ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: MOLÉCULAS SOB A ÓTICA HISTÓRICA

AUTORES: SILVA, AIRTON MARQUES (UECE) ; DIAS, VALDECI PAULO GOMES (UECE)

RESUMO: A interdisciplinaridade em sala de aula como instrumento de trabalho do professor, facilita a aprendizagem dos alunos. A abordagem é feita entre Química e História, e busca mostrar o papel relevante que algumas moléculas tiveram em momentos decisivos da história. As especiarias contribuíram às Grandes Navegações e “descobrimento do Novo Mundo”. A glicose foi crucial no processo de colonização e deu, indiretamente, condições à Inglaterra para que se fizesse a Revolução. A cafeína presente no café modificou hábitos europeus e foi importante produto da economia brasileira por quase um século. O interesse pelo tema veio da observação, em sala, de que os alunos sentem-se mais motivados a participar da aula sempre que se busca um intercâmbio com outra disciplina.

PALAVRAS CHAVES: interdisciplinaridade, química, história

INTRODUÇÃO: A interdisciplinaridade é fundamental para que o aluno possa adquirir competência para analisar situações sempre presentes no âmbito escolar, social e científico. O presente trabalho estabelece uma perfeita relação entre a Química e a História, abordando o papel relevante que algumas moléculas desempenharam em importantes fatos históricos que provocaram significativas mudanças na época situada. Em cada tópico levantado é dada uma importância especial a história do Brasil, situando-o à época em questão. No início de cada tema é feita uma abordagem química da estrutura da molécula em questão, explicando a propriedade pertencente àquela molécula que a levou a desempenhar tão importante papel na história. Inicialmente, é feita uma abordagem química das estruturas dessas substâncias. A busca desses condimentos pelo homem levou à descoberta do “Novo Mundo” ainda na idade média, levou ao desenvolvimento de embarcações mais robustas, por culturas em conflito com dizimação de nativos nas terras descobertas. A molécula de glicose que constitui a sacarose, esta presente no açúcar, é apreciada posteriormente. O açúcar foi um produto muito caro e desejado tanto quanto as especiarias. Ele transformou o destino de continentes e nações à medida que levou a Revolução Industrial. A cafeína foi outra substância que provocou intensas mudanças de hábito principalmente na Europa por volta do século XVII. Um material muito presente no nosso meio e que é utilizado em numerosos produtos industriais é a borracha. A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra deve muito à celulose presente no algodão. Este trabalho corrobora uma abordagem mais específica procurando adotar moléculas que modificaram o trajeto da história da civilização, com um enfoque especial à História do Brasil.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi desenvolvido através de levantamento bibliográfico de livros, revistas, sites e artigos. Por meio de questionários aplicados na Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, um para um grupo de 100 alunos e outro para um grupo de 10 professores, foi realizada uma pesquisa que abordava a importância da interdisciplinaridade, especificamente entre química e história, em sala de aula.
O trabalho está dividido em duas partes. A primeira aborda o contexto histórico de algumas moléculas buscando, sempre que possível, inseri-lo na História do Brasil. A segunda parte diz respeito à pesquisa realizada através de questionários respondidos por alunos e professores.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em uma questão objetiva onde era perguntado aos alunos a importância da química dentro de contextos históricos, 75% dos entrevistados responderam que a química tinha grande importância; 4% disseram que não e 21% não souberam opinar. Outro ponto abordado no questionário foi a importância das descobertas acidentais em Química para o desenvolvimento das pesquisas. Os resultados apontam que os alunos não tem noção desse assunto, pois as respostas não são coerentes. O problema pode ser explicado pela falta de abordagem do tema em sala de aula. Procurou saber se o docente conseguia enxergar alguma relação entre Química e História. Nesse quesito todos os professores foram unânimes e disseram que sim. Não poderia ser diferente, pois hoje todo conhecimento está interligado e cada período da história é marcado pelas ciências de uma maneira geral, especialmente a Química. Ao ser perguntado se o aluno sentia-se mais motivado quando a interdisciplinaridade era trabalhada, dois professores disseram que sim, sete responderam que às vezes e nenhum respondeu que não. Os valores mostram que dependendo de como seja explorada em sala, a interdisciplinaridade torna-se uma ferramenta útil e interessante no aprendizado do aluno. Seria interessante também que essa abordagem envolvesse de alguma forma a vivência do aluno em seu cotidiano. Os exemplos de fatos históricos relacionados pelos professores incluem a descoberta da cerveja pelos egípcios, o escorbuto contraído pelos marinheiros à época das grandes navegações, a descoberta do fogo que propiciou o homem a mudar seus hábitos alimentares, utilização de especiarias, penicilina com abordagem da II Guerra Mundial. Estes são exemplos específicos que mostram bem o papel da Química no desenvolvimento de nossa história.

CONCLUSÕES: A junção entre a Química e a História mostra-se perfeita à medida que vai revelando a importância que tiveram algumas moléculas em decisivos momentos da história. Isto, mostra ao aluno, que uma disciplina não está desmembrada da outra, mas elas se entrelaçam formando um elo de ligação que une todo e qualquer conhecimento e que é possível estabelecer ligações onde antes não parecia existir. Os alunos, de maneira geral, consideram essencial um intercâmbio com outra disciplina, no caso específico com a História,

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BATALHA, Elisa. Uma história picante. Disponível em:
< http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=933&sid=9 >. Acesso em: 03 de fev. 2009.
LE COUTEUR, Penny; BURRESON, Jay. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história; tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editora, 2006.
NEVES, C. - A estória do café. Rio de janeiro, Instituto Brasileiro do Café, 1974. Disponível em: < http://www.abic.com.br/scafe_historia.html >. Acesso em: 27 de fev. 2009.