ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DA DELONIX REGIA

AUTORES: MAGALHÃES, L. P. M., (UFPE) ; SILVA, T. G (UFPE) ; ALBUQUERQUE, J. F. C. (UFPE)

RESUMO: A Delonix regia é uma planta puramente ornamental de grande porte, com flores vermelhas, florescendo principalmente no verão com duração de aproximadamente seis meses. Contém vagens alongadas e pertence a família Leguminosae, brota principalmente no nordeste do Brasil. A madeira foi colhida na Cidade Universitária, seca a temperatura ambiente e moída. O material foi extraído em triplicata com etanol e em seguida com água quente com o objetivo de estudar a toxicidade aguda. Para o teste foram utilizados camundongos albinos swiss Mus musculus com 60 dias de idade, de ambos os sexos, pesando entre 25 e 30g. O material foi administrado por via intraperitoneal na dose de 1000 mg/Kg. Nas condições testadas, o extrato não apresentou letalidade, alterações comportamentais ou sinais de toxicidade.

PALAVRAS CHAVES: delonix regia, leguminosae, flamboyant.

INTRODUÇÃO: Desde os tempos primitivos, o homem busca nas plantas a fonte de seu bem estar, seja como alimento, vestuário ou medicamento. Nas plantas medicinais, ele encontrou a forma mais eficaz e econômica de curar doenças. O processo de evolução da “arte da cura” se deu de forma empírica, em processo de descobertas por tentativas, de erros e acertos (MORS, 1982). Neste processo os povos primitivos propiciaram a identificação de espécies e de gêneros vegetais bem como das partes dos vegetais que se adequavam ao uso medicinal, do reconhecimento do habitat e da época da colheita (LEVI–STRAUSS,1989; SCENKEL, 1985). As plantas contribuem com grande parte na cura de muitas doenças existentes na humanidade. Assim, as plantas foram responsáveis pela medicina dos chineses, indianos e grande parte dos nativos das tribos existentes na terra. Baseados nesses ensinamentos, os europeus desenvolveram os medicamentos sintéticos espelhados nos compostos isolados das plantas. Por isso o estudo das plantas vem despertando interesse de pesquisadores através da química de produtos naturais. Delonix regia é uma planta puramente ornamental de grande porte, com flores vermelhas, florescendo principalmente no verão com duração de aproximadamente seis meses. Contém vagens alongadas e pertence a família Leguminosae, brota principalmente no nordeste do Brasil. É conhecida por flor-do-paraíso, pau-rosa, flamboyant e acácia-rubra. Trata-se de uma árvore frondosa, com raízes bastante proeminentes, formando as vezes um destacado muro ao seu redor, principalmente quando a árvore tem bastante idade. É nativa da ilha de Madagascar, no continente africano. De acordo com dados da literatura, não é conhecido nenhum estudo biológico dessa planta, portanto estamos testando as propriedades medicinais pela primeira vez.

