ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UMA PROPOSTA ALTERNATIVA, ATRAVÉS DO LÚDICO, PARA O ENSINO DA QUÍMICA NA EDUCAÇAÕ DE JOVENS E ADULTOS

AUTORES: OLIVEIRA NETO, E. L. (IFPB) ; VILELA, R. F. (IFPB) ; LIMA, F. S. (IFPB) ; LIMA, J. S. (IFPB) ; MEDEIROS, M. G. N. (IFPB) ; QUEIROZ, M. F. V. (IFPB)

RESUMO: Este trabalho focaliza a aplicação de jogos didáticos como ferramentas nas aulas de Química na Educação de Jovens e Adultos, tomando como base um Bingo. A metodologia utilizada partiu da revisão bibliográfica e pesquisa experimental de campo, utilizando como instrumento de avaliação questionários pré e pós aplicação do jogo ao aluno e ao docente, verificando com este a eficácia do bingo e com aquele, seu aprendizado e interesse em relação à química. O jogo em questão propicia a interação dos alunos e facilita o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que o mesmo considera a experiência dos discentes. A aplicação deste vem atingindo seus objetivos, pois apresenta a função lúdica e educativa, aguçando a curiosidade do aluno e o interesse em aprender química de forma motivadora.

PALAVRAS CHAVES: bingo químico, alternativa de ensino, educação de jovens e adultos.

INTRODUÇÃO: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino destinada a pessoas que não tiveram acesso à escola na idade adequada. Um de seus objetivos é “atingir a produção de saberes considerando a experiência do aluno e a sua realidade, tornando-o mais participativo, bem como o resgate da formação, participação, autonomia, criatividade e práticas pedagógicas emergentes dos docentes”. (CEFET-PB, 2007 apud. ARRUDA, 2009).
O ensino da Química nesta modalidade é um grande desafio e a utilização de práticas lúdicas surge como uma opção alternativa de ensino. O lúdico, além de propiciar um ambiente favorável ao processo de ensino-aprendizagem, pelo fato do jogo gerar prazer, estimula a interação entre os alunos a partir da construção coletiva do conhecimento, além de estimular o cognitivo levando em conta a experiência do discente.
Ao docente, que será o mediador do conhecimento, cabe saber a importância do lúdico como proposta alternativa de ensino e avaliar a função educativa do jogo, além de dar as devidas recomendações aos discentes a fim de eliminar todo o espírito competitivo que os jogos executados possam conter. ALMEIDA (1990) lista algumas recomendações aos professores ao aplicar os jogos: a de ser um dinamizador enquanto orienta e juiz quando dirige; a de estar atento ao desempenho de cada participante no decorrer do jogo; e de estar ciente e seguro do que faz.
Levando-se em conta esta realidade, metodologias que fujam do tradicionalismo, tão presente nas escolas, fazem-se necessárias no ensino da Química nesta modalidade de ensino. O presente trabalho tem como enfoque a aplicação de práticas lúdicas como ferramenta no ensino da Química na Educação de Jovens e Adultos tomando como base a aplicação de um bingo químico numa turma do PROEJA do IFPB.

MATERIAL E MÉTODOS: Para o trabalho em questão, foi utilizada uma metodologia que segue os seguintes passos para a elaboração de um jogo didático: pesquisa bibliográfica; escolha dos conteúdos a serem trabalhados; construção dos jogos; aplicação dos mesmos; avalição/redirecionamento da ferramenta didática. No Bingo Químico, há trinta e duas cartelas, contendo cada uma dezesseis símbolos de elementos químicos. A turma foi organizada em duplas e a cada uma delas entregue uma cartela, para que houvesse uma maior interação entre os alunos.
O tema escolhido para o jogo em questão foi a Tabela Periódica. À medida que os nomes dos elementos químicos eram chamados, os alunos faziam a associação do elemento com o seu respectivo símbolo na cartela. O Bingo Química foi utilizado para efetuar uma contextualização no que se refere à aplicação de cada elemento no dia a dia.
Objetivando a obtenção de dados fidedignos, foram aplicados dois questionários para os discentes, sendo um antes e o outro após o desenvolvimento do jogo, enquanto que, para o docente, foi aplicado um questionário após a prática lúdica.
O questionário de pré-aplicação avaliou o interesse e as dificuldades do aluno na disciplina, além de um prévio conhecimento do assunto abordado. O pós-aplicação, por sua vez, tinha como objetivo verificar a aprendizagem do aluno com o jogo e os pontos positivos e negativos do bingo para possível redirecionamento.
Para a aplicação do jogo na turma da EJA, foi realizada uma pesquisa bibliográfica pertinente ao tema no que diz respeitos aos princípios dessa modalidade de ensino.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através do questionário aplicado antes do Bingo Químico, constatou-se que grande parte dos alunos participantes do jogo tem opiniões positivas da matéria, outros a acham boa, no entanto, mencionam a falta de tempo para estudar como um dos entraves. Os que afirmaram ter dificuldade, mesmo assim, demonstraram interesse em aprender.
Durante a aplicação do jogo (Figuras 1 e 2), percebeu-se uma grande participação dos discentes, principalmente quando contextualizava-se a utilidade de cada elemento químico, onde eles facilmente respondiam de acordo com sua experiência de vida. Algumas vezes, notou-se dificuldade em relacionar o nome do elemento a seu símbolo, mas com a prática lúdica, a discussão em sala foi facilitada e os alunos se sentiram a vontade para tal.
Com o questionário pós-aplicação do Bingo Químico, verificou-se que os alunos tiveram uma melhora significativa na aprendizagem para relacionar os símbolos aos seus respectivos nomes, a partir da interação vivenciada em sala. Evidenciou-se o seguinte comentário de um aluno em seu questionário: “A aplicação do jogo foi boa porque conheci novos elementos e a forma como eu os aprendi foi muito divertida”. Outro discente comentou: “Poderia ter mais vezes esse tipo de aula, pois é com a brincadeira que se aprende mais”.
Com a aplicação do jogo e verificação dos dados, observou-se que o Bingo Químico pôde apresentar duas funções: a lúdica, que relaciona o jogo à diversão, ao prazer; e a função educativa, que diz respeito ao fato de o jogo ensinar e, ao mesmo, propiciar a compreensão de mundo (KISHIMOTO, 2006).





CONCLUSÕES: Com a aplicação do Bingo Químico numa turma da EJA, pôde-se verificar a importância em se utilizar o lúdico como ferramenta auxiliar no ensino de química nesta modalidade de ensino, uma vez que proporciona um ambiente favorável à construção do conhecimento. Além disso, gera uma atmosfera propícia para a contextualização do assunto abordado, levando em conta o público da EJA e seu acúmulo de experiência e trabalho. Com isso, torna-se necessária a utilização, por parte do docente, de metodologias alternativas, que fujam do tradicionalismo, no ensino da Química na EJA.

AGRADECIMENTOS: Às professoras orientadoras, aos nossos pais e a todos que ajudaram no desenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, P.M. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1990.

ARRUDA, Z. A. A. O PROEJA no CEFET-PB: um processo em construção (Monografia do Curso de pós-graduação em nível de especialização em educação profissional integrada à educação básica na modalidade de jovens e adultos: UFPB). João Pessoa, 2009.

KISHIMOTO, K.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. In: O Jogo e a Educação Infantil. 9. ed. Kishimoto, T.M. (Org.) São Paulo: Cortez Editora, 2006.