ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTICONVULSIVANTE DO ACETATO DE ALFA E BETA AMIRINA

AUTORES: BANDEIRA, P.N. (UVA) ; FARIAS, S.S. (UVA) ; ARAGÃO, G.F. (UFC) ; LEMOS, T.L.V. (UFC)

RESUMO: A partir da mistura triterpenoídica de alfa,beta-amirina obtida da resina de Protium hpetaphyllum através da técnica de cromatografia em coluna e identificada por meio de dados espectroscópicos, obteve-se o derivado acetilado desta mistura numa reação envolvendo a hidroxila ligada ao C-3 do anel A, com rendimento de 92%. O produto acetilado foi submetido a testes de avaliação anticonvulsivante induzido por pentilenotetrazol (PTZ) em camundongos. Os testes foram administrado por via intraperitoneal (i.p) e via oral (v.o), resultando num aumento significativo no tempo de latência e no tempo de morte quando comparada ao controle.

PALAVRAS CHAVES: acetado de α,β-amirina, anticonvulsivante

INTRODUÇÃO: Triterpenóides são constituintes que nos últimos anos têm despertados um grande interesse, em razão das descobertas do seu grande potencial farmacológico, com inúmeras atividades terapêuticas, tais como: anticâncer, antiinflamatório, antiviral, antibacteriano, antifúngico e antidiurético (MAHATO, et, all., 1992 ; MAHATO E SEM., 1997). Relatos recentes da literatura mostram que a esterificação do ácido betulinico no C-3 aumenta significativamente o seu potencial farmacológico no combate ao vírus HIV (KASHIWADA, et all., 2000). A partir da mistura triterpenoídica de alfa,beta-amirina obtida da resina de Protium heptaphyllum (BANDEIRA, et all, 2002), foi realizado um extenso bloco de ensaios farmacológicos, destacando-se potente atividade ansiolitica e antidepressiva, o que identifica esta mistura como um dos prováveis constituintes portadores de princípios ativos da resina (ARAGÃO, et all., 2006). Com a finalidade de desenvolver novas moléculas advindas de produtos naturais e potencializar suas atividades, a mistura triterpenoídica de alfa,beta-amirina foi submetida a uma reação de esterificação obtendo-se o acetato de alfa,beta-amirina. Estas substâncias foram submetidas a testes de atividades anticonvulsivantes induzida por pentilenotetrazol (PTZ), por via intraperitoneal (i.p) e por via oral (v.o) em camundongos (CZUCZWAR and FREY., 1986 ; YEMITAN and ADEYEMI., 2005).

MATERIAL E MÉTODOS: A mistura triterpenoídica de alfa,beta-amirina foi isolada da resina fresca de Protium heptaphyllum por meio de coluna cromatográfica contendo sílica gel. A sua identificação foi estabelecida através de dados espectroscópicos de IV e RMN de 1H e de 13C. A síntese do acetato de alfa,beta-amirina foi realizada usando método clássico numa reação de esterificação de alfa,beta-amirina(100mg) com anidrido acético(2mL)/piridina(1mL) em CH2Cl2 sob agitação magnética por 24h. A identificação do derivado foi feita através das técnicas espectroscópicas de IV e RMN de 1H e de 13C. Os testes de atividades anticonvulsivante foram realizados em camundongos pesando entre 25 e 30g, pré-tratados com acetato de alfa,beta-amirina nas doses de 2,5 , 5, 10 e 25mg/Kg por via oral e via intraperitoneal usando como controle o pentilenotetrazol (PTZ), após 30 minutos foi administrado por via intraperitoneal o controle 100mg/Kg. Em seguida os camundongos foram colocados em caixas individuais e observados por 30 minutos. A latência da primeira convulsão e o tempo de morte dos animais foram os parâmetros observados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A reação de obtenção do acetato de alfa,beta-amirina (reação de esterificação) foi realizada usando-se reagentes clássicos cujas condições reacionais levaram a um rendimento de 92% (fig. 01). Os testes de avaliação da atividade anticonvulsivante realizados em camundongos apresentaram resultados animadores quando comparados ao controle como demonstram os dados da tabela 01





CONCLUSÕES: Os valores apresentados pelo derivado acetilado de alfa,beta-amirina tabela 01, demonstram que houve acréscimo no tempo de latência para a primeira convulsão e aumento na sobrevida dos animais testados em relação ao controle padrão.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq e a FUNCAP pelo apoio financeiro para a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARAGÃO, G.F.; PINHEIRO, M.C.C.; BANDEIRA, P.N.; LEMOS, T.L.G.; VIANA, S.G.B. 2006. A possible mechanism for anxiolytic and antidepressante effects of alpha- and beta – amyrin from Protiun heptaphyllum (Aubl) March. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 85: 827 – 34.
BANDEIRA, P.N.; PESSOA, O.D.L.; TREVISAN, M.T.S.; LEMOS, T.L.G. 2002. Metabólitos secundários de Protium heptaphyllum March. Química Nova, 25: 1070-80.
CZUCZWAR, S.J.; FREY, H.H. 1986. Effect of morphine and morphine-like analgesics on susceptibility to seizures in mice. Neuropharmacology, 25: 465-69.
KASHIWADA, Y.; NAGAO, T.; HASHIMOTO, A.; OKESHIRO, Y.; OKABE, H.; COSENTINO, L.M.; LEE, K.H.J. 2000. Anti-HIV Activity of 3-O-Acyl Ursolic Acid Derivatives. Journal Natural Product. 63: 1619-22.
MAHATO, S.B.; NANDY, A.K.; ROY, G. 1992. Triterpenoids. Phytochemistry, 32: 2199-2249.
MAHATO, S.B.; SEM, S. 1997. Advances in triterpenoid research. Phytochemistry, 44: 1185-1236.
YEMITAN, O.K.; ADEMYEMI, O.O. 2005. CNS depressant activity of Lecaniodiscus cupanioides. Fitoterapia. 76: 412-18.