ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM PRÁTICA E DE NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; ANDRADE, S.G. (UECE)

RESUMO: Na maioria das escolas brasileiras, o ensino de química tem auxiliado muito pouco para a compreensão do mundo natural com a qual o aluno interage cotidianamente. Os baixos investimentos em laboratórios e recursos tecnológicos na rede pública têm acarretado grandes prejuízos aos alunos, pois a compreensão dos fenômenos naturais tem se tornado difícil através apenas de recursos teóricos. Para desenvolver este trabalho realizou-se revisão bibliográfica, com o objetivo de se obter informações a respeito da atual situação do ensino de química, para que fosse possível explicar, com maior aprofundamento as contribuições cientificas pré-existentes. Foi também realizada uma pesquisa de campo no qual foram elaborados questionários e aplicados a alunos e professores de química.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química

INTRODUÇÃO: O trabalho experimental é um pólo de debate e de reflexão na educação em ciências, que faz emergir intervenções, por vezes divergentes, de todos os setores da comunidade educativa, como referem Martins e Veiga (1999). Apesar disso, a crença nas potencialidades do trabalho experimental como meio de ensino de Ciências, nomeadamente é amplamente partilhada por professores, podendo afirmar-se que o trabalho experimental tem um papel central e importante nos programas de Ciências das escolas em muitos países (Woolnough, 1991). Verifica-se que os investigadores educacionais reconhecem grandes potencialidades a modalidades de trabalho experimental de natureza investigativa, mas tudo isso, vale salientar, deverá sempre está atrelado às normas de segurança dentro do laboratório. O objetivo é apresentar o laboratório de química como um procedimento alternativo para o ensino de química por meio da aplicação de um modelo didático-pedagógico, criando condições que favoreçam o aprendizado, tornando a sala de aula um lugar de interesse, levando o aluno a encarar a química como conhecimentos que têm aplicação prática no cotidiano, de fácil assimilação, independentemente das habilidades individuais. Ainda será analisada a exposição a riscos, devido às técnicas onde são utilizados reagentes químicos, os quais podem ser minimizados à medida que for adotada a contenção primária e secundária, ou seja, à medida que forem adotadas as boas práticas laboratoriais, os equipamentos de proteção individual e coletiva e implantadas instalações adequadas a cada nível de segurança envolvido. Sardella apud Beltran e Ciscato (1991, p. 135), ressaltam que a Química está relacionada às necessidades básicas dos seres humanos. Ela não é uma coisa ruim,como alguns infelizmente pensam.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho seguiu uma abordagem qualitativa com caráter exploratório e descritivo em que a metodologia empregada foi constituída de revisão bibliográfica, que visou à procura de referências teóricas publicadas em livros, artigos, internet, documentos etc., para que fosse possível explicar, com maior aprofundamento, os assuntos contidos neste trabalho à luz das contribuições cientificas pré-existentes. E para dar um maior significado aos argumentos aqui defendidos foi realizado um trabalho de campo no qual foram desenvolvidos dois questionários e aplicados a 89 alunos e 5 professores de Química, distribuídos nos três anos do ensino médio, contendo 4 perguntas fechadas e 2 perguntas abertas.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando indagado aos alunos se nas aulas de química existem referências a outras disciplinas, do total de 89 pesquisados, 5 considera muito pouco, 18 julgam insuficiente, 15 avaliam como regular, 37 como suficientes e 14 consideram de grande freqüência as referências a citações de outra disciplinas. 29,21% não perceberam a facilidade de aprender numa prática interdisciplinar. Isso revela uma resistência muito grande no grupo avaliado à adoção de uma prática diferente do modelo fragmentado das áreas do conhecimento. 42,69% avaliam ser mais fácil aprender se houver aulas que trabalhem a ligação de química com outras disciplinas. 38,20% sentem a falta de uma prática interdisciplinar em outras áreas do conhecimento. Nesse ponto observa-se a dificuldade dos professores em ministrar suas aulas integrando outras disciplinas. 21,34% dos entrevistados analisam o trabalho de seus professores como uma prática interdisciplinar, refletindo assim a mudança na postura de alguns professores. 6,74% avaliam como insuficiente o uso de vídeos para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Observam-se as distorções no uso desses recursos metodológico por parte de alguns professores. 80,89% registraram o fato do vídeo poder ajudar no processo de ensino-aprendizagem. Caracteriza-se assim o interesse em mais aulas com projeções de vídeos que criem a possibilidade de reflexão sobre os conteúdos. Para dar um maior significado ao que se ensina e ao que se aprende os professores responderam o questionário enfatizando a experimentação como uma ferramenta importante para facilitar a aprendizagem dos assuntos de química. Também acham importante inserir em suas aulas novas tecnologias educacionais, mas alegam que falta tempo e recursos da própria escola para a implementação.

CONCLUSÕES: Dentro da Química evidencia-se a necessidades de recursos metodológicos frente as diversas dificuldades de aprendizagem dos alunos e para também enriquecer os conteúdos de sala de aula, como também, despertar o interesse do aluno para a pesquisa. Ensinar Química é um ato que fascina e desafia ao mesmo tempo. Com as aulas laboratoriais, os alunos recebem lições que são subsídios teóricos. Neste tipo de aula há estímulos que mexem com a curiosidade e a criatividade, despertando, no educando, o interesse pela observação de situações do dia-a-dia.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BELTRAN, N. O e CISCATO, C. A. Química. Coleção Magistério, 2° Grau. São Paulo: Cortez, 1991.
MARTINS, I. P. e VEIGA, M. L. Uma análise do currículo da escolaridade obrigatória na perspectiva da educação em Ciências. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1999.
WOOLNOUGH, B. Práticas em ciências. Buckingham: Open University Press, 1991