ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Derivado de Antraquinona produzido pelo fungo endofítico Pestalotiopsis guepinii.

AUTORES: RODRIGUES, M.S. (UFPA) ; SANTOS, L.S. (UFPA) ; OLIVEIRA, M.N. (UFPA) ; LOPES JUNIOR, M.L. (UFPA) ; RIPARDO FILHO,H.S. (UFPA) ; TAVARES, J.L. (UFPA) ; RODRIGUES FILHO, E. (UFSCAR) ; SOLANO, F.A.R. (UFPA) ; ARRUDA, M.S.P. (UFPA) ; GUILHON, G.M.S.P. (UFPA) ; OLIVEIRA, M.C.F. (UFC)

RESUMO: A substância ácido pasteico foi isolada por cromatografia líquida de alta eficiência a partir da mistura das frações Hexano/AcOEt 80% e AcOEt 100% obtida a partir do fracionamento da fase acetato de etila originada da partição líquido-líquido do extrato MeOH-1 do arroz. A substância, ácido pasteico foi identificada utilizando as técnicas uni e bidimensionais de RMN 1H e 13C e espectrometria de massas, além de comparação com dados da literatura.


PALAVRAS CHAVES: acido pasteico, pestalotiopsis guepinii

INTRODUÇÃO: Os endófitos são potencialmente úteis na agricultura e na indústria, podendo ser ainda utilizados como vetores para introdução de genes de interesse nas plantas, como agentes inibidores de pragas e patógenos1 e como fonte de metabólitos primários e secundários de interesse. Nesse contexto, o estudo químico da biomassa produzida pelo fungo P. guepinii isolado das folhas de V.michelii vem contribuir na busca de substâncias novas, assim como para o conhecimento da diversidade dos microorganismos de plantas da Amazônia.
Com o objetivo de caracterizar a biomassa produzida pelo endófito, a partição acetato de etila do extrato metanólico-1 foi submetida a métodos cromatográficos com o conseqüente isolamento da substância ácido pasteico um derivado de antraquinona.


MATERIAL E MÉTODOS: O fungo P.guepinii foi cultivado em arroz e incubado por um período de 30 dias. Após o período de incubação o sistema foi tratado com metanol levando à obtenção do extrato metanólico-1 que foi particionado com hexano, diclorometano e acetato de etila. A fase acetato de etila foi submetida à cromatografia clássica e as frações hex/AcOEt 80% e AcOEt 100% foram reunidas e submetidas a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) levando ao isolamento da substância conhecida como ácido pasteico, um derivado de antraquinona.
O isolamento se deu em uma coluna synergi fusion C18 4 (250 mm x 10 mm) da phenomenex, com um sistema isocrático composto por H2O:MeCN 1:1 acidificada (1% de HCOOH) a um fluxo de 4,7 mL/min e comprimento de onda de 254 nm. A figura 3 mostra o cromatograma da eluição. A substância, ácido pasteico foi identificada utilizando as técnicas uni e bidimensionais de RMN 1H e 13C e espectrometria de massas, além de comparação com dados da literatura.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A substância ácido pasteico foi isolada por cromatografia líquida de alta eficiência a partir da fração Hexano/AcOEt 80% obtida do fracionamento da fase acetato originada da partição líquido-líquido do extrato MeOH1 do arroz.
A substância citada são cristais na forma de agulhas, sua elucidação estrutural se deu pelas técnicas de RMN, MS e IV.
No espectro de RMN 1H, observam-se sete sinais característicos: um singleto em 2,08 ppm com integração para três hidrogênios, típico de grupo metila, dois singletos em 3,78 ppm e 3,80 ppm ambos integrando três hidrogênios, característicos de grupos metoxilas, dois singletos integrando um hidrogênio cada em 6,60 ppm e 6,77 ppm, um outro singleto em 7,25 ppm, ambos característicos de hidrogênios aromáticos e em 7,86 ppm um sinal que pode ser atribuído às hidroxilas fenólicas, os demais sinais que podem ser observados são referentes ao solvente piridina utilizado para a obtenção dos espectros.
No espectro de RMN 13C observam-se 17 sinais e é coerente com as observações já citadas no espectro de RMN de 1H. Observam-se sinais característicos de grupo metila (21,6 ppm), grupos metoxilas (52,3 ppm e 56,2 ppm) e o sistema aromático (102 ppm – 116 ppm). Os sinais em 165,9 ppm e 174,5 ppm sugerem a presença de carbonilas de éster nesta substância.



CONCLUSÕES: O estudo da fase acetato de etila levou ao isolamento de um derivado de antraquinona, o ácido pasteico, desta forma sugere-se que a linhagem em questão, o endofítico P. guepinii produz preferencialmente metabólitos secundários pertencentes a esta classe de compostos. Até nosso conhecimento, este é o primeiro relato da produção de ácido pasteico por P. guepinni.

AGRADECIMENTOS: A UFPA, EMBRAPA, CAPES/ PROCAD e ao CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1Souza, A. Q. L.; Souza, A. D. L.; Astolffi Filho, S.; Belém Pinhiro, M. L.; Sarquis, M. I. M.; Pereira, J. O. Acta Amazônica. 34, 185-195, 2004.
2Moniloba, A.; Raymond L. E.; Thomas L.; Derek J.; Maitland, L. S.; Anthony J. S. W. J. Chem. SOC., Perkin Trans. 1, 1419-1425, 1996.