ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: CÁLCULO DO ERRO PRÁTICO EM ANÁLISES DE CÁTIONS E ÂNIOS EM ÁGUAS

AUTORES: ROCHA,T.S. (UFBA) ; BERETTA,M (UFBA)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo calcular e avaliar o erro das análises de cátions e ânions em águas subterrâneas coletadas nos poços tubulares do semi-árido baiano. O método utilizado foi o de Custódio & Llamas. Todas as amostras apresentaram valores de condutividade elétrica maiores que 2000 µS/cm o que reportaria a erros menores que 4%. Pelos valores encontrados do erro prático os resultados apresentaram-se consistentes para todas as analises realizadas.

PALAVRAS CHAVES: balanço iônico, erro prático, águas

INTRODUÇÃO: A água é um solvente químico muito ativo que interage com grande facilidade com o meio percolado dissolvendo e reagindo com substâncias orgânicas e inorgânicas. Nas regiões dos aqüíferos cristalinos as formas iônicas resultam de processos mecânicos e químicos de intemperismo das rochas, sendo que os minerais primários possuem componentes iônicos de Na+, Ca2+, Mg2+ e K+ ligados fracamente à estrutura silicatada de alumínio. Nos processos químicos ocorre a decomposição dos minerais através de reações simultâneas de hidratação, hidrólise, oxidação e dissolução resultando as formas iônicas na água. Os principais constituintes iônicos estão em quase todas as águas subterrâneas, representando, assim, suas características e concentrações. Identificá-los e quantificá-los, dentro dos requisitos de qualidade analítica, é de extrema importância para uma análise hidroquímica. O cálculo do erro das análises é utilizado para avaliar as informações das análises laboratoriais confirmando, portanto, a consistência dos resultados. Muitos critérios podem ser utilizados, tais como a soma das concentrações dos constituintes para calculo de sólidos totais dissolvidos ou o balanço de carga; (EATON et al, 2005). O critério escolhido dependerá da quantidade de informações da analise.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram coletadas em poços tubulares do semi-árido baiano sendo que os cátions analisados foram sódio,potássio, cálcio e magnésio e os ânions cloreto, sulfato,carbonatos e bicarbonatos.
Neste trabalho para o cálculo do balanço iônico e do coeficiente de erro das análises hidroquímicas utilizou-se o método de Custódio & Llamas (1983). O método consiste em avaliar se a soma dos miliequivalentes de ânions é igual a soma dos miliequivalentes de cátions. Na prática existe uma diferença entre ambas as cifras, que é devida aos erros acumulados das determinações individuais, e também por não levar em conta as contribuições iônicas menores. Segundo este autor o erro prático é calculado da seguinte forma:
Erro prático: Ep (%) = [(rsoman – rsomap) / 1/2(rsomap+rsoman)] *100, onde:
rsoman: concentração total de ânions em meq/L;
rsomap: concentração total de cátions em meq/L;
O erro teórico é o erro prático máximo permitido levando em consideração a condutividade elétrica (CE) de acordo com a relação apresentada a seguir:

CE(µS/cm)[Erro permitido(%)]: 50[30]; 200 [10]; 500[8]; 2000[4]; >2000[>4]


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados dos somatórios dos ânios e cátions, em meq/L e dos erros práticos encontrados e das condutividades elétricas estão apresentados na tabela 1. Para calcular o erro prático e avaliar a consistência dos resultados foi utlizado o método de Custódio & Llamas (1983), que considera o erro teórico, o erro prático levando em consideração a condutividade elétrica.

Tabela 1 - Somatório dos anions e cátions com os erros práticos (Ep%) da água de estudo (CE=Condutividade elétrica)



CONCLUSÕES: Todas as amostras apresentaram valores de condutividade elétrica maiores que 2000 µS/cm o que reportaria a erros menores que 4%. Pelos valores encontrados do erro prático os resultados apresentaram-se consistentes para todas as analises realizadas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUSTODIO, E.; LLAMAS, M.R. 1983. Hidrologia Subterrânea. 2 ed. Barcelona: Omega. 2v
EATON, A.D., CLERESCI, L.S., RICE E. W., GREENBERG, A.E. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 21ed. Washington, 2005