ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Educação Ambiental na Formação Docente: uma articulação entre disciplinas.

AUTORES: PIRES, K. A. D. (UFU) ; AMORIM, E. (UFU) ; LIMA, V. A. (UFU) ; PANIAGUA, C. E. S. (UFU)

RESUMO: Este trabalho atendeu ao "Projeto Institucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação" da Universidade Federal de Uberlândia. Foram realizadas oficinas temáticas explorando a educação ambiental dos alunos, dos professores da Escola Básica e comunidade de Uberlândia. Procurou-se desenvolver reflexões quanto á ação multiplicadora do conhecimento para as questões ambientais em espaços não formais de sala de aula. O público alvo atendido foram alunos do 3º período dos cursos de Bach. e Lic. em Química. Verificou-se que foi possível despertar a importância da prática docente no âmbito da educação ambiental, porém se faz necessário aumentar o número de oficinas e estimular a prática de metodologias em espaços não formais de sala de aula intergrando educação superior e básica.

PALAVRAS CHAVES: educação ambiental, ensino de química, espaços não formais

INTRODUÇÃO: Os Cursos de Licenciatura estão passando por mudanças segundo as Diretrizes Curriculares (PARECER CNE/CES 1303/2001, DOU 07/12/01)(MEC, 2001) editadas pelo Ministério da Educação para os respectivos cursos de formação de professores. Durante a formação inicial, dois princípios devem ser enfatizados. O primeiro busca a articulação teoria-prática pedagógica e o segundo, de forma continuada, integra a Universidade, a Escola Básica e outras instâncias educativas. Dentro desses pressupostos, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) deflagrou pela Pró-Reitoria da Graduação/PROGRAD e a sua Diretoria de Ensino/DIREN o projeto "Projeto Insitucional de Formação e Desenvolvimento do Profissional da Educação", visando a interdisciplinaridade; a flexibilidade curricular; o rigor teórico-prático; a ética e a avaliação emancipadora. Para a articulação da proposta da Universidade, o presente trabalho procurou despertar a importância da prática docente, no âmbito da Educação Ambiental, através de oficinas temáticas explorando os compartimentos ar, água e solo; promover a conscientização ambiental dos alunos e dos professores da Escola de Educação Básica (ESEBA/UFU)e comunidade; e acompanhar a aquisição do conhecimento no Programa de Iniciação Científica Discente (PICD)desenvolvido na ESEBA. Além disso, buscou-se desenvolver reflexões quanto à ação multiplicadora do conhecimento para as questões ambientais, em espaços não formais de sala de aula. Entende-se que o processo de ensino-aprendizagem para a construção de uma consciência ambiental necessita estimular ações junto às sociedades de forma ambientalmente equilibrada, despertando a responsabilidade individual e coletiva (SATO, 2002). Por sua vez, uma maneira de realizar tais ações pode ser por intermédio do Ensino de Ciências.

MATERIAL E MÉTODOS: Para despertar a importância de se compreender e observar os mecanismos de ação dos contaminantes lançados na atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera, os possíveis impactos ambientais e as prováveis ações mitigadoras foram realizadas oficinas temáticas simulando fenômenos impactantes à natureza através de atividades experimentais explorando estes compartimentos. Além das atividades experimentais foram realizados seminários temáticos, aplicação de questionários antes e após a execução dos experimentos por parte dos alunos visando conhecer as concepções prévias sobre as temáticas. Tais atividades foram ministradas nas dependências do Instituto de Química (IQ) da UFU pelos alunos das disciplinas do 8º período, Prática de Ensino 2 (PEQ2)e Química Ambiental(QA). Os experimentos para cada um dos compartimentos ar, água e solo foram respectivamente: chuva ácida (GEPEQ, 2005); lixiviação e matéria orgânica (ABERTO,1997 e 1998) ; e simulação do tratamento de água potável(GEPEQ,2000). Além disso, as oficinas foram videogravadas e analisadas quanto à postura dos futuros professores frente ao desenvolvimento das atividades experimentais de caráter interdisciplinar e contextualizada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aplicação das oficinas ocorreu em dezembro/2007 e por isso teve que ser adaptada em relação ao público alvo devido ao descompasso entre o calendário da UFU e o da ESEBA, ou seja, os participantes foram os alunos do 3º período dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Química. O diagnóstico inicial para cada um dos temas mostrou que os alunos concebiam a idéia de que a chuva ácida era o resultado da poluição atmosférica, porém ignoravam quais seriam os gases responsáveis por tal fenômeno. Já para a lixiviação, pode-se observar que na visão deles havia uma confusão de conceitos entre os processos de lixiviação e a erosão do solo. Em relação à matéria orgânica, verificou-se que a maioria dos alunos reconhece a sua importância para o solo, porém não relacionavam com a perda da mesma quando o solo é queimado. Os resultados posteriores mostraram que os alunos reconheciam que o produto da queima do enxofre era um dos responsáveis pela chuva ácida e que a mesma causa danos às superfícies dos materiais expostos a elas. Em relação a lixiviação não houveram resultados após a execução do experimento devido aos problemas ocorridos. Quanto a postura dos licenciandos das disciplinas de QA e PEQ2 pode-se notar uma grande insegurança dos mesmos durante a explicação dos experimentos uma vez que o público alvo eram universitários do mesmo curso deles. Para verificar qual seria a atitude dos licenciandos em relação à aplicação ao público previsto originalmente no projeto de educação ambiental estas oficinas serão novamente desenvolvidas com os alunos da 8ª série da ESEBA/UFU no dia 16/06/08. Além disso, estes alunos serão multiplicadores destes conhecimentos para a comunidade escolar frente a Mostra do PICD que ocorrerá em novembro/2008.

CONCLUSÕES: Pode-se verificar que foi possível despertar a importância da prática docente no âmbito de educação ambiental, porém se faz necessário aumentar o número de oficinas visando promover uma maior desenvoltura dos licenciandos independentemente do público alvo. Além disso, percebeu-se que é necessário estimular a prática de metodologias em espaços não formais de sala de aula integrando Universidade, Escolas Públicas em níveis de Ensino Fundamental e Médio e comunidade através de atividades previstas em disciplinas de conteúdos técnico e pedagógico.

AGRADECIMENTOS: Aos alunos das disciplinas de PEQ2 e QA. Aos alunos do 3º período dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Química. À FAPEMIG e ao IQUFU.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Aberto, G. I. L.; et. all. Solo e a Química. São Paulo: Estação Ciência, 1997.
Aberto, G. I. L.; et. all. Experiências sobre solos. Química Nova na Escola. N.8, Nov., p.39-41, 1998.
GEPEQ – Grupo de Pesquisa em Educação Química. Projeto Laboratório Aberto - Atividades de Química: Tema Água. São Paulo: IQUSP, 2000.
GEPEQ (Grupo de Pesquisa em Educação Química). Interações e Transformações I: Elaborando Conceitos sobre Transformações Químicas. Livro do Aluno. São Paulo. EDUSP, 2005.
MEC, Mistério de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química, 2001.
Sato, M.. Educação Ambiental, 2002, Ed. RiMa.