ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA SE APRENDER QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: PONTES,A.N (UEPA) ; SANTOS,D.C.P. (UEPA) ; BATALHA,S.S.A. (UEPA) ; FREITAS,C.K.A (UEPA) ; SERRÃO,C.R.G (UEPA)

RESUMO: Com o objetivo de visualizar a importância da avaliação e a utilização de recursos didáticos no ensino da Química, como fatores que influenciam no processo de motivação do aluno, realizamos uma pesquisa em escolas públicas do Ensino Médio da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, que fazem parte da Secretaria de Estado de Educação. Para coleta de dados, utilizamos como instrumento de pesquisa questionários. Os questionários continham perguntas acerca do método de avaliação nas aulas de Química e o uso de recursos didáticos. Observamos que a inovação tecnológica mais utilizada em todos os níveis de ensino é o bom e velho quadro e o giz/pincel. E a forma de avaliação mais utilizada no ensino da química é o método tradicional,como conseqüência, os alunos passam a ter aversão à Química.

PALAVRAS CHAVES: nível médio; motivação; química.

INTRODUÇÃO: A aprendizagem significativa ocorre pela inter-relação entre o que já se sabe e as novas idéias que levam a uma associação de informações e construção de sentidos para uma nova informação. Esta teoria, apresentada na década de 80, vem em oposição à aprendizagem mecânica, caracterizada principalmente pela relação desconexa entre o conhecimento e a estrutura cognitiva do aluno (FERREIRA, 1998). Nesse sentido, surge então um novo desafio para os educadores de todos os graus de ensino: tornar compatível o ensino de Química com as necessidades e interesses de boa parte dos alunos nas escolas de ensino fundamental e médio, pois muitos alunos demonstram dificuldades no aprendizado de Química. Além disso, o advento de novas tecnologias e a adoção de práticas pedagógicas inovadoras têm contribuído para melhorar o processo ensino-aprendizagem de Química. Essas ações promovem a motivação e despertam o interesse pelo aprendizado da disciplina, contribuindo de forma eficaz no processo educativo, uma vez que associam o conteúdo de Química à realidade do dia-a-dia (RIBEIRO, 2007). Diante desse quadro, o presente trabalho objetiva fazer um estudo sobre a importância da avaliação da aprendizagem e a utilização de recursos didáticos no ensino da Química, como fatores que influenciam diretamente no processo de (des)motivação do alunado.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2007, o universo consistiu de alunos de escolas públicas de ensino médio, pertencentes aos 15 pólos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que contemplam todas as escolas da rede estadual de ensino da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, com exceção da região das Ilhas. Em cada pólo foram eleitas pelo menos 50% de escolas a serem pesquisadas, num total de 29. Em cada escola, a pesquisa foi feita com um professor, totalizando 29, e com três alunos (um de cada série do ensino médio), perfazendo um total de 87 alunos consultados. Para coleta de dados, utilizamos como instrumento de pesquisa dois questionários: um direcionado aos professores e outro aos alunos. Os questionários continham perguntas acerca da utilização de método de avaliação nas aulas de Química e o uso de recursos didáticos. Na análise dos resultados provenientes da coleta de dados, utilizamos o método de pesquisa quantitativo. Para tanto, os dados foram tabulados no software Excel para quantificar as informações obtidas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Perguntamos aos professores como eles avaliam seus alunos e aos alunos como eram avaliados. Dentre as alternativas, poderiam ser marcadas mais de uma opção, sendo: prova escrita, trabalhos, participação nas atividades desenvolvidas em sala de aula, seminários e produção de textos sobre os conteúdos. Na análise dos questionários aplicados aos professores, todos utilizam a prova escrita como principal método de avaliação, e 62% utilizam exclusivamente as provas escritas e os trabalhos. Apenas 51,72% dos professores assumem diversificar os métodos avaliativos. Já alunos, confirmaram como principal método avaliativo o uso de provas escritas pelos docentes. Em seguida, com 60,9% a execução de trabalhos. Apenas 16,1% dos alunos afirmaram que seus professores os avaliam em atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo, 13,8% utilizam também apresentações de seminários e 2,3% incentivam os alunos a produzirem textos acerca dos temas estudados. Quando a pergunta é sobre o uso de recursos didáticos, todos os docentes utilizam como principal recurso didático o quadro e o giz/pincel. Destes, 48,27% adicionam às suas aulas o uso de apostilas e resumos, porém apenas 31,02% utilizam os recursos proporcionados pelos avanços tecnológicos como computador, data show, aparelho de tv, dvd e retroprojetor. Já aos dados obtidos pelos alunos, confirmam o uso de quadro e o pincel/giz nas aulas de química. No entanto, observa-se a contradição entre os relatos de professores e alunos, pois apenas 3,44% dos alunos de ensino médio afirmam que seus professores ministram as aulas utilizando os recursos tecnológicos já citados. Com isso, observamos que a inovação tecnológica mais utilizada em todos os níveis de ensino é o bom e velho quadro e o giz/pincel.



CONCLUSÕES: A análise dos dados nos mostra que apesar de toda tecnologia disponível, observamos que o recurso didático mais utilizado em todos os níveis do ensino médio é o bom e velho quadro e o giz/pincel. Atualmente, sabemos da importância da integração do uso de novas tecnologias voltadas ao ensino como instrumento facilitador e motivador no processo de ensino e aprendizagem. Porém, muitos professores adotam métodos de ensino, onde o aluno é visto como um sujeito passivo à ação do docente. Como conseqüência, os alunos passam a ter aversão à Química e a freqüência às aulas se torna um fardo que eles têm que carregar até a conclusão do Ensino Médio.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERREIRA, Vitor F. As tecnologias interativas no ensino. Departamento de química orgânica. Universidade federal fluminense – Niterói, 1998.

RIBEIRO, Antônia; Castro, Jane Margareth de; Regattieri, Marilza Machado Gomes. Tecnologias na sala de aula: uma experiência em escolas públicas de ensino Médio. Brasília: UNESCO, MEC, 2007.