ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR EM PÓLOS DA UFC VIRTUAL

AUTORES: LOPES, M. F. G. (UFC) ; VARGAS, M.E. S. (UFC) ; ALMEIDA, M.M.B. (UFC) ; MAGALHÃES, A. C. (UFC) ; NOGUEIRA, C. M. D. (FGF) ; MELO, G. A. (UFC)

RESUMO: Este estudo tem como objetivo avaliar o rendimento escolar de alunos de Química I (QI) e II (QII), do curso de Licenciatura em Química semipresencial. Foram analisados dados das sínteses do rendimento escolar em 07 pólos de cidades do estado do Ceará. Na maioria dos pólos, os alunos não foram aprovados com conceito A em QII, em apenas dois pólos obtiveram resultados satisfatórios. Foi observada uma redução de 50% no índice de aprovação com conceito B na disciplina QII em relação à QI. Em todos os pólos houve um aumento significativo no percentual de reprovação por falta na QII, quando relacionados com os obtidos na QI. Embora tenha sido verificado um aumento considerável no índice de reprovação por nota, constatou-se uma leve queda no percentual de reprovação por média final na QII.

PALAVRAS CHAVES: ensino à distância, rendimento escolar

INTRODUÇÃO: A Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED, 2009) calcula que, em 2007, mais de dois milhões de brasileiros utilizaram a educação à distância. De acordo com dados do Ministério da Educação, atualmente existem 562 pólos da UAB distribuídos pelo país. Em 2009, serão selecionados mais 250 novos pólos de apoio presencial. O ensino à distância (EAD) tem um importante papel social, a partir do momento em que amplia o acesso à educação. Portanto, cada vez mais a EAD é vista como um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e auxiliar na formação de profissionais (CASTRO NEVES, 2003). Uma grande vantagem é que esta modalidade permite atender grande número de pessoas, situadas em diferentes localidades, simultaneamente. O programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) funciona com o apoio de pontos estrategicamente localizados, em micro regiões e municípios com pouca ou nenhuma oferta de educação superior, chamados Pólos de Apoio Presencial. São espaços físicos mantidos por municípios ou governos de estado que devem oferecer infra-estrutura física, tecnológica e pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos UAB. A meta é implementar entre 850 e 900 pólos até agosto de 2010 (MEC, 2009). Na avaliação do rendimento na EAD, além dos resultados das avaliações presenciais e à distância, temos entre outros: construção e edição de textos; registros de login; participação nas atividades e utilização das ferramentas de interação, como grupos de discussão fóruns e chats; temos ainda a utilização das ferramentas de apoio, por exemplo: buscador de programas e arquivos na Internet (OLIVEIRA et al., 2007). O presente estudo tem como objetivo realizar uma avaliação do rendimento escolar de alunos do curso de Licenciatura em Química semipresencial.

MATERIAL E MÉTODOS: Para este estudo, foram analisados dados das sínteses do rendimento escolar dos alunos em 07 pólos de cidades do estado do Ceará, sendo estes em Aracati (P1), Aracoiaba (P2), Barbalha (P3), Caucaia (P4), Quixeramobim (P5), Russas (P6), e São Gonçalo do Amarante (P7). Os referidos alunos cursaram as disciplinas Química I (QI) e Química II (QII), do curso de Licenciatura em Química semi-presencial, ofertado pelo Instituto UFC Virtual, através do Ambiente Solar, da Universidade Federal do Ceará. Foram avaliados 190 alunos na Química I e 182 na Química II de acordo com os conceitos utilizados nas disciplinas da UFC Virtual, ou seja, aprovados por nota &#8805; 7 (conceito A), aprovados por média final &#8805;5 (conceito B), reprovados por falta, < 75% de frequência (conceito F) e reprovados por nota, média final < 5 (conceito R).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 1 encontram-se os dados coletados a partir das referidas sínteses nas disciplinas QI e QII. De modo geral, pode-se observar que não houve, em todos os pólos, um aumento no rendimento dos alunos, quando comparados os resultados das disciplinas cursadas. Era de se esperar que alunos que, supostamente, já haviam acumulado o conteúdo de QI, deveriam melhorar seu rendimento em QII, que possui caráter semelhante. Na grande maioria dos pólos avaliados neste trabalho, os alunos não foram aprovados com conceito A em QII, apenas dois pólos em QII, obtiveram resultados satisfatórios. Em QI os alunos mostraram melhores resultados em relação ao referido conceito, tendo sido verificado que, em quatro pólos, os alunos foram aprovados por nota &#8805; 7. Foi observada uma redução de 50% no índice de aprovação com conceito B na disciplina QII em relação à QI. Em todos os pólos houve um aumento bastante representativo no percentual de reprovação por falta na QII, quando relacionados com os percentuais na QI. Embora tenha sido verificado um aumento considerável no índice de reprovação por nota, constatou-se uma leve queda no percentual de reprovação por média final na QII. Na EAD a avaliação estimula a aprendizagem e o sucesso do aluno, favorece-lhe a autoconfiança, já que é informado durante todo o tempo sobre o próprio progresso. Essa informação constante não acontece somente nos momentos formais de avaliação, mas ao longo do processo. No entanto, em função dos elevados índices de reprovação por nota e, principalmente, por falta devem ser trabalhadas, junto aos alunos e aos pólos, questões que justifiquem essa queda brusca no rendimento escolar.



CONCLUSÕES: Os resultados apontam para um conjunto de fatores determinantes para a diminuição do rendimento escolar que, em sua maioria, podem estar associados a aspectos tais como desestímulo do aluno, deficiência de infra-estrutura dos pólos, falta de interação professor tutor/aluno, resistência à mudança no sistema de ensino.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Universidade Federal do Ceará pela experiência adquirida em curso semipresencial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABED- Associação Brasileira de Educação à Distância: http://www2.abed.org.br- acesso em 30/06/2009.

CASTRO NEVES, C. M. 2003. Referencias de qualidade para cursos à distância. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ReferenciaisdeEAD.pdf. Acesso: 26/06/2009.

MEC-Ministério da Educação e Cultura. http://uab.capes.gov.br- acesso em 28/06/2009.


OLIVEIRA, E. S. G.; CUNHA, V. L.; ENCARNAÇÃO, A. P.; SANTOS, L.; OLIVEIRA, R. A.; NUNES, R. S., 2007. Uma Experiência de Avaliação da Aprendizagem na Educação a Distância. O Diálogo entre Avaliação Somativa e Formativa. Revista Ibero Americana sobre Qualidade, Eficiência e Mudanças na Educação [online], 5: 39-55.