ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: ESTUDO DOS ÁCIDOS GRAXOS PRESENTES NO ÓLEO ARTESANAL DO PATAUÁ (Oenocarpus batauá).

AUTORES: FARIAS, F. A. (UFPA) ; DAMASCENO, G. T. (UFPA) ; FOPNSECA, A. R. L. (UFPA) ; SILVEIRA, A. J. A. (UFPA(NMT)) ; CONCEIÇÃO, L. R. V. (UFPA(LAPAC)) ; SILVA, X. (UFPA)

RESUMO: Este trabalho enfatizará uma breve abordagem da fenologia do Patauá (Oenocarpus batauá), que também é conhecida como “oliveira da Amazônia” por suas peculiaridades dentre os demais frutos do Brasil, sua importância econômica na sociedade da ilha do Marajó (São Sebastião da Boa Vista, localidade do Rio Pacujutá), o estudo dos ácidos graxos, apresentando cerca de 0,3463% em ômega 3; 3,4863% em ômega 6 e 70,3286% em ômega 9, que foram identificados por cromatografia gasosa no laboratório de pesquisa da UFPA – LAPAC (Laboratório de Pesquisas e Analises de Combustíveis). Abordando a importância desses ácidos graxos essenciais na saúde dos ribeirinhos que o consomem.

PALAVRAS CHAVES: ácidos graxos, patauá, ômegas.

INTRODUÇÃO: Conhecido como “Oliveira da Amazônia”, o Patauá (Oenocarpus batauá) palmeira solitária de estipe em media quinze metros de altura (Pesce, 1941). Produz cachos de 2,5-3,5 cm de comprimento, conservado na base, uma cúpula endurecida formada pelo perianto que acompanha o crescimento do mesmo; epicarpo liso, roxo-escuro na maturação e recoberto por uma tênue camada cerosa, esbranquiçada; mesocarpo carnoso com elevado teor de óleo; semente recoberta por delicadas fibras achatadas, endosperma córneo, ruminado (Cavalcante, 1991). O Patauá distribui-se por toda América do sul até o Panamá. Ocorre em toda Amazônia com maior incidência nas matas de várzea do estuário, no Pará, mais precisamente na Ilha do Marajó. A importância dessa palmeira reside sobre tudo no óleo retirado do fruto o qual pode facilmente substituir o azeite de oliva, “pelas suas constantes químicas, pelo gosto e cheiro, quando refinado ele se aproxima muito do azeite de oliva” (Perce, 1941). O óleo de Patauá já foi largamente consumido, tanto na capital e até mesmo em outros países, pois segundo Pesce, 1941, o óleo de Patauá substituiu o azeite de oliva durante a guerra de 1914 em certa proporção, pois o azeite de oliva encontrava dificuldade de exportações naquela época. Hoje, este óleo já não é mais produzido em larga escala pela dificuldade do cultivo da árvore de Patauá, do pouco rendimento do óleo e da falta de aparelhos especiais para trabalhar com este fruto, o óleo é produzido apenas para o consumo da população local.

MATERIAL E MÉTODOS: O fruto do Patauá foi coletado no município de São Sebastião da Boa Vista, localidade do Rio Pacujutá, na Ilha do Marajó/PA, o qual foi retirado o óleo artesanalmente. Foram coletados dez quilos do fruto e no mesmo dia foram colocados em água morna para amolecer a polpa, em seguida ocorreu o processo da retirada da polpa que foi amassada, logo após o vinho extraído foi levado ao fogo à lenha por cerca de duas horas com bastante água. Para a separação do óleo e do vinho, esperou-se esfriar a solução de vinho e óleo, sendo que este foi retirado com auxilio de uma colher. Depois, filtrou-se o óleo ainda restando algumas gotas de água, misturado em óleo, colocou-se novamente para ferver para que a água evaporasse totalmente. O óleo obtido depois de todos os processos foi armazenado em uma garrafa de vidro e trazido até Belém, onde foi submetida à análise no laboratório de pesquisa da UFPA – LAPAC (Laboratório de Pesquisas e Análises de Combustíveis). A composição em ácidos graxos do óleo de Patauá foi determinada por cromatografia gasosa, utilizando o método oficial AOCS Ce 1-62, Cromatográfo VARIAN CP 3800, com detector de ionização de chama FID, vale ressaltar que o óleo foi esterificado pelo método oficial AOCS Ce 2-66, pelo operador Leyvison Rafael Vieira da Conceição, no dia nove de dezembro de dois mil e oito, as treze horas e doze minutos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Verificou-se que o óleo de Patauá possui quantidade significativa de ômegas 3, 6 e 9, os ácidos graxos essenciais foram detectados a partir da Cromatografia Gasosa e obtivemos os seguintes resultados: cerca de 0,3463% em ômega 3 (Ácido Linolênico); 3,4863% em ômega 6 (Ácido Linoléico) e 70,3286% em ômega 9 (Ácido Oléico). Informações na literatura apontam uma aproximação do óleo do Patauá com o da Oliva se deve a semelhanças organolépticas (cor, gosto, cheiro, etc.), químicas (os ácidos graxos) e físico-químicas (índice iodo, saponificação e densidade relativa) que estes apresentam e de que o Patauá pode ser um forte concorrente com a Oliva, caso seu óleo fosse industrializado, porém devido não ter estes equipamentos específicos e voltados a sua industrialização, o óleo de Patauá não é comercializado como o de Oliva. De acordo com a análise do óleo de Patauá os valores em termos percentuais dos ácidos graxos ômegas 3, 6 e 9 foram satisfatórios e maostraram que este fruto possui nutrientes importantes.

CONCLUSÕES: A análise do óleo artesanal do Patauá, colhido na ilha do Marajó/PA, em São Sebastião da Boa Vista, mostrou que o mesmo contém teores significativos de ácidos graxos essenciais que são os ômegas 3, 6 e 9, dentre estes três ácidos graxos essenciais destaca-se o Ácido Oléico (Ômega 9) com niveis percentuais elevados, sendo que os demais apresentam concentrações quase insignificante em relação ao Ômega 9, estes são vitais para saúde humana, porém não podem ser produzidos pelo nosso organismo, assim, precisam ser obtidos através de nossa alimentação.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: McMurry, John. Química orgânica – Combo. Tradução da Sexta Edição Norte – Americana. Editora Thomson. São Paulo – SP, 2006

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Cavalcante, Paulo B. Frutas comestiveis da amazonia – 5ª Edição. Museu Paraense Emilio Goeldi. Edições Cejup. Belém – PA 1991.

Pesce, Celestino. Oleaginosas da Amazonia. Editora Revista da Veterinaria. Belém – PA 1941.

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