ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE DA PERLITA EXPANDIDA NA ADSORÇÃO DE PETRÓLEO

AUTORES: SOUZA, H. Y. S. (PG) (UFRN) ; J. P. A. (IC) (UFRN) ; DAMASCENO, L. B.(PG) (UFRN) ; FERNANDES, N. S. (PQ) (UFRN)

RESUMO: Neste trabalho foram realizados testes de adsorção com amostras de água contendo petróleo na superfície utilizando como material adsorvente a perlita expandida AF nas granulometrias maiores que 24 mesh, 24 - 32 e 32 e 60 mesh. Após o teste de adsorção foi determinado o teor de carbono total (TOC) no filtrado. Os resultados do TOC das amostras tratadas com a perlita expandida maior que 24 mesh, apresentaram uma menor concentração, indicando que o processo de adsorção nesse caso foi mais eficiente.

PALAVRAS CHAVES: perlita expandida, petróleo, toc

INTRODUÇÃO: Algumas dentre as causas do derramamento de petróleo são os acidentes com navios petroleiros em plataformas de petróleo, a água usada na lavagem dos reservatórios de petróleo dos navios, plataformas furadas no mar e explosões de poços. Em conseqüência, disso, há uma redução da aeração e da iluminação natural de cursos d’água, devido à formação de um filme insolúvel na superfície. Um dos contaminantes presentes nessas águas são os compostos orgânicos que provocam o desequilíbrio da vida marinha e são gerados, em sua maioria, pela poluição decorrente do derramamento de óleo, das águas produzidas e dos efluentes industriais. Alguns métodos utilizados para combater o derramamento de petróleo são barreiras físicas e sucção por bombas. O processo de adsorção é usado no campo do tratamento de água. A adsorção é uma técnica de tratamento, na qual se utilizam alguns materiais adsorventes, nos quais o óleo se infiltra (SANTOS, 1992). Um tipo de adsorvente é a perlita, um mineral de origem vulcânica formada principalmente por silicatos (BASTANI, 2006). A perlita expande-se 20 vezes o seu volume original sobre aquecimento (760 a 1090 oC) e é um um silicato de alumínio amorfo metaestável, inerte, de baixa densidade, alta porosidade e apresenta um baixo custo ( DOGAN, 2004). Neste trabalho, a perlita expandida AF foi utilizada como material adsorvente na remoção do óleo presente na água e os filtrados foram caracterizados pelo TOC (teor carbono total). O TOC é um dos parâmetros complementares que a Resolução do CONAMA n. 393 baseia-se para monitorar as águas produzidas descartadas das plataformas. Para a determinação do TOC, a principio determina-se o carbono orgânico contido na amostra por combustão a alta temperatura, faz-se a análise do CO2 com remoção de carbono inorgânico.

MATERIAL E MÉTODOS: Os testes de adsorção foram realizados em triplicata. Utilizou-se três granulometrias das amostras de perlita expandida AF: maior que 24 mesh, entre 24 e 32 mesh e entre 32 e 60, fornecidas pela Schumacher Insumos. Num total de 9 amostras. Inicialmente, para preparar a amostra de água com o petróleo, adicionou-se em cada béquer 50 mL de água destilada. Em seguida, colocou-se 200 µL de petróleo. Posteriormente, adicionou-se em cada béquer aproximadamente 1,0 grama de perlita expandida AF. As amostras ficaram em repouso por 1 hora para posterior filtração. A parte retida no papel filtro, perlita expandida AF com o óleo adsorvido, foi seca na estufa a 40°C e armazenada em dessecador até massa constante para análises posteriores. Os filtrados e o branco (água destilada) foram analisados para determinar o Teor Total de Carbono Orgânico – TOC utilizando-se um equipamento Analytik Jena modelo NTL305-13.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos resultados do TOC (teor de carbono total) dos filtrados disponibilizados na Tabela 1, foi possível perceber que o filtrado utilizando a amostra de perlita AF expandida maior que 24 mesh apresentou o TOC menor que as demais granulometrias avaliadas. Além disso, para todas as amostras foi observada a potencialidade desse material na remoção de petróleo em água, caracterizando-se como uma metodologia eficiente nesse processo.
Tabela 1: Resultados do Teor de Carbono Orgânico Total


CONCLUSÕES: Verificou-se que por meio dos dados obtidos do TOC dos filtrados, após os testes de adsorção, tem-se um bom resultado e que a melhor granulometria de perlita expandida AF utilizada para esse teste foi a maior que 24 mesh.



AGRADECIMENTOS: A PETROBRAS, ao NEPGN-UFRN, ao Laboratório de Química Analítica e Meio Ambiente, a CNPQ.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SOUZA E SANTOS, P. Ciências e Tecnologia de argilas. 2ª Ed. V. 3, Ed. Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1992.
BASTANI, D. et al. Study of oil soption by expanded perlite at 298,15 k. Separation and Purification Technology, v. 52, p. 295-300, 2006.
DOGAN, M. et al. Kinetics and mechanism of removal of methylene blue by adsorption onto perlite. Journal of Hazardous Materials, v. B109, p. 141-148, 2004.