ÁREA: Ambiental

TÍTULO: PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA DO BIODIESEL OBTIDO ATRAVÉS DA TRANSESTERIFICAÇÃO DO ÓLEO DE SOJA E DA MISTURA DOS ÓLEOS DE SOJA, GIRASSOL, MILHO E CANOLA

AUTORES: PEREIRA, B. G. N. (IFES) ; CAVALCANTI, A. G. (IFES) ; GOMES, E. (IFES) ; PINHEIRO, A. G. (IFES) ; Ribeiro, A . V. F. N. () ; Sena, D. R. ()

RESUMO: RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo estudar as características físico-químicas de dois biodieseis obtidos pela reação de transesterificação seguida por cromatografia de camada delgada: um a partir de óleo de soja e outro a partir da mistura dos óleos de soja, canola, milho e girassol, por meio da análise da: densidade, viscosidade e acidez. Com os resultados, foi possível concluir que os biodieseis se enquadraram nos critérios exigidos pela ANP e que, o biodiesel obtido a partir da mistura de óleos apresenta propriedades satisfatórias quando comparado ao biodiesel obtido a partir de óleo puro. A abundância dessas matérias-primas no Brasil e a obtenção em escala industrial promoverá a geração de emprego, redução da importação de diesel e decréscimo da poluição atmosférica.

PALAVRAS CHAVES: biodiesel, biocombustíveis e transesterificação

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O petróleo, o carvão e o gás natural são fontes de energia limitadas e com previsão de esgotamento no futuro, portanto, a busca por fontes alternativas de energia é de suma importância. Neste contexto, os óleos vegetais, a gordura animal, os óleos e gorduras residuais aparecem como uma alternativa para substituição ao óleo diesel em motores de ignição por compressão. Esta possibilidade de emprego de combustíveis de origem agrícola em motores do ciclo diesel é bastante atrativa tendo em vista o aspecto ambiental, por serem uma fonte renovável de energia, e pelo fato do seu desenvolvimento permitir a redução da dependência de importação de petróleo. A utilização do biodiesel como combustível vem apresentando um potencial promissor no mundo inteiro. O biodiesel é perfeitamente miscível ao óleo diesel podendo ser utilizado puro ou em misturas sem que qualquer adaptação nos motores seja necessária. A maior parte do biodiesel atualmente produzido no mundo deriva do óleo de soja, utilizando metanol e catalisador alcalino, porém, todos os óleos vegetais, enquadrados na categoria de óleos fixos ou triglicerídeos, podem ser transformados em biodiesel. O presente trabalho traz uma perspectiva do desenvolvimento de dois biodieseis, um à base de soja e outro a partir da mistura dos óleos de soja, canola, milho e girassol, com o propósito de estudar as características físico-químicas para aplicações em bioenergia. Dessa maneira serão utilizados como método de produção a transesterificação, e como processos de caracterização a especificação da densidade, viscosidade e acidez, além da técnica de cromatografia de camada delgada (CCD).


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS:Óleo de Soja Refinado Comercial, Óleo de Canola Refinado Comercial, Óleo de Milho Refinado Comercial, Óleo de Girassol Refinado Comercial. O métodos de obtenção dos biodieseis foram de acordo com proposto pelo artigo Síntese de biodiesel: uma proposta contextualizada de experimento para laboratório de química geral, do autor Roberto Rinaldi. A densidade foi determinada pelo métoco picnométrico, a viscosidade foi realizada relacionando o tempo de escoamento da água com o tempo de escoamento dos biodieseis, a acidez foi obtida por volumetria de neutralização e a verificação da conversão de óleos em ésteres metílicos, através de cromatografia de camada delgada, utilizando com fase móvel uma solução de éter de petóleo, éter etílico e ácido acético na proporção de 80:20:1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O biodiesel de soja (74,3%) apresentou um rendimento melhor que o biodiesel da mistura(70,8%). As densidades dos biodieseis de soja (0,88095 g/mL) e da mistura (0,8791 g/mL)foram menores do que a dos óleos, como o esperado e se encontram próximos ao padrão da ANP (0,8862 g/mL)o que é satisfatório. Caso existisse a presença de triglicerídeos ou a presença de glicerol, devido á uma má purificação, altos valores na densidade dos combustíveis seriam diagnosticados e prejudicáveis ao funcionamento dos motores, como também, favorecem para um aumento na emissão de monóxido de carbono (CO). Comparando-se a viscosidade relativa do óleo de soja (4,8) com os biodieseis (biodiesel de soja = 1,29 e biodiesel de mistura = 1,28)percebe-se uma grande diferença, na qual se dá devido à disparidade dos tamanhos das moléculas de triglicerídeos presentes no óleo e das moléculas de ésteres presentes no biodiesel. Entre os biodieseis produzidos, a variação das viscosidades relativas foi pequena. Isso nos mostra que os dois biodieseis estão praticamente com o mesmo nível de pureza. Em todas as análises dos índices de acidez (0,1185 mg NaOH /g Biodiesel soja e 0,0875 mg NaOH /g Biodiesel mistura), foram apresentados coeficientes de variâncias maiores do que o 5% limite, tornando as análises de baixa confiabilidade, porém ficaram bem abaixo do limite máximo da ANP para biodiseis (0,8 mg NaOH /g). Notou-se nas placas cromatográficas realizadas que os ésteres metílicos possuíram melhores eluições, devido a suas maiores interações com a fase móvel utilizada, já que a parte apolar da molécula de éster reage com os constituintes apolares da fase móvel. Entretanto, as demais manchas que tiveram eluições menores, contiveram maior afinidade com a fase estacionária (sílica).

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O processo de obtenção de biodiesel a partir dos óleos de soja e da mistura de óleos, adotado neste trabalho promoveu uma conversão de 78,285 % (óleo de soja) e 73,56 % (mistura de óleos) em ésteres metílicos. Quanto aos parâmetros químicos e físicos analisados pode-se dizer que o biodiesel se apresenta com qualidade de acordo com os limites estabelecidos pela ANP para ao óleo diesel comercial e possui predominância de ésteres metílicos em sua composição.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos as orientadoras do projeto Araceli Verónica F. N. Ribeiro e Denise Rocco de Sena e a insttuição IFES, que foi a patrocinadora do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERRARI, R. A.; OLIVEIRA, V. S.; SCABIO, A. Biodiesel de soja — Taxa de conversão em ésteres etílicos, caracterização físico-química e consumo em gerador de energia. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000100004&script=sci_arttext>. Acesso em: 08 abril 2008.
NETO, ET AL. Projeto Bio-Combustível: processamento de óleos e gorduras vegetais in natura e residuais em combustíveis tipo diesel. UESC, Ilhéus, 2003. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000022000000200046&script=sci_arttext.> Acesso em: 9 abril 2008.
PARENTE, E. J. S. Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado. Fortaleza: TECBIO, 2003. 68 p.
RINALDI, Roberto et al . Síntese de biodiesel: uma proposta contextualizada de experimento para laboratório de química geral. Química Nova, São Paulo, v. 30, 2007, n.5. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php script=sci_arttext&pid=S010040422007000500054&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 abril 2008.