ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: BAFÔMETRO: UM TEMA TRANSVERSAL PARA O ENSINO DE NOX E CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O ALCOOLISMO NO ENSINO MÉDIO EM ESCOLAS PÚBLICAS DE UBERLÂNDIA - MG

AUTORES: CUNHA, R. A. (UFU) ; GARCÊS, B. P. (UFU) ; HYPPÓLITO, M. P. (UFU)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi mostrar os problemas causados pelo alcoolismo e trabalhar os conceitos de número de oxidação e reações de oxi-redução, sendo realizado em quatro turmas de 2º ano do ensino médio com cerca de 30 alunos cada e em 3 aulas de 50 minutos. A metodologia consiste na introdução destes conceitos utilizando por base os mecanismo de funcionamento de um bafômetro a base de dicromato de potássio. Foi observado que os problemas do alcoolismo não são devidamente abordados para esta faixa etária e que os alunos apresentaram grandes dificuldades no calculo do Nox de substâncias orgânicas que só são trabalhadas no terceiro ano do ensino médio. Obteve-se resultados positivos pois os alunos conseguiram vincular aplicabilidade aos conceitos que até então eram vagos.

PALAVRAS CHAVES: bafômetro, nox, alcoolismo

INTRODUÇÃO: De acordo com o I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (2001), cerca de 48,3% entre jovens de 12 a 17 anos, em 107 grandes cidades brasileiras já consumiram bebidas alcoólicas sendo que 5,2% se consideram dependentes da droga. Acredita-se que esta porcentagem cresceu ainda mais nos últimos anos, porém não há dados estatísticos que evidenciam este aumento. O número de acidentes provocados por motoristas alcoolizados também é bem grande, de acordo com a CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), por ano mais de mil pessoas morrem no estado de São Paulo vítimas de acidentes causados por excesso de álcool. Além disso o número de oxidação e as reações de oxidação e redução estão comumente entre os conteúdos que mais geram duvidas dentre o ensino médio, e estas dúvidas se mantém até o estudo da eletroquímica. Isto contribui para que a formação cientifica do cidadão seja deficiente já que nem sempre o sistema de avaliação detecta tais problemas. Tendo como motivação esses dados, foi utilizado como tema transversal para o estudo de química o bafômetro em que trabalhou-se número de oxidação reações de oxidação e redução e também questões relativas ao alcoolismo na adolescência.

MATERIAL E MÉTODOS: Todo o trabalho com o tema foi realizado em quatro turmas de 2º ano do ensino médio com cerca de 30 alunos cada e em 3 aulas de aproximadamente 50 minutos. Na primeira aula foi trabalhado o conceito de número de oxidação utilizando o livro didático e citando vários exemplos com substâncias inorgânicas e orgânicas. Juntamente com o conteúdo foram distribuídos exercícios para aprofundamento. Na segunda aula foi apresentado o bafômetro para aprofundar os conceitos de número de oxidação e introduzir os conceitos de reações de oxidação e redução. Seu mecanismo e uso foram mostrados a partir de uma animação didática e interativa produzida pelo Labvirt (USP). Na terceira aula foram expostos dados relacionados aos problemas decorrentes do alcoolismo principalmente na adolescência, e isto gerou uma discussão em que os alunos mostraram seus conhecimentos e tiraram suas dúvidas sobre o assunto. Ao término da terceira aula foi passado um trabalho para os alunos, com questões sobre o conteúdo e uma proposta de dissertação sobre o alcoolismo que posteriormente foi corrigida pela professora de português valorizando o caráter interdisciplinar deste trabalho e do ensino de química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Um importante aspecto trabalhado com os alunos foi a ação maléfica do álcool no organismo. Eles foram informados sobre varios problemas clínicos decorrentes da ingestão do álcool que vão desde náuseas, dores abdominais, diarréia até problemas graves como hipoglicemia alcoólica e doenças hepáticas como a cirrose. Também foi trabalhada a relação entre álcool e direção mostrando dados estatísticos de acidentes de trânsito provocados por motoristas alcoolizados. Outro importante aspecto trabalhado foi o alcoolismo na adolescência, que conscientizou os alunos sobre os efeitos devastadores que esta prática pode causar ao usuário e ao meio em que está inserido. Por ter sido reforçado o conceito de número de oxidação e introduzido o conceito de reações de oxidação e redução a partir de uma animação interativa, os alunos demonstraram um maior interesse e atenção. Isso gerou efeitos que melhoraram em muito a compreensão dos conteúdos. Neste aspecto, os alunos conseguiram relacionar conceitos de reação química, previamente vistos, com o que ocorreu no bafômetro, ou seja, um dos fatores que evidencia uma reação química foi observado pelos alunos no bafômetro devido à mudança de coloração da solução. Após este estudo os alunos não tiveram problemas em identificar os agentes redutor e oxidante presentes na reação que ocorre no bafômetro. Foi observado que a maioria das dúvidas dos alunos estavam em determinar o número de oxidação dos compostos orgânicos, supomos que este problema seja pela protelação da apresentação de conceitos de substâncias orgânicas para o terceiro ano do ensino médio, deixando os alunos desprovidos de bases teórico-metodológicas na compreensão do conteúdo.





CONCLUSÕES: Observamos que a introdução de um tema transversal para a introdução do conceito de número de oxidação aproxima o conteúdo da realidade dos alunos aumentando o interesse e maximizando a compreensão dos mesmos. Além disto, o trabalho de conscientização sobre o alcoolismo aparentemente impressionou os alunos que não conheciam o álcool sob esta face, esta nova visão ao que transpareceu afastará os alunos desta prática.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a FAPEMIG pelo apoio financeiro, ao diretor da E.E.P.J.F.S. e ao LABVIRT por disponibilizar a animação na internet.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARLINI, E. A. et al. I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 107 maiores cidades do país - 2001. São Paulo. CEBRID – Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas. UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, 2002.
CET-SP. Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo. Disponível em <http://www.cetsp.com.br/>. Acesso em: 20/04/2010.