho, nas concentrações de 10, 100 e 1000 mg L-1, sobre sementes de alface (Lactuca sativa).

MATERIAL E MÉTODOS: As sementes utilizadas de alface (Lactuca sativa L.) foram adquiridas no comércio local de Muriaé-MG. Discos de papel de filtro colocados em placas de Petri de 9 cm de diâmetro autoclavadas, foram embebidos com 2 mL de soluções aquosas dos compostos organoestânicos, cloreto de trimetilestanho - Me3SnCl -, dicloreto de dimetilestanho - Me2SnCl2 -, cloreto de tributilestanho - Bu3SnCl - e óxido de difenilestanho - Ph2SnO -, nas concentrações de 10, 100 e 1.000 mg L-1 e semeadas com dez sementes de alface e de milho, mantidas sobre o balcão do laboratório à temperatura ambiente (aproximadamente 25°C), por 10 dias. Foi adicionada água destilada às placas de Petri, quando necessário, para manter a umidade para germinação e crescimento das plântulas. A germinação foi avaliada em intervalos de dois dias. Foram observados os comportamentos das folhas e raízes da verdura pela aferição do comprimento das mesmas, utilizando o paquímetro como instrumento de medida.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O meio de polietilenoglicol, que apresentou ser o melhor solvente entre aqueles que foram testados. De certa forma, este é um resultado favorável ao tipo de pesquisa que está sendo desenvolvida, tendo em vista que o polietilenoglicol já é utilizado em farmácias magistrais para o preparo de soluções orais. A contagem total dos macrófagos peritoneais viáveis de ratos Wistar fêmeas na câmara de Neubauer, em 100,0 L, foram: 1) para EtGeCl3: controle - 374 (100%); 10,0 mg L-1 - 252 (67%); 5,0 mg L-1 - 257 (69%); 1,0 mg L-1 - 259 (69%); e 0,5 mg L-1 - 262 (70%); 2) para Ph3GeCl: Controle - 374 (100%); 10,0 mg L-1 - 113 (30%); 5,0 mg L-1 - 357 (95%); 1,0 mg L-1 - 334 (89%); 0,5 mg L-1 - 386 (102%).

CONCLUSÕES: Após a exposição aos compostos cloreto de dimetilestanho, cloreto de trimetilestanho e óxido de difenilestanho, observou-se uma inibição significativa do crescimento das folhas e da raiz de sementes germinadas de Lactuca sativa L (alface), quando comparadas ao grupo controle. Não foi observado efeito herbicida do composto óxido de difenilestanho nas concentrações de 10 e 100 mg/mL sobre as folhas obtidas de sementes germinadas. Também não foi observado efeito tóxico sobre as raízes de sementes germinadas após exposição as concentrações de 10 e 10 mg/mL de cloreto de dimetilestanho.

AGRADECIMENTOS: À Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), de Três Corações-MG, e à Faculdade de Minas (FAMINAS), de Muriaé-MG, pelo apoio concedido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FÉRES, Alexandre P. Efeito de compostos organoestânicos sobre sementes de Lactuca sativa L. (alface) e de Zea Mays L. (milho). 48 p. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) - Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, 2007.