ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Caracterização química de Mikania glomerata submetida a diferentes adubações

AUTORES: REBELO, A.M. (EPAGRI) ; BERTOLDI, F.C. (EPAGRI) ; DESCHAMPS, F.C. (EPAGRI) ; SOPRANO, E. (EPAGRI) ; SALERNO, A.R. (EPAGRI)

RESUMO: A Mikania glomerata Sprengel (Mg), é usada em problemas respiratórios. Avaliou-se o uso de níveis de adubação de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), para avaliar os efeitos na produção de cumarina (cmr) e o-cumárina (o-cmr), determinado nos extratos fluidos das folhas (EF-F) por CLAE. A crm variou de 2,83 e 3,48 para tratamentos (T) com N, de 1,58 a 2,69 para P e de 1,48 a 3,24 para K; para o-crm variaram entre 1,04 a 1,39 para N, de 0,72 a 1,36 para P e de 0,26 a 2,46 para K. Não houve relação dos T e os parâmetros analisados. A produção de biomassa das folhas no T com adição de N, não foram superiores a obtida sem adição, para P houve aumento de 114% e para K aumento de 23%. A aplicação de N, P ou K no cultivo de Mg não influencia na concentração de cmr ou ácido o-cmr, dos EF-F.

PALAVRAS CHAVES: extrato fluído, guaco, manejo cultural

INTRODUÇÃO: A Mikania glomerata Sprengel, conhecida popularmente como guaco, é uma planta medicinal utilizada em medicamentos para tosse e problemas respiratórios, tendo a cumarina como composto ativo e marcador químico da espécie (SANTOS, et al.2005). Dessa forma, são desejáveis níveis elevados dessa substância na matéria-prima destinada à elaboração de fármacos, sendo que, práticas culturais devem ser adotadas para estimular a síntese deste metabólito secundário. Neste trabalho foram usados níveis crescentes de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) com a finalidade de determinar possíveis efeitos sobre a produção de cumarina e de ácido o-cumárico (precursor da cumarina) pela planta.


MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi conduzido na Epagri - Estação Experimental de Itajaí, SC, com material vegetal oriundo do banco de germoplasma local. Os tratamentos envolveram diferentes quantidades de N, P, ou K (sem adição; 225, 450, 675, 900 ou 1800 mg/vaso). As plantas foram cultivadas individualmente em vasos de 4 L, com quatro repetições em cada tratamento. Os extratos fluidos das folhas de guaco foram preparados de acordo com a metodologia recomendada pela Farmacopéia Brasileira (SILVA, et al., 1929). A determinação de cumarina e ácido o-cumárico foram realizadas por CLAE, com modificações do método proposto por Deschamps e Ramos (2002). A avaliação dos tratamentos foi realizada pelo teste Tukey (5% de probabilidade de erro (p<0,05)).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 1 observou-se que não houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos para os parâmetros analisados.

Tabela 1. Valores médios em mg.mL-1 ± desvio padrão de cumarina e de ácido o-cumárico em extrato fluído de Mikania glomerata Sprengel cultivada com diferentes quantidades de Nitrogênio, Fósforo ou Potássio.

TABELA 1

* Médias com letras iguais não diferindo entre si estatisticamente. Maiúscula para cumarina e minúscula para Ácido o-cumárico (Teste tukey p &#8805; 0,05).

FIGURA 1- Mikania glomerara em vasos.

Os valores de cumarina e ácido o-cumárico são semelhantes aos encontrados em extratos fluidos de guaco produzido a partir de cultivo convencional em trabalhos realizados por outros autores4,1.
A produção de biomassa das folhas de Mikania glomerata (Figura 1.) cultivadas com adição de N, não foram superiores a biomassa obtida no tratamento sem adição, porém para fósforo houve aumento de 114% e para potássio aumento de 23%.






CONCLUSÕES: A aplicação de Nitrogênio, Fósforo ou Potássio no cultivo de Mikania glomerata Sprengel não influenciou na concentração de cumarina ou ácido o-cumárico, dos extratos fluídos obtidos das folhas.


AGRADECIMENTOS: EPAGRI - Emp. Pesq. Agrop. e Ext. Rural de Santa Catarina
FAPESC - Fund. de Apoio a Pesq. Cient. do Estado de Santa Catarina

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SANTOS, S.C. 2005. Caracterização cromatográfica de extratos medicinais de guaco: Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker e M. glomerata Sprengel e ação de M. laevigata na inflamação alérgica pulmonar.
SILVA, R. A. 1929. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional.
DESCHAMPS, F.C.; RAMOS, L.P. Método para a determinação de ácidos fenólicos na parede celular de forragens. Rev. Bras. Zootec., Viçosa, 31: (4) 1634-1639.
OSÓRIO, A.C. e MARTINS, J.L.S. 2004. Determinação de cumarina em extrato fluido e tintura de guaco por espectrofotometria derivada de primeira ordem. Bras. Cienc. Farm. 40: (4) 481-486.