ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Análise físico-química de óleos residuais de frituras

AUTORES: SILVA, L.E. (CEFETMT/UFMT) ; SILVA, A.A. (CEFETMT) ; SILVA, A.S. (CEFETMT)

RESUMO: Fazendo uso de uma linguagem simples e clara, o projeto propõe uma aula teórica-prática com um tema atualíssimo no Brasil: Óleos de frituras, ontem um lixo, hoje uma aposta como combustível detalhando as propriedades dos óleos de soja já usados após diversas frituras. Participaram do projeto a UNED-Bela Vista, uma extensão do CEFET-MT, com a contribuição de óleos cedidos pelos alunos, ou mesmo utilizados anteriormente pela própria escola, tendo a oportunidade de aprender mais sobre o biodiesel, sua produção e utilização. Além disso, foi possível incluir suas famílias na iniciativa da reciclagem dos óleos residuais fazendo parte do conceito mais amplo da atualidade a “reciclagem do lixo”, a conscientização de que para preservar o meio-ambiente hoje, é preciso reciclar.

PALAVRAS CHAVES: biodiesel, coleta, óleo de fritura.

INTRODUÇÃO: Vários projetos de reciclagem vêm sendo criado a fim de avaliar os efeitos da degradação ambiental. Dentre os que representam riscos de poluição ambiental e, por isso, merecem atenção especial, figuram os óleos vegetais usados em processos de fritura por imersão, sendo um processo que utiliza óleos vegetais como meio de transferência de calor, cuja importância é indiscutível para a produção de alimentos em lanchonetes, restaurantes e até mesmo em residências. O tempo de utilização do óleo varia de um estabelecimento para outro, principalmente pela falta de legislação que determine a troca do óleo residual. O óleo vegetal residual é na maioria das vezes destinada aos esgotos, o que é considerado crime ambiental. Além de comprometer a vida do ecossistema aquático. Estudos mostram que o acúmulo de óleo vegetal residual de frituras no meio ambiente causa grandes prejuízos e se o produto for para a rede de tratamento de esgoto encarecem cerca de 45% o seu tratamento.Com isso é essencial incentivar a coleta seletiva de óleos residuais através de conscientização da população quanto ao destino adequado a ser dado. Sendo que os estabelecimentos que doam seus óleos têm, com este projeto, a oportunidade de oferecer para seus consumidores alimentos de qualidade assegurada pelas análises realizadas no nosso laboratório. Estas análises revelam características importantes sobre o estado de conservação dos óleos utilizados por estes estabelecimentos, pois quando os alimentos são fritos em óleo quente em presença de ar, o óleo é exposto a três agentes que causam mudanças em sua estrutura: a água proveniente do alimento, que levam as alterações hidrolíticas, oxigênio que entra em contato com o óleo e a partir de sua superfície levando as alterações térmicas.

MATERIAL E MÉTODOS: Para que óleos residuais possam ser utilizados em reações de transesterificação, algumas análises foram conduzidas para determinação de suas características, de modo que cada batelada de óleo utilizada possa ser adequada à reação sob os aspectos quantitativos e qualitativos. As análises realizadas foram padronizadas e certificadas segundo as normas ASTM (American Society for Testing and Materials).
As principais metodologias a serem analisadas e discutidas de acordo com seus resultados foram:
•Determinação de compostos polares totais;
•Determinação do índice de acidez;
•Determinação da absortividade no ultra-violeta e cor (Lovibond);
Avaliadas as propriedades físico-químicas dos óleos, foi traçado um paralelo entre os rendimentos reacionais de produtos e de subprodutos obtidos na reação de transesterificação (biodiesel, glicerina e sabão) de modo a permitir um posterior levantamento estatístico.
O Experimento foi conduzido no laboratório de química da UFMT, toda as medidas foram feitas em triplicata, adotando-se as médias aritméticas simples como resultado em todas as analises.




RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisou-se o óleo mediante determinações físicas de absortividade no u.v. (A232nm e A270nm) e cor (Lovibond), e químicas (índice de acidez (IA) e compostos polares (CP)). Análise sensorial de aceitabilidade foi realizada nos produtos. Os parâmetros-limite que determinaram o descarte do óleo foram: 25% de compostos polares, 1% de ácidos graxos livres e média de 7,0 para o teste de aceitabilidade. Os resultados ao final do período foram: IA, 0,282; CP, 18,8%; cor Lovibond 14Y/2R; A232nm de 9,213; A270nm de 2,409 e 7,96 para o teste de aceitabilidade.


CONCLUSÕES: Analisou-se o óleo mediante determinações químicas. Com base nos resultados obtidos,concluiu-se que, apesar do aquecimento do óleo ter levado a alterações hidrolíticas e oxidativas, os parâmetros não atingiram o nível de descarte, indicando que o óleo de soja submetido a essas condições de fritura pode ser usado por algumas horas.


AGRADECIMENTOS: Agradecimentos são prestados em reconhecimento à colaboração e apoio da FAPEMAT, UFMT, CEFETMT.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, S.L.; Dabdoub, M. j.;Hurtado, G.R. Applied Catalysis A: General 2006, 313,146-150.

FURASTÉ, P.A., Normas Técnicas para o Trabalho Científico. Explicitação das Normas da ABNT. 13 ed. Porto Alegre, RS:sn.,2004.

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Ministério da Indústria e do Comércio, MIC; Produção de Combustíveis Líquidos a partir de Óleos Vegetais; Secretaria de Tecnologia Industrial;Coordenadoria de Informações Tecnológicas; Brasília, DF,1985.

MORETO, Eliane; FETT, Roseane. Tecnologia de Óleos e Gorduras Vegetais na Indústria de Alimentos. São Paulo: Varela, 1998.