ÁREA: Alimentos

TÍTULO: ANALISE BROMATOLOGICA DA FARINHA DE MILHO TIPO CANJICA BRANCA

AUTORES: CALCAGNOTTO, H. C (UNIC) ; REIS FILHO, A. D (UNIC) ; ROCHA, E. F (UNIC) ; SCHIRMER, M (UNIC) ; SANTINI, E (UNIC)

RESUMO: Este trabalho analisou bromatologicamente a farinha de milho canjica branca(MCB) comparando quanto às informações fornecidas nos rótulos dos produtos de milho canjica amarela(MCA) e TACO,2006., a respeito da composição centesimal dos macronutrientes, umidade e cinzas. Baseia-se em uma análise quantitativa na qual analisou 2 alíquotas de amostra de MCB provenientes da região de Campo Novo do Pares – MT e 3 rótulos de MCA. As análises foram realizadas segundo metodologia oficial estabelecidas pelo Instituto Adolfo Lutz (1985). Após analise verificou-se que mesmo com as semelhanças o MCB tem maior teor de proteína, lipídio e cinzas que o MAC podendo uma alternativa interessante para as indústrias alimentícias que buscam produtos com melhor qualidade nutricional e maior valor agregado.

PALAVRAS CHAVES: milho canjica branca; milho canjica amarela; analise bromatologica

INTRODUÇÃO: O milho é uma variedade bastante difundida no Brasil, tem como finalidade á produção de canjica, grãos e silagem.( SILVA, N. da, et al. 2007)
É uma das principais culturas agrícolas, de grande importância como fonte de alimento para o homem e animais, sendo tradicionalmente utilizado na culinária, na confecção de uma variedade de pratos salgados e doces.(NAVES et al., 2004)
Para efeito de dimensionamento, a área plantada de milho no Brasil é em torno
de 12,5 milhões de hectares e, representa cerca de 30% do total. Ocupa o 2º lugar no somatório dos principais grãos.(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2006)
A canjica de milho segundo a portaria do MINISTERIO DA AGRICULTURA nº 109/ 89, é o grão ou pedaço de milho proveniente da espécie Zea Mays,L. que apresenta ausência parcial ou total do gérmen e do tegumento, em razão do processo de degerminação.
O milho é um alimento essencialmente energético, uma vez que seus grãos são constituídos principalmente de carboidratos. Esse cereal é também considerado fonte de proteína, pois o nutriente representa cerca de 10% do grão(FUFA et al. 2003).O teor de cinzas, por exemplo, tem a função de classificação para farinhas e indica a presença de sais minerais contidos no pericarpo e nas primeiras camadas do grão de milho.Determinam, portanto, o grau de extração e a presença de farelo.(ANVISA, 2006).
A qualidade do milho é determinada pelo estabelecimento da composição centesimal que está diretamente relacionado à classificação desses produtos, em relação aos padrões de qualidade e identidade.Este trabalho tem objetivo determinar a composição centesimal da farinha do milho tipo canjica branco obtido na região de Campo Novo do Parecis – MT comparando com a rotulagem de produtos de canjica amarelo.

MATERIAL E MÉTODOS: Para atender a proposta deste estudo, se deu como premissa uma pesquisa de campo de caráter descritivo, elaborada a partir de uma análise bromatológica realizado no laboratório de bromatologia da UNIVERSIDADE DE CUIABA, a pesquisa foi conduzida de forma quantitativa visando descrever as características observadas durante todo o estudo. Foram feitas as análises do milho canjica branco e realizado comparações em rótulos de milho de canjica amarelo.
Foram empregadas 3 diferentes marcas de milho de canjica amarelo (A,B,C) escolhidas aleatoriamente,comercializadas em supermercados da cidade de Cuiabá – MT e 1 tipo de milho de canjica branco de diferentes safras (2008, 2009) proveniente da região de Campo Novo do Parecis – MT.
As análises foram realizadas sempre em triplicatas e os resultados obtidos serão analisados a fim de determinar o grau de precisão, exatidão, de cada método analítico.
As técnicas utilizadas para realização das analises foram adaptadas segundo metodologias do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985).
A Tabela de Composição de Alimentos – TACO, 2006 foi utilizada como comparativo de resultados.
Para que os resultados pudessem ser citados com maios fidelidade foi realizado o teste de variância da Anova one-way e posteriormente o test post hoc de Tukey. As diferenças foram consideradas significativas para p < 0,05.
Os métodos abaixo foram os utilizados para execução das analises:
•Proteína método de Kjeldahl
•Carboidrato método de Fehling
•Lipídios método de Soxhlet
•Umidade- Secagem direta em estufa à 105ºC ºC ± 3h
•Resíduo por incineração - Cinzas mufla (550 ºC ± 5h)


