ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Pesquisa, avaliação do rendimento e atividade antifungica de óleos essenciais obtidos de plantas medicinais do centro-oeste mineiro

AUTORES: VIEIRA, C.A. (UNIFENAS) ; CARDOSO, M.G. (UFLA) ; COSTA, A.B.P.B (UNIFENAS) ; COSTA. K.P.B. (UNIFENAS) ; ALVES, R.S. (UNIFENAS/UFL) ; LACERDA, I.C.A. (UNIFENAS/UFM) ; LOPES, D.C. (UNIFENAS) ; ABREU, F.S. (UNIFENAS)

RESUMO: Os vegetais representam um excelente recurso utilizado com diversas finalidades pelas indústrias alimentícias, têxteis e farmacêuticas, dentre esses destaca-se a utilização dos óleos essenciais de plantas medicinais. Neste trabalho, dentre as plantas estudadas cavalinha (Equisetum ssp.), bate caixa (Palicourea rigida Kunth), bugre (Cordia eucalyculata Vell. (C. salicifolia)), saião (Kalanchoe brasiliensis Camb.) Rosmarinus officinalis L. (Alecrim), Ocimun gratissimum (Alfavaca), Foeniculum vulgare Mill. (Funcho), somente alecrim, alfavaca e funcho apresentaram bom rendimento de óleo essencial e destas apenas o óleo essencial de Alfavaca demonstrou atividade antifúngica frente a espécie leveduriforme Candida albicans, inibindo seu crescimento (halos de inibição de 2,5 a 3,4 mm)

PALAVRAS CHAVES: óleos essenciais, ação antimicrobiana, candida albicans

INTRODUÇÃO: Os óleos essenciais constituem um dos mais importantes grupos de matérias primas para várias indústrias, notadamente as de perfumaria, alimentos e farmacêutica (CRAVEIRO e QUEIROZ, 1992).
Óleo essencial é um dos produtos resultantes do metabolismo secundário das plantas, podendo ser extraído por diferentes técnicas extrativas (SIMÕES et al., 2003). Seus constituintes apresentam compostos capazes de inibir direta ou indiretamente os sistemas enzimáticos bacterianos, mesmo que a maioria de microrganismos seja ainda desconhecida. Seu comportamento é semelhante ao dos antibióticos, que são definidos como “substâncias químicas com capacidade para matar ou inibir o desenvolvimento de bactérias ou outros microrganismos” (ERNANDES, 2007).
Muitos microrganismos, como Candida, estão se tornando resistentes aos fármacos, sendo que a descoberta de novas substâncias capazes de combatê-los se torna cada vez mais importante. A descoberta de produtos naturais com substâncias que exerçam função antimicrobiana poderá contribuir para o controle de diversas infecções humanas (SILVA & BERNARDES, 2008 & LIMA et al., 2006).


MATERIAL E MÉTODOS: As plantas utilizadas, foram coletas na região centro-oeste de Minas Gerais, e estudadas nos laboratórios da UNIFENAS no campus de Divinópolis
A extração do óleo essencial foi realizada em triplicata por hidrodestilação, utilizando o aparelho de Clevenger, acoplando-se um balão de 1L. Nesse balão, foram colocadas as amostras juntamente com volume necessário de água para cobrir todo material vegetal. O tempo de extração foi de duas horas contadas a partir do momento da condensação do hidrolato. Os óleos essenciais foram separados da fase aquosa utilizando-se Diclorometano e auxílio de um funil de separação. Reuniram-se as frações orgânicas, secou-se com sulfato de sódio anidro e removeu o solvente sob pressão reduzida em evaporador rotatório a 35ºc. As massas dos óleos obtidos foram determinadas por pesagem em balança analítica, e estes foram transferidos para frascos de vidro apropriados, envolvidos em papel alumínio e refrigerados.
Nos teste de atividade antimicrobiana dos óleos inoculou-se Candida albicans em ágar Sabouraud com o auxílio de um swab e semeadas na superfície de placas para obtenção de inoculo com tapete. Os óleos extraídos foram diluídos com DMSO e aplicados com pipetas de 10 microlitros sobre os discos nas concentrações de 0%, 10%, 25%, 50%, 100% de óleo, sendo que o de 0% continha somente o diluente, e as placas incubadas a 25°C por 48 horas. A leitura se procedeu observando a inibição de crescimento microbiano nos locais de aplicação do óleo essencial e os halos foram medidos com auxílio de um paquímetro.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: As plantas cavalinha (Equisetum ssp.), bate caixa (Palicourea rigida Kunth), bugre (Cordia eucalyculata Vell. (C. salicifolia)), saião (Kalanchoe brasiliensis Camb.) não apresentaram óleo essencial pelo método de extração por hidrodestilação. Observa-se que estas plantas são bastante utilizadas como infusos e chás não sendo notada a menção quanto a existência de óleos essenciais em sua composição. Já para Rosmarinus Officinalis L. (Alecrim) Ocimun gratissimum (Alfavaca), Foeniculum vulgare Mill. (Funcho) observou-se a obtenção de óleos essenciais com rendimentos de 0,54, 0,88 e 1,61% respectivamente. O teor de óleos essenciais presentes nas plantas varia de acordo com horário, condição de plantio, época de colheita e condições climáticas, contudo observa-se que em estudos recentes que o teores encontrados coicidem com a literatura.
Nos ensaios para verificação da atividade antifúngica somente o óleo de Ocimun gratissimum (Alfavaca), apresentou efeito antifúngico sobre o crescimento de Candida albicans, soluções de 10%, 25%, 50%, 100% apresentaram halos de inibição de 2,5; 3,1; 3,3; 3,4. respectivamente.


CONCLUSÕES: Os resultados obtidos permitem verificar que as plantas Rosmarinus Officinalis L. (Alecrim) Ocimun gratissimum (Alfavaca), Foeniculum vulgare Mill. (Funcho) possuem bons rendimentos de óleos essenciais e que Ocimun gratissimum (Alfavaca) apresentou atividade antimicrobiana frente a cepas de Candida albicans, podendo ser um potencial agente antibiótico natural.

AGRADECIMENTOS: FAPEMIG pelo apoio financeiro e a UNIFENAS, UFMG E UFLA pelo apoio na realização dos experimentos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CRAVEIRO, Afrânio Aragão; QUEIROZ, Danilo Caldas. Óleos essenciais e química fina. Revista Química Nova, v.16, n. 3, p. 224-228 1993

LIMA, Igara de Oliveira et al. Atividade antifúngica de óleos essenciais sobre espécies de Candida. Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v.16, n. 12, p.197-201 abr./jun. 2006

ERNANDES, Fernanda Maria Pagane Guereschi; CRUZ, Crispin Humberto Garcia. Atividade antimicrobiana de diversos óleos essenciais em microrganismos isolados do meio ambiente. Boletim Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, Curitiba, v. 25, n. 2, p. 193-206 jul./dez. 2007.