MATERIAL E MÉTODOS: A madeira da Delonix regia foi colhida de árvores existentes na cidade Universitária, campus da UFPE, foi seca à temperatura ambiente e triturada em moinho elétrico. O material após trituração pesou 750 gramas. Esse material foi extraído com etanol e em seguida com água quente. Cada extração foi realizada três vezes consecutivas sob agitação magnética. Para o estudo da toxicidade aguda foi escolhido o extrato aquoso devido a sua fácil diluição em água. O extrato foi evaporado em sistema rotatório à temperatura de 30ºC. Em seguida foi seco em dessecador contendo sílica, durante dois dias. Após esse período foi pesado 0,500 g do material e submetido aos testes de toxicidade. Para avaliar a toxicidade aguda da Delonix regia foram utilizados grupos de camundongos albinos swiss Mus musculus com 60 dias de idade. A Escolha dos animais foi efetuada através da seleção de camundongos fêmeas. Para iniciação dos testes os animais foram marcados, pesados e separados. O peso dos animais escolhidos variou entre 25 e 30g, e foram provenientes do biotério do Departamento de Antibióticos da UFPE. Para administração da dose do extrato aquoso da madeira da Delonix regia, foi utilizada a via intraperitoneal na dose de 1000 mg/Kg de peso corporal no grupo tratado e apenas o veículo para o grupo controle. O teste seguiu métodos da literatura (Berlion, 1988; Karber e Bheerens, 1964). O extrato foi preparado utilizando água destilada como agente suspensor. Após a administração das substâncias, os animais ficaram sob observação constante nos primeiros 60 minutos. Após este período, os animais foram observados durante 14 dias consecutivos e as modificações comportamentais foram observadas, não apresentando morte ou qualquer outro sinal de toxicidade, suas respectivas latências foram registradas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O resultado desse trabalho foi baseado na definição de dose letal encontrada na literatura, onde menciona que dose letal (DL50) é a quantidade de uma determinada substância em estudo, que é necessário ingerir ou administrar para provocar a morte a pelo menos 50% da população em estudo. Para isso foram utilizados grupos de animais sadios com idade adulta, de preferência camundongos fêmeas com peso entre 25 e 30g. Os animais foram seletivamente escolhidos e isolados em gaiolas separadas e observados durante três dias, após esse período foi constatado que os camundongos gozavam de perfeita saúde e o trabalho foi iniciado. Durante esse período foi administrada água e alimentação normal. A administração da dose foi efetuada por via intraperitoneal, na dose de 1000 mg/Kg de peso corporal no grupo tratado. No grupo controle foi utilizado apenas o veículo. O teste seguiu métodos da literatura (BERLION, 1988; KARBER & BHEERENS, 1964). Após a administração da dose os animais foram observados durante uma hora e não apresentaram nenhum comportamento estranho, permanecendo normais e sem agitação. Durante o tempo escolhido para observação não houve nenhuma alteração em relação ao comportamento e saúde. Dentro de um período de 14 dias consecutivos de monitoramento, os animais foram visitados pela equipe de trabalho sem registrar nenhum dado anormal, as animais continuaram como se nenhuma substância estranha tivesse sido administrada. Após esse período as respectivas latências dos animais foram registradas e não apresentaram morte ou qualquer outro sinal de toxicidade nem alteração comportamental. Assim, podemos afirmar que nas condições testadas o extrato aquoso da Delonix regia não apresentou sinais de toxicidade, sendo necessários ensaios com doses maiores para se determinar a DL50.

CONCLUSÕES: Os teste da DL50 foram realizados com grupos de camundongos albinos swiss, adultos, Mus/musculus com 60 dias de idade. Foi utilizada a via intraperitoneal na dose de 1000 mg/Kg de peso corporal no grupo tratado e, apenas o veículo para o grupo controle. Entre os extratos obtidos, o teste de toxicidade aguda foi realizado apenas com o extrato aquoso por ser facilmente solúvel em água. O teste foi realizado com animais adultos e sadios. Nas condições testadas, o extrato da Delonix regia não apresentou letalidade, alterações comportamentais ou indícios de toxicidade. A Delonix regia não é tóxica

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERLION, M. M. Miser and point d’un system de selection de substances antitumoral application a l’étude d’analogues struturaux de la geopetaline. Tese de doutorado 1988, 383p.

KARBER, G. E.; BEHRENS, B. Statiscal methods in biological assay. Ed. Griffin Ch. and Co, London, 1964.

LEVI – STRAUSS, C. A., A Ciência do Concreto. In: O Pensamento Selvagem. Papirus Editora, Campinas, pp. 15-50, 1989.

MORS, W.,Plantas Medicinais. Ciências Hoje, v. 1, n. 3, pp. 51-54, Rio de Janeiro, 1982.

SCHENKEL, E. P. O Espaço Das Plantas Medicinais e Suas Formas Derivadas Na Medicina Científica. Cad. De Farmácia v. 1, n. 2, pp. 65-72, 1985.