ÁREA: Ambiental

TÍTULO: : Eficiência do tratamento da água que abastece o Campus da UFPE.

AUTORES: SILVANA CALADO (UFPE(PQ)) ; CÉSAR MENDONÇA (UFPE(IC)) ; LUCIANO NOGUEIRA (UFPE(IC)) ; MANUELLA QUEIROZ (UFPE(IC)) ; ROMÁRIO COSTA (UFPE(PQ)) ; RICARDO DE CARLI (DE CARLI CON)

RESUMO: A ETA-UFPE foi dimensionada para tratar 25L/s de água e está operando desde o ano de 2006.A água bruta oriunda de 5 poços apresenta parâmetros fora das especificações de potabilidade de acordo com a Portaria MS518/2004.Desde o inicio da operação da ETA-UFPE foram ajustados vários parâmetros de controle para o seu perfeito funcionamento.Análises físico-químicas foram realizadas nas águas da ETA no período de janeiro a maio de 2008, duas vezes por dia.Para isso foram analisadas amostras de água bruta, decantada e filtrada da ETA.Dentre os parâmetros analisados,foram determinados:ferro,cloro residual livre,condutividade,pH,sólidos totais dissolvidos,sulfatos e temperatura.A água que abastece o Campus da UFPE encontra-se própria ao consumo humano de acordo com a legislação vigente.

PALAVRAS CHAVES: água de consumo humano, água bruta, tratamento de água, eficiência do tratamento de água, análise físico-química.

INTRODUÇÃO: O tratamento de água consiste em melhorar suas características organolépticas, físicas, químicas e bacteriológicas, a fim de que se torne adequada ao consumo humano. Desde sua inauguração em dezembro de 2005 a ETA-UFPE vem fornecendo água tratada para uso da população do Campus Universitário. Funcionando de forma contínua e em paralelo está o laboratório que tem a finalidade de analisar a qualidade da água fornecida, como sua principal função, realizando diariamente análises físico-químicas. A ETA-UFPE é abastecida por águas subterrâneas oriundas de 5 (cinco) poços artesianos. A PORTARIA do Ministério da Saúde N° 518/2004 sanciona em seu Cap. V, Art. 18 tabela 6 que para análise de cloro e pH é preciso no mínimo de uma amostra. Os parâmetros analisados no laboratório da ETA-UFPE são os seguintes: Condutividade, Sólidos Totais Dissolvidos, pH, Ferro, Cloro Residual Livre, Sulfato e Turbidez, sendo os pontos de coletas:
Ponto 1: inicio da ETA, água bruta;
Ponto 2: após o decantador;
Ponto 3: após os filtros;
Ponto 4: saída da ETA, água tratada e clorada.


MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia utilizada seguiu o que determina o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater(APHA, 2005). As análises foram realizadas entre os meses de janeiro a maio de 2008. Para este trabalho foram utilizadas médias mensais dos resultados obtidos diariamente, observando-se que não são realizadas análises nos finais de semana. Condutividade, temperatura e sólidos totais dissolvidos: é utilizado um condutivímetro portátil, coloca-se uma alíquota da amostra em um tubo de ensaio e introduz o eletrodo, em seguida realizam-se as respectivas leituras. pH: utiliza-se um potenciômetro portátil (pHmetro) coloca-se um alíquota da amostra em um béquer de 100 mL e em seguida introduz dentro do recipiente o eletrodo do potenciômetro, logo após realiza-se a leitura. Ferro: é utilizado o método de titulação, adiciona-se a em um tubo de ensaio, 10 mL da amostra, 10 gotas de ácido nítrico P.A e 10 gotas de cianeto de potássio (KSCN), a solução ficará com uma cor avermelhada, em seguida coloca-se em uma cubeta e realiza-se a leitura no espectrofotômetro. Cloro Residual Livre: também se faz uso da titulação, adiciona-se em um tubo de ensaio 10 mL da amostra, 10 gotas da solução de DPD e 10 gotas da solução Buffer, em seguida coloca-se em um colorímetro medidor de cloro residual portátil. Sulfato: semelhante ao Ferro e ao Cloro também utiliza a titulação como método, adiciona-se em um béquer de 100 mL, 50 mL da amostra, 10 mL da solução Tampão A e um pouco de Cloreto de Bário, coloca-se em um agitador magnético por 1 (um) minuto, em seguida deixa de repouso por 5 (cinco) minutos e realiza-se a leitura no espectrofotômetro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a Portaria GM 518/2004 o teor mínimo de Cloro Residual Livre na rede de distribuição deve ser de no mínimo 0,2 ppm e o valor máximo de 2,0 ppm. Entre os meses de agosto a maio as concentrações de Cloro residual na saída da ETA, ou seja, após processo de tratamento variou entre 0,5 e 2,2 ppm.
O ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás carbônico da água, conforme a reação: Fe + CO2 + ½ O2 à FeCO3. O carbonato ferroso é solúvel e freqüentemente é encontrado em águas de poços contendo elevados níveis de concentração de ferro.A PORTARIA GM 518/ 2004 em seu Art.16 sancionou que o Valor Maximo Permitido (VMP) de Ferro em água para o consumo humano é de 0,3 mg/L, o resultado obtido na água tratada neste período variou entre 0,80 e 0,02 mg/L, ou seja, fora do padrão recomendado. Os Sólidos Totais Dissolvidos, o pH e a temperatura, apresentaram valores dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente. A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas ela indica a quantidade de sais existentes na coluna d'água, e, portanto, representa uma medida indireta da concentração de poluentes. Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados, os resultados encontrados variaram entre 239 e 137 µS/cm para água tratada. A turbidez da água tratada variou de 2,3 a 0,8 NTU, o que está dentro dos padrões. Os sulfatos na água tratada ficou em torno de 20ppm, também ficando dentro dos padrões de potabilidade.A tabela abaixo mostra o percentual de remoção dos parâmetros analisados.
Parâmetros Água bruta Água tratada Eficiência(%)
Condutividade (ns/cm)484 227 53
STD(mg/L) 238 137 42
Fe(mg/L)4,96 0,02 99
Turbidez(NTU)5,23 0,81 84

CONCLUSÕES: As análises físico-químicas que foram realizadas na água bruta e tratada da ETA-UFPE nos meses de janeiro a maio de 2008 mostraram que todos os resultados ficaram dentro do padrão estabelecido pela Portaria GM 518 /2004, concluindo que os ajustes realizados na Estação de Tratamento de Água foram adequados. A água que abastece o Campus da UFPE encontra-se própria ao consumo humano de acordo com a legislação vigente.

AGRADECIMENTOS: UFPE/PROPLAN

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AZEVEDO NETTO, J. M. de. – Tratamento de Água de Abastecimento. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo – 1966. 329 p.
ABNT, Associação Brasileira e Normas Técnicas. NBR n.12216/1992: PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS n. 518/2004. NORMA DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO.
CONAMA, Resolução Conama Nº 357 de 17/03/05, Classificação das Águas doces, salobras e salinas do Território Nacional;
APHA, AWWA, WPCF, “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”, 2005.
THEROUX, F.R., ELDRIDGE, E.F., MALLMANN, W.L. Laboratory Manual for Chemical and Bacterial Analysis of Water and Sewage. McGraw Book Company, Third Edition, 273p. 1943.
LEME, F.P. Teoria e Técnicas de Tratamento de Água. ABES, 2ª Edição. Rio de Janeiro, 608p. 1990.