ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: ANÁLISE DA DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA DO Ginkgo biloba

AUTORES: FREIRE, R.M.L. (UFRN) ; MOURA, M.F.V. (UFRN) ; SILVA, D.R. (UFRN) ; XAVIER, J.C. (UFRN)

RESUMO: O uso dos extratos de Ginkgo biloba no tratamento e prevenção de afecções relacionadas ao envelhecimento e aos transtornos da memória baseia-se em práticas médicas ancestrais e estendem-se até os dias de hoje. Este trabalho teve como objetivo estudar a decomposição térmica do Ginkgo biloba. Os resultados obtidos apontam para uma alta estabilidade térmica do Ginkgo biloba que se decompõe a uma temperatura de cerca de 270 °C; a amostra apresentou teor de 11% de umidade, sendo esta desidratada a 110°C, logo é possível secá-la a esta temperatura já que sua decomposição é bem superior a esta, evitando assim condições para o crescimento de microorganismos; ou seja, aumentando sua estabilidade quanto ao processamento, embalagem e estocagem do produto.

PALAVRAS CHAVES: ginkgo biloba, decomposição térmica, estabilidade

INTRODUÇÃO: A Ginkgo biloba L. é uma espécie nativa da China e, provavelmente, do Japão e da Coréia. É considerado um fóssil vivo, tendo surgido há quase 200 milhões de anos. A longevidade da árvore e a sua sobrevivência podem ser explicadas pela sua alta resistência a pragas, doenças (fungos e viroses) e à poluição. O uso dos extratos de Ginkgo biloba para tratamento e prevenção de afecções relacionadas ao envelhecimento e, particularmente, de transtornos da memória baseia-se em práticas médicas ancestrais e estendem-se largamente nos dias de hoje. Ginkgo biloba é uma planta usada como fitoterápico por demonstrar efeitos benéficos sobre algumas funções cerebrais, especialmente no tratamento das doenças de Alzeimer e Parkinson. Também é usado para combater outros problemas de saúde como asma, bronquite, problemas de perda de audição, tuberculose, deficiência circulatória, perda de memória, dor de estômago, problemas de pele, ansiedade entre outros. No Brasil o seu uso é recente, sendo usada principalmente para promover maior circulação sangüínea no cérebro, indicada nas disfunções cerebrais, vertigens e para melhorar a concentração e a memória. Este trabalho trata de um estudo prévio sobre a estabilidade térmica do Ginkgo biloba a fim de se estabelecer condições de secagem ideal a fim de evitar condições umidade que favoreçam o crescimento de microorganismos desse fitoterápico e garantir maior estabilidade quanto possíveis a perdas de seus princípios ativos frente ao processamento, embalagem e estocagem do produto.

MATERIAL E MÉTODOS: A amostra se constituiu de um pó obtido da moagem das folhas secas do Ginkgo Biloba. As curvas termogravimétricas foram obtidas com massas de amostra em torno de 5 mg em cadinho de platina, sob atmosfera de nitrogênio, com vazão de gás de 50 mL/min, taxa de aquecimento de 10ºC/min e aquecimento da temperatura ambiente até 1000ºC. O instrumento utilizado foi um TG/DTA modelo DTG-60H, da Shimadzu,

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Figura 1 mostra as curvas de análise térmica para o Ginkgo Biloba, curvas termogravimétrica e análise térmica diferencial demonstram haver três etapas referentes a ação do calor sob o Ginkgo Biloba. Na primeira etapa, ocorreu uma reação endotérmica no intervalo de temperatura de 34 à 110°C, onde apresentou um pico da DTG em 52°C e um pico da DTA em 57°C, verificando-se uma variação de massa de 11%, que corresponde à perda de umidade; uma segunda etapa ocorreu com uma reação endotérmica no intervalo de temperatura de 270 à 332°C, onde apresentou um pico da DTG em 321°C e um pico da DTA em 323°C, verificando-se uma variação de massa de 57% correspondente à decomposição do Ginkgo biloba; e na terceira etapa, ocorreu uma reação exotérmica no intervalo de temperatura de 352 à 550°C, onde apresentou o pico da DTG em 495°C e o pico da DTA em 483°C, verificando-se uma variação de massa de 31% correspondente à oxidação do material carbonáceo obtido na segunda etapa; restando ao final da análise 1% de resíduo relativo à massa inicial.



CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que o extrato de Ginkgo biloba apresenta nas condições do estudo três etapas de perda massa, observados tantas nas curvas TG como na curva DTA. Pode-se concluir que é possível desidratá-lo, sem prejuízo de sua integridade já que este se decompõe em etapa posterior a uma temperatura aproximada de 270 °C, evitando assim condições para o crescimento de microorganismos no produto; ou seja, aumentando a sua estabilidade quanto ao processamento, embalagem e estocagem do produto.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a UFRN e ao NEPGN, pelo apoio e suporte financeiro prestados para a realização deste trabalho.

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Rev. Bras. Farmacogn., V. 14, n. 2, jul.-dez. 2004.