ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: OLIMPÍADAS DO CONHECIMENTO: UMA ABORDAGEM LÚDICA PARA A CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE CONCEITOS QUÍMICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

AUTORES: PASSOS, M. S. (UESC) ; SILVA, J. S. (UESC) ; MAIA, J. O. (UESC) ; JESUS, K. DE (UESC) ; NOGUEIRA, J. S. (UESC) ; CASSIMIRO. M. A. D. (UESC) ; SILVA, A. F. A. (UESC) ; SÁ, L. P. (UESC)

RESUMO: RESUMO: Impulsionados pelo diálogo desenvolvido com os (as) colegas e professora na disciplina Avaliação da Aprendizagem no curso de química da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) sobre o uso da ludicidade no processo de ensino aprendizagem, optamos por deflagrar um processo de debate e análise do uso de jogos em práticas avaliativas no ensino de ciências. Desta forma, desenvolvemos uma oficina denominada “Minerais, Minérios e Metais” em que aplicamos em uma escola púbica localizada no município de Ilhéus, Sul da Bahia. O trabalho retrata a análise observacional do comportamento dos alunos de turmas de 6ª série do Ensino Fundamental frente a atividades lúdicas que proporcionem aos alunos construírem conceitos que sirvam de subsunçores para o entendimento futuro de elemento químico.

PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: ensino e aprendizagem de química, avaliação, atividades lúdicas.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO:Um professor preocupado com a aprendizagem de seus alunos sabe que, preferencialmente, deve esquivar-se da perspectiva do ensino tradicional baseada na transmissão e recepção de informações, que privilegia a memorização das mesmas, além disso, essa metodologia não oferece subsídios suficientes para trabalhar a formação de um estudante que seja um cidadão capaz de ler o mundo onde vive. Porém, o que poucos compreendem é que o processo de ensino/aprendizagem não termina no momento da avaliação. Pelo contrário, a avaliação deve fazer parte desse processo podendo transformar a ação, possibilitar o exercício da reflexão, contribuir para novos rumos.
Para Perrenoud (1999)de acordo com os novos paradigmas da educação, a avaliação da aprendizagem é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Inúmeras metodologias têm sido aplicadas na tentativa de sanar alguns déficits de aprendizagem nos alunos, dentre estas, a inserção de atividades e jogos lúdicos no processo de ensino aprendizagem, tem se destacado e tornado prática bastante recorrente nos dias atuais.
O ato de ensinar se tornará um instrumento emancipador (ADORNO, 1995), quando os educadores entenderam a necessidade da visão do ensino-aprendizagem como um processo incluindo em todo o percurso o ato avaliativo, não só do desenvolvimento do aluno, mas sobretudo da própria prática.
Assim, a realização de oficinas constitui um ambiente propício para a formação do sujeito que saiba, sobretudo, viver em sociedade, saiba compartilhar idéias, hipóteses, vivências e valores. A partir desse contexto, foi realizada uma oficina com o tema estruturador metalurgia através de atividades lúdicas que permitisse a abordagem de conceitos químicos.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho relata a experiência vivenciada pelos autores no desenvolvimento da oficina “Minerais, Minérios e Metais” com uma turma de 6ª série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública municipal de Ilhéus, BA. Os dados apresentados foram extraídos de anotações obtidas a partir de observações da atividade feitas pelos monitores da oficina. Neste ponto, vale ressaltar que a oficina não se restringiu apenas a atividade relatada, mas que esta foi parte integrante de um conjunto de jogos utilizados como estratégia de ensino e avaliação da aprendizagem e, o seu maior objetivo foi oferecer subsídios para que o aluno construa conceitos que sirvam de subsunçores (AUSUBEL, 1963) para o entendimento futuro de elemento químico.
A atividade foi desenvolvida de acordo com princípios construtivistas, seguindo uma metodologia baseada em três momentos distintos, sendo eles: investigação das ideias prévias dos alunos, leitura e discussão do texto “Os metais – dos minérios às panelas, fios e automóveis” adaptado do trabalho de Epoglou et al. (1995) e o jogo denominado “Olimpíadas do conhecimento”.
O jogo: Os jogadores foram organizados em grupos contendo quatro componentes cada e foram identificados por símbolos formados pelas iniciais de seus nomes lembrando a tabela periódica. Em seguida participaram do jogo de perguntas e respostas e por fim os grupos foram premiados do mesmo modo como nas olimpíadas esportivas, ao final da atividade os grupos com maior número de acertos foram premiados com réplicas de medalhas de ouro, prata e bronze, para o primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente. O verso de cada medalha continha informações do metal ou da liga metálica que ela constituía.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: 1. Investigação das ideias prévias: Quando questionados sobre o que era metal, os alunos apenas exemplificavam sem conceituá-lo e os exemplos consistiam em apenas 3 metais: ferro, ouro e prata. A situação de ser interrogado não era vivenciada pelos alunos, dessa forma eles ficaram receosos em participar. Ao serem questionados sobre minério e mineral eles citavam a água mineral e diziam que era tudo aquilo que não é industrializado. Eles não sabiam o que era minério nem mineral e ainda confundiam com tudo o que fosse natural. Quando interrogados sobre a forma que o ouro era encontrado na natureza, foram recorrentes respostas em que afirmavam que o ouro não poderia ser encontrado puro, pois devido ao seu alto valor deveria passar por um processo de purificação.
2. Leitura e discussão do texto: A leitura foi realizada por todos os alunos e em voz alta e a discussão do texto aconteceu paralelamente à leitura. Foi observado que os alunos apresentavam dificuldades de leitura e de interpretação textual, mas, através da mediação dos monitores as dúvidas foram esclarecidas.
3. Olimpíada do conhecimento: A atividade lúdica permitiu uma maior interação entre o educando e o conhecimento proposto, para Cavalcanti (2009) algumas características surgem quando se utiliza jogos na educação, destacando a expressão oral, as ações em grupo e o conteúdo disciplinar e interdisciplinar e ainda, estimula o raciocínio rápido e a capacidade de interpretação.
Durante toda a atividade esses aspectos foram claramente observados. Os alunos responderam as questões sem medo de errar e negociaram em grupo as respostas dadas aos questionamentos.


CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: A partir da atividade realizada pode-se constatar que o jogo é um importante recurso didático que favorece a construção do conhecimento. Além disso, constatou-se a eficiência da inserção da avaliação no processo de ensino-aprendizagem, opondo-se às praticas tradicionais de atribuição de notas. A avaliação não pontual foi eficaz no desenvolvimento cognitivo do educando, pois a ação mediadora do professor possibilitou a identificação das manifestações (verbais, escritas etc.) dos alunos, as quais foram utilizadas como ferramentas para a reelaboração dos conceitos estudados.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Tradução Wolfang Leo Maar. 3.a ed. São Paulo: Paz e Terra. 1995. 190 p.

AUSUBEL, D. P.. The Psychology of Meaningful Verbal Learning. New York: Grune & Stratton. 1963.

EPOGLOU, A. et al. Os Metais - dos minérios às panelas, fios e automóveis. São Paulo: Estação Ciência, 1995 (Textos de divulgação científica).


PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999. 184 p.

CAVALCANTI, E. L. D.; SOARES, M. H. F. B. 2009. O uso do jogo de roles (roleplaying game) como estratégia de discussão e avaliação do conhecimento químico. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, vol. 8 n.1. p. 255 – 282. Disponível em: < http://www.saum.uvigo.es/reec/volumenes/volumen8/ART14_Vol8_N1.pdf>. Acesso em: 12 maio 2009.