ÁREA: Ambiental

TÍTULO: Avaliação da Presença de Metais Pesados em Água do reservatório de Tucuruí-PA

AUTORES: OLIVEIRA, G. R. F. (UFPA) ; PEREIRA, S. F. P. P. (UFPA) ; SARAIVA, A. C. F. (ELETRONORTE) ; LIMA, MAURÍCIO ARAÚJO DE (ELETRONORTE) ; OLIVEIRA, J. S. (UFPA) ; SILVA, J. S. (UFPA) ; MORAIS, S. H. S. (UFPA) ; MIRANDA, R. G. (UFPA) ; ALVES, D. T. V (UFPA)

RESUMO: A construção de reservatórios para diversos fins tem sido uma das grandes contribuições humanas na alteração de ecossistemas,O controle da poluição dos recursos hídricos é necessário para garantir e manter níveis de qualidade compatíveis com sua utilização. Através de ciclo a água permanece em contato com os constituintes do meio ambiente, assim como agentes contaminantes que atinjem o solo a cada ano e, consequentemente, a água. A análise de metais pesados através da espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente e de suma importância para quantificação desses metais nas águas provenientes da hidrelétrica de Tucuruí, de todos os elementos analisados no presente estudo, apenas o Alumínio e o Ferro apresentaram concentrações acima do limite estabelecido pelo CONAMA

PALAVRAS CHAVES: metais pesados, águas superficiais, tucuruí-pa

INTRODUÇÃO: Durante anos recentes sérios cuidados têm sido dado ao estado de deterioração das águas de rio ao redor do mundo em relação à contaminação por metais traço. É reconhecido que em sistemas de água doce, traços de metais têm elevado potencial poluidor. Além disso, metais presentes na água podem sofrer rápidas mudanças afetando a velocidade de assimilação ou liberação pelos sedimentos, afetando assim organismos vivos via cadeia sedimento-água1. No Estado do Pará, na cidade de Tucuruí está localizado um complexo hidrelétrico (UHE Tucuruí) que gerou, após o início de operação, um grande reservatório mudando consideravelmente o ecossistema do rio Tocantins. O Laboratório de Química Analítica e Ambiental (LAQUANAM) desenvolveu projeto na área com o objetivo de verificar a qualidade da água quanto a presença de metais pesados.

MATERIAL E MÉTODOS: As águas foram coletadas no reservatorio da Usina Hidrelétrica de Tucuruí,filtradas e armazenadas em baixa temperatura, as analises foram realizadas por emissão atômica com plasma induzido (ICP-AES) no Laboratório de Química Analitica e Ambiental, sendo analisados 14 elementos, principalmente os metais pesados. Entre as referências estão PORRECA (1998), LEEUWESTEIN & MONTEIRO (2000), MACIEL JR. (2000) e PORTO (2002) cujos trabalhos abordam os procedimentos para enquadramento de corpos d‘água, os quais incluem a utilização de parâmetros de qualidade da água do CONAMA 20/86 e CONAMA 257/05 a identificação das atividades antrópicas que podem vir a prejudicar essa qualidade. Embora esses autores não apresentem uma metodologia específica para a presente pesquisa, destacam a importância do tema: qualidade da água (PROENÇA, C. MEDEIROS, Y. CAMPOS, V, 2005). Buscou-se identificar as causas das alterações na qualidade das águas, envolvendo o reconhecimento das características locais que possam ter alguma relação com as fontes de poluição e usos da água, responsáveis pela contaminação do corpo hídrico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram pré-selecionadas 14 estações de monitoramento no reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, objetivando representar as diferenças existentes no ambiente de estudo, como a entrada da água do rio, o ponto de mistura do rio com o lago e o reservatório em si. As amostragens foram realizadas em dois períodos sazonais (período chuvoso (PC) e período de estiagem (PE)) na fase solúvel (FS) e na fase ligada (FL) em tres profundidades (superfície, intermediária e fundo).
Após a coleta as amostras foram filtradas e analisadas por emissão atômica com plasma induzido (ICP-AES). 14 elementos foram analisados, principalmente metais pesados, que merecem atenção especial devido a sua toxicidade mesmo em quantidades traço.
Os elementos que apresentaram concentrações (Tabela 1) acima da resolução CONAMA 357/05 foram alumínio e ferro. A presença desses elementos em água causa danos ambientais como também prejudicam a saúde da população ribeirinha que se utiliza desta água sem tratamento adequado.

Tabela 1 – Concentração média (ug/L) dos elementos
PC FS PC FL PE FS PE FL
Ag 0,00 0,00 0,11 1,38
Be 0,00 0,00 5,43 5,39
Cd 0,00 0,00 0,09 0,08
Co 0,00 0,00 0,21 0,07
Cr 0,00 0,00 0,81 0,86
Cu 2,04 0,00 0,15 0,23
Mo 0,00 0,00 0,12 0,10
Ni 1,56 0,00 2,32 2,27
Pb 0,00 0,00 0,72 1,24
Ba 32,29 51,34 40,85 40,96
Mn 4,06 6,75 32,93 34,36
Sr 22,50 24,21 30,56 30,57
Al 248,65 167,37 21,28 21,96
Fe 538,68 437,69 191,53 199,08





CONCLUSÕES: A criação de reservatórios para fins de geração de energia elétrica, geralmente ocasiona a inundação de áreas em que a vegetação não foi completamente retirada. E a decomposição dessa biomassa vegetal acaba por alterar a qualidade da água no corpo do reservatório e nos trechos a jusante da barragem. De todos os elementos analisados no presente estudo, apenas para o alumínio e ferro foram detectados concentrações elevadas, acima do limite adotado pelo CONAMA, o que demonstra a necessidade de monitoramento desse elemento no meio ambiente e em suas fontes poluidoras.

AGRADECIMENTOS: Queremos deixar um agradecimento a ANEEL pela confiaça para a realização desse estudo. Ao LAQUANAM e ao TQUILA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LEEUWESTEIN, J. M., MONTEIRO, R. A.. Procedimento Técnico para Enquadramento de Corpos de Água – Documento Orientativo. Brasília: MMA, 2000.
MACIEL Jr., Paulo. Zoneamento das águas: um instrumento de gestão dos recursos hídricos. Belo Horizonte: 2000.112p.
MOTA, S. Preservação e Conservação de Recursos Hídricos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, 2a edição, 1995.
PORRECA, Lúcia Maria. Enquadramento dos corpos d’água: instrumento de gestão ambiental e de gestão de recursos hídricos. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1998. 24p.
PORTO, Mônica. Sistema de gestão da qualidade das águas: uma proposta para o caso brasileiro. Tese (Livre Docência) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária. São Paulo, 2002.