ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O USO DE ANALOGIAS COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: SOUZA, F.J. (FAMASUL) ; MELO, A.C.N. DE (FAMASUL) ; BANDEIRA, A.R.G. (UFPE)

RESUMO: Este trabalho é uma pesquisa aprofundada sobre o uso de analogias como estratégia didática no Ensino de Química, visto que as principais estratégias são as próprias analogias, passadas de maneira clara e compreensiva. Segundo estudiosos, quando a disciplina for bastante complexa, no caso a química, as analogias possam ser uma ferramenta importante no ensino aprendizagem. Após o levantamento bibliográfico sobre o assunto, realizou-se um estudo detalhado com professores e alunos, obtendo-se resultados satisfatórios, verificando-se algumas analogias retiradas das aulas observadas de professores, alvo da nossa avaliação e a forma como os alunos do ensino médio compreendem e assimilam a função de uma analogia.

PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: ensino de química, analogia, ensino médio

INTRODUÇÃO: O trabalho monográfico do aluno X da FAMASUL – Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul-PE tem como objetivo avaliar as analogias presentes no Ensino de Química, bem como estão expostas nos livros didáticos e quais as analogias ideais para compreensão dos conteúdos. No estudo aqui presente, espera-se que os professores situem-se sobre a questão “analogias”, de como elas podem ser passadas, e o cuidado na transposição das mesmas para que não haja confusão. Vários estudiosos do mundo apontam as analogias como importante forma de aprendizado, mas se passadas com boas estratégias de ensino. Cachapuz (1995) reforça dizendo que o ensino de ciências tem de entusiasmar os alunos pelos estudos, ajudando-os a construir, através dele, novos significados sobre situações e fenômenos, visto que o ensino deve envolver a solução de problema. Pois, só podemos aprender o novo em termos do que já conhecemos em função de coisas, as quais estamos habituados, por meio das analogias (BORGES, 1997).

MATERIAL E MÉTODOS: Iniciaram-se as observações nas aulas de química, em duas turmas do ensino médio (1° ano e 2° ano), da Escola Estadual Professor Galtemir Lins, situada em Palmares, Mata Sul-PE. Levantamento bibliográfico sobre o uso de analogias por professores de química no Ensino Médio. Em seguida foram elaborados instrumentos como questionário para alunos com sete perguntas discursivas e uma entrevista com dois professores, com o objetivo de saber quais as estratégias pedagógicas utilizadas na elaboração e desenvolvimento das aulas. Analisaram-se dois livros do ensino médio: código A (Química: Abordagem do Cotidiano vol.1 – Tito Peruzzo e Eduardo Canto); código B (Química Geral vol.1 – Ricardo Feltre). Os resultados das atividades desenvolvidas em sala de aula foram sumarizados em um relatório.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante uma análise crítica das analogias, “pudim de passas” e “sistema solar”, utilizadas para o ensino de química em modelos atômicos nos livros didáticos, as respostas dos alunos foram confusas e incorretas, principalmente em se tratando de “pudim de passas” que não se enquadraria ao pudim comum no Brasil. Ficou evidente que os alunos não conhecem e nem distinguem os modelos, não os compreendem, não identificam as limitações dos mesmos. Apesar do conceito proposto no livro os alunos não conseguem desenhar as figuras propostas pelos autores, então é relevante o fato de que conhecem, mas não sabem definir analogia. Quanto à analogia “sistema solar” os livros apresentam suas diferenças e semelhanças. Mesmo o sistema solar familiar aos alunos, ao serem indagados com as comparações do átomo como um sistema solar, a maioria deles afirmou não saber desenhar, outros não fizeram a relação analógica adequada. Desse modo, percebe-se que os alunos não têm compreensão sobre o conceito atômico, muito menos sobre a analogia. As analogias criadas e utilizadas pelos professores os mesmos afirmaram que usam as mesmas analogias dos livros para abordar (modelo atômico). Quanto às analogias criadas por eles, não foram expostas de maneira clara e explicativa, outras não foram confirmadas como analogias. Quanto às respostas do questionário com os alunos a primeira impressão foi boa, a maioria responderem que gostam de química, “a química é fundamental”. Em seguida ao perguntar sobre analogias a maioria responderam “apesar de o professor trabalhar com analogia” a maioria dos alunos só conseguiam se referir as analogias com o modelo atômico. No segundo ano as analogias usadas para “ácidos e bases” seriam a comparação com as frutas (limão e laranja-ácido) e medicamento efervescentes (sal básico).

CONCLUSÕES: Observou-se que o uso de analogias faz com que os alunos criem novos conceitos de idéias sobre o assunto ministrado, motivando-se na aprendizagem e no querer estudar química. Por isso, o envolvimento de alunos em processos de elaboração e revisão de modelos, tende a favorecer a ocorrência de aprendizagem significativa. Nos livros avaliados foram encontradas 84 analogias, sendo que, não são claras, e não fornecem explicações sobre o domínio analógico e as devidas limitações. Quando as analogias são utilizadas com boas estratégias, o aluno ganha e o professor se aprofunda no conceito analógico planejando boas e significativas estratégias de ensino melhorando o processo de ensino-aprendizagem.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CACHAPAU, A.T. 1995. O Ensino para a excelência da aprendizagem, Novas metodologias em educação. Porto: Portugal, 351-385 p.

BORGES, A.T. 1997. Modelos mentais, Atas do XII Simpósio Nacional de ensino de física; Belo Horizonte, M. G.; Sociedade Brasileira de Física.

MONTEIRO, I.; JUSTI, R. 2000. Analogias em livros didáticos de química brasileira destinados ao ensino médio. Investigação em Ensino de Ciências, vol. 5 n.2, 67-91 p.

FELTRE, R. Química geral vol.1. 6.ed.São Paulo: Moderna, 2004.