ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ADSORÇÃO DE SURFACTANTE CATIÔNICO EM RESINA XAD-4

AUTORES: PANIAGUA,C.E.S. (UFU) ; PIRES,K.A.D (UFU) ; AMORIM,E. (UFU)

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo verificar a eficiência do adsorvente, resina não-iônica Amberlite XAD-4, para transferir o CPC da fase aquosa para a fase sólida frente a exposição de diferentes massas através de ensaios de adsorção pelo método estático a 25º C, em repouso e sob agitação a 70 rpm. Para tanto, 50,0 mL de solução de CPC de 0,54 mmol/L foram colocados em contato com massas de resina iguais a 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 05 g em repouso e sob agitação a 70 rpm, visando determinar quais seriam as melhores condições de se obter uma eficiente remoção. Os resultados obtidos mostraram que o máximo de adsorção alcançada foi na ordem de 94% quando o sistema esteve sob agitação a 70 rpm em contato com 0,5 g de Amberlite XAD-4.


PALAVRAS CHAVES: amberlite xad-4, adsorção, cloreto de cetilpiridínio

INTRODUÇÃO: Atualmente, os poluentes mais preocupantes são os orgânicos sintéticos e os metais tóxicos, por causarem danos ao meio ambientes e ao homem. Esses poluentes compõem produtos de consumo como detergentes, desinfetantes, polidores de metais e de móveis,pesticidas, cosméticos, produtos de higiene, tintas e assemelhados, e até mesmo particulado poluído. Tudo isto vai parar nos esgotos, sendo portanto, objeto de preocupação de técnicos da área de saneamento e saúde ambiental e, por conseguinte, da área de saúde pública (BRAILE, 1993). O montante da participação desses poluentes nos esgotos é ainda desconhecido, porém estima-se, que em função da grande oferta no mercado e acesso facilitado ao consumo, esteja atingindo índices indesejáveis e que merecem ser avaliados. A concentração de surfactantesnos esgotos é bem variável e com tendência a aumentar (SWISHER, 1987). O cloreto de cetilpiridínio (CPC) é um surfactante catiônico e é considerado um anti-séptico e desinfetante bucal(DENTALONLINE, 2008). A resina Amberlite XAD4 é um suporte polimérico hidrofóbico. Buscando formas de remover surfactantes de águas, o presente trabalho teve por objetivo verificar a eficiência da resina não-iônica Amberlite XAD-4 em transferir o CPC da fase aquosa para a fase sólida. Para tanto, foram realizados ensaios de adsorção pelo método estático a 25º C, em repouso e sob agitação, em diferentes massas de adsorvente.


MATERIAL E MÉTODOS: Os ensaios de adsorção foram realizados pelo método estático a 25º C em repouso e sob agitação a 70 rpm. O adsorvente foi a resina não–iônica AMBERLITE XAD -4 (SIGMA). Em todos os ensaios de adsorção foram utilizadas soluções de cloreto de cetilpiridínio (SIGMA) de 0,54 mmol/L e volume de 50 mL. O analito (CPC) foi monitorado por espectrofotometria de absorção molecular a 260 nm utilizando a curva de calibração devidamente linearizada. No estudo do efeito da massa do adsorvente utilizaram-se as massas de resinas iguais a: 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 g no tempo de contato de 24 horas.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: O espectro de absorção molecular do cloreto de cetilpiridínio se encontra na figura 1. Nesta figura observa-se que o comprimento de onda de trabalho é 260 nm. Uma curva de calibração de soluções foi obtida pela leitura das absorvâncias e obteve-se a seguinte equação da reta Y=3298,9x + 0,0373. A figura 2 mostra que houve remoção de CPC com o sistema em repouso e sob agitação. Podemos perceber que a remoção é diretamente proporcional a massa de resina para os dois casos, porém, observamos que a eficiência de remoção é mais acentuada quando o sistema esta sob agitação (67 a 94%) do que em repouso (48 a 54%) quando a solução de CPC estava em contato com 0,5 g de resina.





CONCLUSÕES: Pode-se concluir que houve a transferência do CPC da fase aquosa para a fase sólida resina Amberlite XAD-4. Além disso, verificou-se que a agitação é um fator determinante na eficiência de remoção e que a medida que se aumenta a massa de resina a porcentagem de remoção aumenta. As condições em que houve uma maior adsorção (94%) entre CPC e resina foi quando 0,5 g de adsorvente foi colocada em contato a 70 rpm por 24 horas.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IQUFU e aos companheiros de laboratório pelo apoio e à FAPEMIG pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRAILE, P.M. , 1993. Manual de Tratamentos de Águas Residuárias Industrias. S. Paulo: CETESB.

SWISHER, R. D. , 1987. Surfactant Biodegradation, 2nd ed. N.Y.: Marcel Dekker Editor.

http://www.dentalonline.com.br/conteudo/noticia.asp?id=69, pesquisado em 15/06/08.