ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: PROPOSTA DE UM NOVO COAGULANTE PARA A FORMAÇÃO DE MICROESFERAS DE QUITOSANA

AUTORES: AMORIM, A. F. V. (UECE) ; SOUZA, J. M. O. (UECE)

RESUMO: A quitosana é um polímero obtido de fontes naturais, devido suas propriedades biocompatíveis, vem sendo utilizada para microencapsulação de princípios ativos. O método mais simples para microencapsulação consiste na precipitação da quitosana em NaOH, entretanto, suas propriedades caústicas podem levar a uma série de efeitos indesejáveis quando a quitosana estiver associada a uma substância ativa. A trietanolamina foi proposta como novo coagulante devido ser um espessante, possuir função emulsionante e pH favorável para precipitação. A quitosana foi solubilizada em ácido acético e precipitada em NaOH e trietanolamina. Foram obtidas microesferas definidas e mais gelatinosas em comparação com NaOH, mostrando-se um meio brando para obtenção de microesferas.

PALAVRAS CHAVES: quitosana, microesferas, trietanolamina

INTRODUÇÃO: A quitosana é um polímero biodegradável, não tóxico, de baixo custo, importante tanto economicamente, quanto ambientalmente. É obtida através da desacetilação da quitina, substância abundantemente encontrada na natureza, nas carapaças de crustáceos, fungos, moluscos e insetos. A quitosana vem sendo muito estudada no processo de liberação controlada de fármacos, mais precisamente sobre o sistema de microesferas, onde a quitosana atua como matriz polimérica que envolve a substância ativa em estudo.

A produção de microesferas pode ser feita de várias formas, as que mais se destacam são: Gelificação ionotrópica, Coacervação, Emulsificação com evaporação do solvente e Secagem por atomização (spray drying) (OLIVEIRA, 2005). Uma outra técnica bem simples vem sendo reportada na literatura, o método de obtenção por coagulação, este método consiste na solubilização da quitosana em meio ácido, e, posterior precipitação da solução em meio fortemente alcalino por gotejamento, para precipitação como microesferas, esta técnica foi utilizada neste trabalho para a produção das mesmas.

O NaOH é o precipitante mais utilizado para a produção de microesferas descrito na literatura. Suas características como a alta alcalinidade e baixo custo propiciam sua utilização. Em contrapartida, a possibilidade de novos coagulantes para a obtenção de microesferas em meios mais brandos é satisfatória para que se possam analisar e comparar as características das mesmas e os possíveis benefícios para suas aplicações nas diversas áreas de interesse. A trietanolamina um emulsionante, emulsificante, e por possuir um pH favorável para a precipitação da quitosana surge como uma possibilidade de um novo coagulante, bem como a partir de suas características, a obtenção de microesferas mais gelatinosas.


MATERIAL E MÉTODOS: Pesou-se 8 g de quitosana (GALENA) em uma balança analítica (BIOPRECISA BS 3000 A – 3000 g / 0,1 g) e transferiu-se para um erlenmeyer, juntamente com 100 mL de uma solução de ácido acético 8% (VERTEC), a solução ficou em agitação por 24 horas, em agitador magnético, para completa homogeneização. A solução obtida foi gotejada em duas soluções para precipitação como microesferas: solução de NaOH 8% (P.A) e trietanolamina (COMERCIAL). As microesferas foram filtradas, lavadas até pH neutro e secas à temperatura ambiente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram obtidas microesferas de quitosana bem definidas e gelatinosas, utilizando como coagulante a trietanolamina. As características físicas, como o aspecto gelatinoso, quando comparadas com os dois meios utilizados, NaOH e trietanolamina, mostraram que para as microesferas obtidas em trietanolamina apresentaram-se mais gelatinosas o que amplia ainda mais as aplicações deste sistema, como por exemplo a indústria cosmecêutica. A Figura 1 mostra em detalhes as microesferas obtidas em trietanolamina, bem como as mesmas secas a temperatura ambiente na Figura 2.





CONCLUSÕES: As microesferas obtidas com trietanolamina apresentaram-se bem definidas e com um aspecto gelatinoso, demonstrando de maneira satisfatória a possibilidade de produzir microesferas em um meio mais brando, inédito na literatura, que possivelmente não favoreça reações indesejáveis quando a quitosana estiver associada com uma substância ativa.



AGRADECIMENTOS: A Labornat – Padetec, a Universidade Estadual do Ceará e a Dra. Fádia Valentim pelo apoio e ensinamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: OLIVEIRA, B. F. Preparação de microesferas de quitosana por spray drying com diferentes tipos de reticulação para uso na vacinação gênica. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas.