ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A REELABORAÇÃO DO CURRÍCULO DE QUÍMICA DA 1ª SÉRIE DO CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM MECÂNICA DO IFPB COM BASE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE

AUTORES: VILELA, R.F. (IFPB) ; SUELY, O.C. (IFPB)

RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo propor a construção de um currículo para a primeira série do curso Técnico Integrado em Mecânica do IFPB, conforme a legislação vigente. A metodologia utilizada iniciou-se de uma revisão bibliográfica e pesquisa experimental de campo, utilizando como instrumento o questionário aos docentes, a fim de verificar se os mesmos tinham o conhecimento das normas referentes ao ensino técnico integrado, e ainda, se o atual currículo favorecia, na prática, a articulação entre os conteúdos das disciplinas química-mecânica. Os resultados obtidos evidenciaram a necessidade de reelaborar o currículo do referido curso, adotando os Carbetos Metálicos a nova proposta curricular.

PALAVRAS CHAVES: reelaboração curricular, química-mecânica, carbetos metálicos

INTRODUÇÃO: O contexto histórico de mudanças de CEFET-PB a IFPB, conforme Lei nº 11.892/2008 implica diretamente em alterações nos currículos dos cursos técnicos integrados. A modalidade anterior focava um currículo isolado, não integrado, formando profissionais que não atendiam a demanda do mercado de trabalho. Nesse sentido, surge a necessidade e interesse de integrar a disciplina química no currículo do atual Curso Técnico Integrado em Mecânica, considerando o Parecer CNE/CEB nº 16/99. Essa pesquisa se desenvolveu in locu utilizando como instrumento o questionário, aplicado a professores de química e mecânica, com o objetivo de coletar dados para nortear a construção de um currículo integrado. Diante dos resultados, propõe-se construir um conteúdo programático, aprofundando o estudo do bloco d e introduzindo o assunto de Carbetos Metálicos com o enfoque para as ligas metálicas entre Fe-C.

MATERIAL E MÉTODOS: A realização desta pesquisa se deu em três etapas; no primeiro momento fez-se uma revisão bibliográfica da legislação vigente e dos conteúdos existentes no currículo do curso Técnico Integrado em Mecânica. No segundo momento, para a nossa coleta de dados, aplicou-se um questionário com quatro perguntas abertas a quatro professores do curso, nomeados A, B, C e D. Dentre os docentes investigados, dois são da área de química, sendo um do sexo masculino e um do sexo feminino e dois da área de mecânica, ambos sendo do sexo masculino. Dentre eles, o professor D, visando uma articulação dos conteúdos química-mecânica, sugeriu trabalhar o conteúdo da disciplina Tecnologia de Materiais do referido curso. No terceiro momento, reconstruiu-se o currículo do curso Técnico Integrado, acatando a sugestão do professor D. Para FRIGOTTO (2005), o objetivo da integração curricular “não é a formação de técnicos, mas a formação de pessoas que compreendam a realidade e que possam também atuar como profissionais”. As respostas dos questionários foram analisadas com cautela a fim de obtermos resultados fidedignos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao aplicar o questionário aos docentes, em relação ao conhecimento das normas atuais referentes ao ensino técnico integrado, verificamos que o docente A conhece “algumas leis de direitos e deveres dos alunos”; o docente B nega ter conhecimento da legislação e sugere que “os professores deveriam conhecer melhor as disciplinas específicas”; o docente C afirma que conhece a lei vigente e que “a integração de química no 1º semestre é com aula de química, e no 2º semestre é com tecnologia de materiais”; e por fim o docente D, afirma ter o conhecimento da lei.
Referente aos recursos escolhidos para integrar os conteúdos, o docente A afirma que “não existe utilização de recursos uma vez que não houve integração propriamente dita”; o docente B diz que “apesar da boa vontade da coordenação pedagógica em marcar encontros com os professores, não temos tido êxito”; o docente C fala que “os recursos são aulas expositiva-práticas e apresentação de seminários”; e o D informa que “a troca de material didático e visitas ao laboratório” foram os recursos escolhidos para a integração. No que se diz respeito à formação que o ensino técnico integrado atual oferece em comparação com o técnico antigo, o docente A declara que “a diferença é mínima uma vez que não houve a integração prevista”; o docente B não fez a relação com o antigo curso técnico; o docente C, por sua vez, atesta que o técnico atual prepara melhor “devido às mudanças na tecnologia” e por fim o docente D afirma que o técnico de nível médio “por ter mais horas de aulas teóricas e práticas, tinha uma formação mais sólida”. Essas respostas serviram de suporte para a reformulação do currículo integrado.

CONCLUSÕES: Conclui-se que a contribuição dos professores foi fundamental no entendimento da construção integrada dos conteúdos química-mecânica, considerando que os mesmos são sujeitos do processo educativo. A partir dos resultados obtidos nos questionários dos docentes, propõe-se, na reelaboração do currículo, introduzir o assunto de Carbetos Metálicos, aprofundando o estudo do bloco d, com o enfoque para as ligas metálicas formadas entre os elementos ferro e carbono, como por exemplo, o composto Fe3C, respeitando, acima de tudo, a maturação do alunado bem como a formação de nível técnico-médio.

AGRADECIMENTOS: A todos que contribuiram no desenvolvimento deste projeto

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ATKINS, P.W.; SHRIVER, D.F. Química Inorgânica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências.

CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CEB Nº 16/99 de 05 de outubro de 1999. Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Relator Francisco Aparecido Cordão. Documenta, [Brasília, DF], p. 14-30, out., 1999.

FRIGOTTO, G.; et al. Ensino Médio Integrado: Concepções e Contradições. São Paulo: Cortez, 2005.

HUBERTUS, Colpaert. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 3.ed. São Paulo, Edgard Blucher, 1974.

LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São Paulo: Edgard Blucher, 1999.