ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TEOR DE ÓLEO DE MAMONA (Ricinus communis L.) OBTIDO EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE IRRIGAÇÃO.

AUTORES: FARIAS, E. X. (DQAFQ-UFC) ; MAGALHÃES, A. C. (DQAFQ-UFC) ; BEZERRA, F. M. L. (DQAFQ-UFC)

RESUMO: Avaliou-se o teor de óleo de mamona em diferentes condições de lâmina de água em três cultivares de mamona. O óleo foi extraído por extrator de Soxhlet, utilizando hexano como solvente. Verificou-se que o teor de óleo foi maior quando se empregou a cultivar Mirante em tratamento de irrigação T3.

PALAVRAS CHAVES: ricinus communis l, irrigação, extração por solvente.

INTRODUÇÃO: A mamoneira é uma oleaginosa que possui várias aplicações industriais. O óleo é o principal produto, e pode ser utilizado na fabricação de tintas, vernizes, sabões, fibras sintéticas, plásticos, corantes, lubrificantes, bem como combustível de motores a diesel. O uso do óleo da mamona para produção de biodiesel vem sendo bastante incentivado, por ser uma cultura de ampla adaptação climática, capaz de produzir tanto na região norte quanto ao sul do Brasil. Outro aspecto importante deve-se ao fato do biodiesel, ser um combustível renovável o que causa menores danos ao meio ambiente. No Brasil, a região sudeste registra os maiores rendimentos de grãos por hectare plantado, contudo é o Nordeste o responsável por aproximadamente 90 % da produção nacional. Tal fato decorre da existência de extensas áreas destinadas a produção desta cultura no Nordeste, de aproximadamente 146,3 mil hectares, o que representa cerca 95 % da área total brasileira destinada ao cultivo da oleaginosa (CONAB, 2008). Em face da importância da mamoneira como oleaginosa tanto para a produção de biodiesel bem como por uma questão socioambiental para o Nordeste, em especial o estado do Ceará, há a necessidade de melhoria do seu sistema produtivo. Pesquisas com esta cultura vêm se intensificando nos últimos anos buscando condições que aumentem o rendimento e qualidade deste óleo. Portanto o objetivo desta pesquisa foi avaliar o teor de óleo das variáveis produtivas de três cultivares de mamoneira de importância agrícola (IAC Guarani, Mirante 10 e BRS Paraguaçu) a cinco níveis de irrigação por gotejo.

MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se três cultivares de mamoneira de importância agrícola (IAC Guarani, Mirante 10 e BRS Paraguaçu) submetidas a cinco níveis de irrigação baseada na evaporação do tanque classe A ECA.. Realizaram-se três repetições para cada nível por cultivar. As plantas foram submetidas aos tratamentos (T1-25%, T2-50%, T3-75%, T4-100%, T5-125%). Para extração do óleo as sementes foram trituradas e levadas a estufa para determinação da umidade, como também ao extrator de Soxhlet, utilizando hexano como solvente. Para efeito de amostragem consideraram-se as sementes obtidas do racemo principal, secundário e terciário das plantas. No total foram feitas 135 extrações. O procedimento utilizado para as extrações foi realizado conforme estabelecido na literatura (MATOS, 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Constatou-se que o maior rendimento de óleo foi obtido com a cultivar Mirante empregando-se o T3, sendo em torno de 45% em média como pode ser visualizado na figura 1. Este valor é concordante com o obtido na Literatura (SOUZA, 2007) em outras condições. Isto significa que maior quantidade de água não implica necessariamente em maior produção de óleo, fato que é relevante uma vez que investimentos hídricos no Nordeste brasileiro têm custos elevados, fato que certamente implicará em uma diminuição no custo final do produto. Para os demais tratamentos verificou-se que o teor de óleo não variou significativamente.



CONCLUSÕES: Embora as diferenças no teor de óleo entre as cultivares seja pequena, a cultivar Mirante apresenta maior viabilidade econômica associada com o nível de irrigação, estudos posteriores serão feitos para verificar a qualidade do óleo extraído nas diversas situações apresentadas.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Universidade Federal do Ceará pelo suporte concedido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em: < http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/MamonaSerieHist.xls>. Acesso em: 13 out. 2008.

MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica experimental. Fortaleza: EUFC, 1998.

SOUZA, A. dos S. Manejo cultural da mamoneira: Época de plantio,irrigação, espaçamento e competição de cultivares. 2007. 211f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Fortaleza.