ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Bioensaios Antimicrobianos de Derivados de Antraquinona produzidos pelo fungo endofítico Pestalotiopsis guepinii.

AUTORES: RODRIGUES, M.S. (UFPA) ; SOLANO, F.A.R. (UFPA) ; OLIVEIRA, M.N. (UFPA) ; LOPES JUNIOR, M.L. (UFPA) ; TAVARES, J.L. (UFPA) ; SANTOS, L.S. (UFPA) ; RIPARDO FILHO, H.S. (UFPA) ; ARRUDA, M.S.P (UFPA) ; GUILHON, G.M.S.P (UFPA) ; RODRIGUES FILHO, E. (UFSCAR) ; OLIVEIRA, M.C.F (UFC)

RESUMO: Este trabalho descreve o potencial antimicrobiano de deriviados de antraquinona produzidas pelo fungo endofitico pestalotiopsis guepinii frente a cepas de Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosas (ATCC 9027) e uma cepa selvagem de Cândida albicans, freqüentemente isoladas em infecções que apresentam elevada resistência aos antimicrobianos. As quatro substâncias isoladas (Isossulocrina (S1), cloroisossulocrina (S2), ácido pasteico (S3) e uma lactona aromática inédita (S4), sendo a atividade antimicrobiana em placas determinada pelo método de difusão em disco. Entre as substâncias submetidas a ensaios bacterianos apenas a substância S4 mostrou-se ativa frente a espécie S. aureus.

PALAVRAS CHAVES: pestalotiopsis guepinii, antraquinona, ensaio antimicrobiano

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de qualquer novo antimicrobiano vem sendo acompanhado de resistência bacteriana e a emergência de patógenos resistentes aos antimicrobianos é uma ameaça a esses avanços. O aparecimento de resistência resulta em diversos fatores, tais como: uso crescente e inadequado de antimicrobianos, procedimentos invasisos, grande número de hospedeiros susceptíveis e falhas terapêuticas, entre outros, ocasionando aumento da transmissão de organismos multirresistentes. Atualmente, muitas cepas são resistentes a quase todos antimicrobianos e a perspectiva de aparecimento de uma cepa resistente a todos os antimicrobianos constitui uma séria preocupação1.
A necessidade de encontrar novas substâncias com propriedades antimicrobianas para serem estudadas no combate a esses microrganismos representa um desafio no tratamento de infecções2.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ação antimicrobiana de quatro derivados de antraquinonas, isolados da biomassa produzida pelo endofítico Pestalotiopsis guepinii frente cepas de Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosas (ATCC 9027) e uma cepa selvagem de Cândida albicans, freqüentemente isoladas em infecções que apresentam elevada resistência aos antimicrobianos.

MATERIAL E MÉTODOS: Do estudo químico da biomassa produzida pelo fungo endofítico Pestalotiopsis guepinii isolado a partir de folhas jovens da espécie Virola michelii. O fungo foi cultivado em diferentes substratos (arroz e Czapek`s) e após o período de incubação foram obtidos os extratos de cada meio de cultivo.
Os extratos foram submetidos à cromatografia clássica e as frações resultantes analisadas por CLAE. Foram isoladas quatro substâncias, Isosulocrina e uma Lactona Inédita, cloroisosulocrina e o Ácido pasteico.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: As quatro substâncias isoladas, isossulocrina(S1), cloroisossulocrina (S2), ácido pasteico (S3) e uma lactona aromática inédita (S4) foram submetidas à bioensaios antimicrobianos. A atividade antimicrobiana em placas foi determinada pelo método de difusão em disco. Os discos de papel esterilizados em autoclave e com 6 mm de diâmetro foram umedecidos com as soluções (10 uL por disco) das substâncias a serem testadas na concentração de 10 ug/uL e incubados por 24 horas a 37º C em estufa para eliminar parte do DMSO, utilizado no preparo das soluções das substâncias.
Entre as quatro substâncias testadas apenas a substância isossulocrina mostrou atividade exibindo um alo de inibição de 13 mm frente a espécie Staphylococcus aureus e, por este motivo, a substância foi selecionada para análise no ultravioleta, para obtenção de resultados mais precisos
A substância isossulocrina teve seu efeito bactericida avaliado nas concentrações de 1000 ug/mL, 750 ug/mL, 500 ug/mL, 250 ug/mL e 125 ug/mL. A substância mostrou-se ativa, causando uma diminuição da concentração bacteriana em todas as concentrações testada. O MIC não foi determinado por insuficiência de massa de isossulocrina disponível.


CONCLUSÕES: Das quatro substâncias testadas apenas a isossulocrina mostrou atividade frente à espécie bacteriana S. aureus, exibindo efeito bactericida até a menor concentração testada, ou seja, 125 ug/mL.

AGRADECIMENTOS: Ao Curso de Pós-Graduação em Química da UFPA. Ao PIBIC/CNPq pelas bolsas de IC e apoio financeiro. À CAPES/PROCAD pela bolsa de Doutorado e apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 SCHAECHTER, M.; ENGLEBERG, N. C.; EISENSTEIN, B. I.; MEDOFF, G. Microbiologia. 3ªEd.Guanabara Koogan:120-127, 2002.

2 PEREIRA, R. S.; SUMITA, T. C.; FURLAN, M. R.; JOGE, A. O. C.; UENO, M. Rev.Saúde Púplica. 38 (2): 326-328, 2004.