ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: Caracterização Físico-Química de Onphalea diandra Euphorbiaceae

AUTORES: RIBEIRO, A.F ((MCT/MPEG)) ; MAIA, J.G. ((UFPA)) ; FURTADO, M.B. ((UFPA)) ; LIMA, A.H. ((CEFET/PA)) ; PEREIRA, M.W. ((CEFET/PA))

RESUMO: RESUMO: Euphorbiaceae é uma das maiores e mais variáveis famílias de dicotiledôneas, distribuída em todo o mundo, especialmente nos trópicos, somando cerca de 7.500 espécies e 300 gêneros. O presente trabalho descreve os resultados obtidos da análise físico-química do óleo das sementes de Onphalea diandra, uma espécie da família das Euforbiáceas com ocorrência nas áreas próximas dos rios da Amazônia, conhecida como comadre-de- azeite, como contribuição ao estudo de oleaginosas amazônicas. A identificação da espécie foi realizada por especialista do Museu Goeldi. O óleo foi obtido por extração por hexano e prensa, fornecendo um rendimento de 53% e 6,5%, respectivamente. O óleo foi caracterizado pelas seguintes constantes físico-químicas: índice de peróxido (85 mEq/Kg); índice de saponificaç

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: oleaginosas amazônicas; ácidos graxos essenciais; biocombustível.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Lipídios (óleos fixos, gorduras e ceras) são ésteres de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa, ou derivados afins. A principal diferença entre essas substâncias é o tipo de álcool; nos óleos fixos e nas gorduras, o glicerol combina-se com os ácidos graxos; nas ceras, o álcool tem peso molecular maior. São biomoléculas orgânicas insolúveis em água. Podem ser encontrados em células e tecidos de natureza animal ou vegetal. Tais moléculas podem ser extraídas por solventes não polares como hexano, benzeno, éter ou clorofórmio (RIBEIRO, 2003). A Amazônia é rica em espécies vegetais com elevado percentual de óleos, em particular da família das Palmáceas. Muitas espécies oleaginosas, de Palmáceas e outras famílias botânicas já foram trabalhadas pelo nosso Grupo, sob vários aspectos: análise da composição química, valor nutritivo, atividade antioxidante, etc. São espécies cuja composição de ácidos graxos é bem diferenciada se comparada às palmáceas. Predominam ácidos de cadeia longa, com duplas ou tríplices ligações conjugadas, além de funções oxigenadas. Na Amazônia Brasileira estima-se que cerca de 70 milhões de hectares estão aptos para o cultivo de oleaginosas. A idéia da presente proposta é promover o estudo de 3 oleaginosas pertencentes à família das Euforbiáceas, conhecidas vulgarmente como compadre-de-azeite (Elaophora abutaefolia Ducke), comadre-de-azeite (Omphalea diandra Aubl.) e castanha-de-arara (Johannesia heveoides Ducke). Os dados técnicos para os óleos provenientes dessas espécies são escassos na literatura. Pesce (1941) descreveu a sua experiência com a obtenção de algumas constantes físico-químicas destes óleos, determinando também o rendimento em óleo. Alguns testes preliminares com estes óleos apresentam resultados muito promissores.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: O material botânico utilizado (amêndoa do fruto) foi coletado no Município de Santa Isabel do Pará, em área que fica na confluência do Rio Guamá com o Rio Caraparu. O material botânico coletado foi tratado de acordo com procedimentos consagrados em botânica, com respeito a coleta, transporte e identificação do material. O material botânico coletado foi levado à Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emilio Goeldi para identificação da espécie. Anteriormente à extração do óleo, para separar as sementes da casca, essas foram previamente secas em bandejas teladas, em sala com controle de temperatura e umidade relativa do ar (70%), durante 2 semanas. As amêndoas foram trituradas em moinho de martelo. A extração do óleo foi realizada em extrator Sohxlet, usando-se hexano como solvente orgânico, durante 72 horas. A solução hexânica obtida foi concentrada em evaporador rotativo. As constantes físico-químicas foram analisadas para com técnicas da AOCS. A composição em ácidos graxos do óleo foi determinada pela análise de seus ésteres metílicos, por cromatografia em fase gasosa com ionização de chamas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O rendimento em óleo pelo método de extração por solvente (58,2%) é maior do que comparado à extração por prensagem (7,5%). Se comparado a outros óleos comerciais como soja (20%), dendê (40%) e girassol (40%) o rendimento do óleo de comadre-do-azeite é superior, chegando a 55%. A composição em ácidos graxos insaturados no óleo de compadre é superior a 90, o que reflete na sua qualidade e valor. O óleo foi caracterizado pelas seguintes constantes físico-químicas: índice de peróxido (85 mEq/Kg); índice de saponificação (180,5 mg KOH/g); matéria insaponificável (0,6 %); índice de refração à 40° C (1,4610); material volátil (4%). Os principais ácidos graxos identificados foram oléico (44,2%), palmítico (10,7%) e linoléico (44,5%), totalizando mais de 90% da composição do óleo.

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O trabalho com o óleo de Onphalea diandra nos mostrou um resultado bastante promissor para a indústria alimentícia pelo fato de conter um percentual muito alto de ácidos graxos essenciais. O resultado parcial deste nos leva a consideração de que isso é possível. Outro indicativo para estudos deste óleo é trabalhar futuramente o óleo de comadre-de-azeite como biodiesel, por apresentar ácidos graxos poliinsaturados, fornecendo, portanto, recomendando-se o seu teste de viscosidade cinemática e poder calorífico.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIBEIRO, A. F. Caracterização do óleo de Salacia sp. Monografia de Especialização. UFPA. Belém, 2003. 57 p. il.
PESCE, C. “Oleaginosas da Amazônia”. Oficina Gráfica da Revista Veterinária. Belém, 1941
AOCS. Official and Tentative Methods of the Amaerican Oil Society, 1990, C.c.1-25.
BOCKISCH, M. Fats and Oils, Edible - Handbook. Press AOCS. USA, 1998.
BRASIL. Ministério da Indústria e Comércio. Secretaria de Tecnologia Industrial. Produção de Combustíveis Líquidos a partir de óleos vegetais. Brasília, STI/CIT, 1985.
ROHR, R. Óleos e Gorduras Vegetais: Seus Subprodutos Proteicos. Fund. Centro Tropical de Pesq. e Tecnol. de Alimentos. Campinas, 1976.