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Avaliando de forma individual os macronutrientes, verificou-se que os percentuais de lipídeos das amostras de milho canjica branco em relação as amostras de milho canjica amarelo, apresentou diferença significativa de acordo com a Tabela 1, sendo que a farinha C foi a de maior expressão por apresentar valor de 0% enquanto as demais farinhas apresentaram valores > 3,9 e < 4 para farinha branca e valores > 1,2 e < 5 para a farinha amarela. A farinha amarela B foi a que mais se aproximou dos valores obtidos com as amostras de farinha branca, mostrando que podem haver semelhanças entre os valores de lipídeos da farinha de milho canjica branco e amarelo.
Quanto as proteínas se observou que de acordo com os percentuais as amostras de farinha de milho canjica branco obteve maior percentual em relação as farinhas de milho canjica amarelo A, C e TACO e valor de percentual abaixo em relação a farinha de milho amarelo B.
Para os carboidratos observou diferenças tanto entre os tipos de farinhas quando comparadas entre si, como quando comparadas diretamente a farinha de milho canjica branco com a farinha de milho canjica amarelo, destacando-se apenas as farinhas de milho canjica amarelo A e C que possuem os mesmos valores.
A umidade ideal para farinhas de acordo com a portaria MINISTERIO DA AGRICULTURA nº 109/ 89 é de 13%, onde pode-se observar que ambas amostras encontram-se em conformidade, porém a farinha de milho amarelo apresentando maior teor de umidade em relação a farinha de milho branco.(TABELA 2)
Em relação ao teor de cinzas é evidente um maior percentual na farinha de milho branco quando comparado com o percentual do milho amarelo declarado na TACO(TABELA 2). O que é confirmado pelo teste de variância de p<0,001.





CONCLUSÕES: O MCB produzido na região de Campo Novo do Parecis, apresenta características químicas muito semelhantes com marcas de MCA encontradas no comércio local e na TACO.
Mesmo com as semelhanças pode-se concluir com as analises que o MCB tem maior teor de proteína e lipídio que o MCA podendo ser uma alternativa interessante para as indústrias alimentícias que buscam produtos com melhor qualidade nutricional e maior valor agregado.
O que mais chamou atenção nos resultados é o teor de cinzas do milho canjica branco ficando bem acima do milho canjica amarelo.


AGRADECIMENTOS: A Deus, pois sem ele nada é possível. Aos meus familiares e amigos. Aos colaboradores pela dedicação e paciência, para que pudéssemos concretizar esse trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, Legislação em Vigilância Sanitária. [online]. Disponível na internet: www.anvisa.gov.br/e-legis; 2006. (10 maio 2010).

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio. p. 400. Brasília, 2006.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, v. 1, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985

NAVES, M. M. V. et al. Culinária goiana - valor nutritivo de pratos tradicionais. p. 82, Goiânia. 2004.


PORTARIA MA nº 109/ 89; Norma de Identidade, Qualidade, Apresentação e Embalagem da Canjica de Milho. [online]. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/servlet/VisualizarAnexo?id=3264. Acesso em: 20 março 2010.

SILVA, N. et al. Manual de métodos de analise microbiológica de alimentos; 3º ed.,; livraria Varela, São Paulo, 2007.