ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO FITOTÓXICA DO EXTRATO DICLOROMETANÓLICO DE Origanum majorana L . ATRAVÉS DE ENSAIOS in vitro

AUTORES: ALVES, J.N. (UFU) ; MELO, P.G (UFU) ; BARBOSA, C. S. (UFU) ; MAIA, F.M. (UFU) ; SANTOS, D.Q. (UFU) ; HERNANDEZ-TERRONES, M.G. (UFU)

RESUMO: No presente trabalho são descritos resultados da avaliação fitotóxica do extrato Origanum majorana L. germinação de Panicum maximum (capim colonião). As amostras de extrato bruto, foram obtidas usando diclorometano como solvente de extração.Foi analisada a inibição total de desenvolvimento da raiz e da parte aérea, usando extratos de raiz, caule e folha nas concentrações de 0, 50, 100 e 200 ppm Conclui-se que o potencial inibitório do extrato desta planta, analisada pode vir a tornar-se uma fonte de herbicidas naturais.

PALAVRAS CHAVES: herbicidas naturais, fitotoxica, fitoquímica.

INTRODUÇÃO: A alelopatia vegetal resume-se à liberação de substâncias que podem inibir ou estimular o crescimento de outra planta. As substâncias com efeitos alelopáticos têm uma tendência de acúmulo nas folhas e raízes1. Alguns aleloquímicos isolados são capazes de intervir no crescimento e germinação de outras espécies por afetarem os processos fisiológicos das espécies, como inibição de fotossistema II, assimilação de nutrientes, divisão celular, respiração, síntese protéica, permeabilidade da parede celular e assimilação de nutrientes (Ding,2009).
A liberação desses compostos pode ocorrer por lixiviação, exsudação, decomposição ou volatilização, afetando o ecossistema ao seu redor. O uso de compostos naturais com finalidades agrícolas é de interesse, pois, em sua maioria são solúveis em água de fácil degradação e mais seguros toxicamente.
Fatores sócio econômicos, ambientais e decorrentes do aumento da resistência de pragas e doenças aos pesticidas convencionais têm constituído elementos de pressão para o incremento dos estudos para a definição de novos meios de controle dos agentes patogênicos, que sejam fortemente bioativos, bastante seletivos e ecologicamente inofensivos2.


MATERIAL E MÉTODOS: Porções da raiz, caule e folha de Origanum majorana L. foram secas em estufa a 45° e posteriormente trituradas. Na obtenção do extrato da raiz foram usadas 2,23 g do material que foi imerso em 100 mL de diclorometano e armazenado em vidro âmbar. Na preparação do extrato das folhas foram usadas 10,24 g do material, que foi imerso 400 mL de diclorometano e armazenado em vidro âmbar. E para obter o extrato do caule foram usadas 25,70 g do material, que foi imerso em 800 mL de diclorometano e armazenado em vidro âmbar. Os materiais vegetais imersos no extrator foram mantidos à temperatura ambiente e agitados periodicamente, por sete dias. Após esses procedimentos os mesmos foram filtrados separadamente em funil de placa porosa e os filtrados obtidos foram concentrados por destilação a pressão reduzida, com o auxílio de evaporador rotatório.
Dos extratos da raiz, caule e folhas foram preparadas soluções nas concentrações 50,100 e 200 ppm que foram utilizadas nos ensaios de germinação pré-emergente, tendo como alvo P. maximum.
Posteriormente foram preparadas soluções nas concentrações 100, 200 e 400 ppm das folhas de O. majorana L. que foram utilizadas em ensaios de germinação pós-emergente, tendo como alvo P. maximum.
Anteriormente à realização dos testes de germinação, foi realizada a quebra de dormência das sementes pré-selecionadas e esterilizadas durante 2 minutos com hipoclorito de sódio, em uma solução de 10 %.
Nos ensaios para a verificação do potencial fitotóxico, foram utilizadas, por triplicata, concentrações de 0 (controle), 50, 100, e 200ppm dos extratos, em água bidestilada e deionizada usando caixas gerbox com papel de filtro, previamente esterilizadas. Cada parcela experimental foi constituída de 20 sementes, e em seguida levadas à germinadora.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O efeito inibitório em função da concentração do extrato indica as porcentagens obtidas na atividade alelopática, como se observa na figura 1.
Verifica-se que o extrato da raiz de O. majorana L na concentração de 50 ppm houve uma inibição de 64% e 61% para o crescimento da parte aerea e raiz, respectivamente. Já com o aumento da concentração para 100 ppm a inibição do crescimento da parte aérea e raiz foram mais expressivas, com 88 e 86% de inibição. À 200 ppm não houve crescimento da semente de P.maximum,ou seja o efeito inibitório foi de 100% tanto da parte aérea, quanto para a raiz.
Já para o extrato do caule de O. majorana L na concentração de 50 ppm houve uma inibição de 34% e 54% para o crescimento da parte aerea e raiz, respectivamente. Com o aumento da concentração para 100 ppm a inibição do crescimento da parte aérea e raiz foram de 60 e 73% de inibição. À 200 ppm o efeito inibitório foi de 91% e 96% parte aérea e raiz da semente de P.maximum.
Por fim, o extrato da folha de O. majorana L na concentração de 50 ppm houve uma inibição de 72% e 80% para o crescimento da parte aerea e raiz, respectivamente. Já com o aumento da concentração para 100 ppm a inibição do crescimento da parte aérea e raiz foram mais significativas, com 85 e 94% de inibição. À 200 ppm não houve crescimento da semente de P.maximum,ou seja o efeito inibitório foi de 100% tanto da parte aérea, quanto para a raiz.
Com o aumento da concentrações dos extratos do vegetal observou-se maior inibição do crescimento da parte aérea e da raiz, ou seja, possuem maior efeito fitotóxico.
Figura1.: Inibição da parte aérea e raiz, com efeito, do extrato de raiz, caule e folha Origanum majorana L.




CONCLUSÕES: O extrato diclorometanólico de Origanum majorana L apresentou atividade alelopática inibitório, sendo portando um grande potencial de fontes de herbicidas naturais. Dessa forma, este projeto pode se tornar uma alternativa viável com recurso de descobrir novos sítios ativos, com o intuito de diminuir os impactos ambientais causados pelo uso de herbicidas sintéticos e contribuindo para a sustentabilidade nas atividades agrícolas.

AGRADECIMENTOS: FAPEMIG, IQUFU

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 Rice, E. L.; Allelopathy. 2º edição; New York: Academic., 1984, 01-291.

2EINHELLIG,Frank A.; Allelopathy: Current Status and Future Goals; in Inderjit, K. M. M.Dakshini, and F. A. Einhellig, ed. Allelopathy, organisms, processes, and applications. Washington, American Chemical Society, p.1-24, 1995