ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: BIORREDUÇÃO DE 2,3,4-TRIMETOXI-BENZALDEÍDO POR ENZIMAS DO PÓLEN APÍCOLA PRODUZIDO POR APIS MELLIFERA EM TRAIRI - CEARÁ

AUTORES: LIBERATO, M. C. T. C. (UECE) ; MORAIS, S. M. (UECE) ; MACHADO, L. K. A. (UECE)

RESUMO: RESUMO: O pólen apícola é o resultado da junção do pólen das flores com néctar e substâncias salivares das abelhas, sendo diferente do pólen colhido diretamente das plantas. É usado no preparo do alimento das larvas por seu alto valor nutritivo. É rico em proteínas, minerais e vitaminas. A biorredução de compostos carbonilados vem sendo objeto de estudo por muitos pesquisadores. Três diferentes amostras de pólen apícola da região de Trairi-CE foram obtidas de apiário local e usadas na biorredução do 2,3,4-trimetoxi-benzaldeído. Foram feitos espectros de Infravermelho e cromatografia em camada delgada, verificando-se a ocorrência da biorredução.

PALAVRAS CHAVES: pólen apícola, biorredução, aldeído

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O pólen é formado por minúsculos grãos, localizados nas anteras dos estames da flor de onde é coletado pelas abelhas e levados para a colônia para ser utilizado no preparo do alimento das larvas jovens em decorrência do alto valor nutritivo, pois é rico em proteínas, aminoácidos, minerais e vitaminas. Cada pólen tem suas características específicas ligadas às espécies florais, visitadas pelas abelhas. O pólen poderá ser monofloral, quando há uma única origem botânica mantendo as propriedades organolépticas e bioquímicas da planta original. Quando a oferta de plantas poliníferas na área em volta do apiário não é suficiente, as abelhas visitam outras flores ou misturam pelotas de pólen de várias flores. Esse pólen passa a ser chamado de heterofloral ou polifloral e possui propriedades bioquímicas variadas (BARRETO et al., 2006). Há séculos, o pólen das abelhas vem sendo utilizado na medicina popular para aliviar e curar constipações, gripes, úlceras, envelhecimento precoce e outros problemas. Atualmente existem estudos sobre as potencialidades e interesse terapêutico do pólen de abelhas do gênero Apis. O pólen apícola vem se destacando tanto por suas propriedades terapêuticas, por sua atividade antioxidante (ALMARAZ-ABARCA et al., 2007), quanto pela possibilidade de aplicação na indústria alimentícia, na forma de alimentos funcionais (MARCHINI et al., 2006; SERRA BONVEHÍ, SOLIVA TORRENTO & CENTELLES LORENTE; 2001). O grande percentual de enzimas presentes no pólen torna possível a biorredução de compostos carbonílicos. O objetivo desse trabalho foi realizar uma biorredução do composto 2,3,4–trimetoxi-benzaldeído através das enzimas presentes no pólen apícola desidratado.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: O pólen desidratado usado nas análises é oriundo de uma amostra monofloral (Coccus nuccifera) denominada AAM1 e de amostras heteroflorais (amostras AAH1 e AAH2) da cidade de Trairi – CE. O composto carbonilado usado foi 2,3,4-trimetoxi–benzaldeído, com pureza de 98 %. O aldeído foi levado a agitação com pólen apícola e água. Foi feito o acompanhamento reacional por cromatografia em camada delgada após 24, 48 e 72 horas. Após cada reação as soluções foram extraídas com acetato de etila (3 x 100mL) e o solvente evaporado sob pressão reduzida. O resíduo resultante foi filtrado em uma pequena coluna de sílica gel, usando clorofórmio como eluente (30 mL), para a obtenção do produto reduzido. Foram feitas cromatoplacas e espectros de infravermelho para observação dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O tempo de reação ideal foi o de 72h. É possível observar que ocorreram mudanças na estrutura original do aldeído estudado, por causa das alterações nas cromatoplacas e nos espectros de IV. Os melhores resultados obtidos foram observados na reação da amostra de pólen AAH1 com o 2,3,4-trimetóxi-benzaldeído. Observa-se no espectro de infravermelho do produto de biorredução o aparecimento de uma banda em 3400 cm-1 referente ao grupo O-H de álcool formado bem como o desaparecimento da absorção do grupo carbonila do aldeído em 1677 cm-1.




CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Ocorreram mudanças na estrutura original do aldeído estudado, compatíveis com a redução do grupamento carbonílico e formação de álcool. As mudanças mais relevantes ocorreram na reação da amostra de pólen AAH1 com o 2,3,4-trimetoxi-benzaldeído em 72 horas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMARAZ-ABARCA, N.; CAMPOS, M. da G.; ÁVILA-REYES, J. A.; NARANJO-JIMÉNEZ, N.; CORRAL, J. H.; GONZÁLEZ-VALDEZ, L. S. 2007. Antioxidant activity of polyphenol extract of monofloral honeybee- collected pollen from mesquite (Prosopis juliflora, Leguminosae) Journal of Food Composition and Analysis 20, p. 119-124.
BARRETO, L. M. R. C. 2004. Pólen apícola brasileiro: perfil da produção, qualidade e caracterização organoléptica. Botucatu. 150p. Tese de Doutorado – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Estadual Paulista.
MARCHINI, L. C.; REIS, V. D. A. dos; MORETI, A. C. de C. C. 2006. Composição físico-química de amostras de pólen coletado por abelhas africanizadas Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) em Piracicaba, Estado de São Paulo. Ciência Rural, v. 36, n. 3.
SERRA BONVEHÍ, J.; SOLIVA TORRENTO, M.; CENTELLES LORENTE, E. 2001. Evaluation of polyphenolic and flavonoid compounds in honeybee - collected pollen produced in Spain. Journal Agricultural and Food Chemistry, v.9, n.4, p.1848-1853