ÁREA: Ambiental

TÍTULO: OTIMIZAÇÃO DO PROCESSAMENTO DE UM SABÃO A FRIO

AUTORES: COSTA, D. D. (IFMA) ; SILVA, K. S. L. (IFMA) ; OLIVEIRA, L. V. (IFMA) ; SOUSA, J. O. (IFMA) ; VIEIRA, J. S. C. (IFMA)

RESUMO: Este trabalho elaborou a formulação de um sabão a frio, denominado de AQ Sabão a partir da variação do teor de lixívia e manutenção da gordura animal, do óleo vegetal e demais coadjuvantes. Os corpos de prova foram submetidos à caracterização física em termos de alcalinidade, pH e poder de detergência. Após os resultados pode-se inferir que a amostra AM5 apresentou as melhores propriedades exigidas para o consumo de sabão. Os resultados obtidos neste trabalho confirmam que as propriedades físicas do AQ Sabão são dependentes dos efeitos combinados de seu poder espumante, molhante e emulgente e do teor de álcali adicionado durante seu processamento.

PALAVRAS CHAVES: sabão, otimização, lixívia

INTRODUÇÃO: O banho é uma agradável sensação de limpeza. Para satisfazer as necessidades de higiene, limpeza pessoal e doméstica as indústrias químicas e farmacêuticas fabricam e comercializam grandes quantidades de produtos domissaneantes (ARGENTIERE, 2001). O sabão é um produto resultante da reação de saponificação entre ácidos graxos e uma lixívia alcalina de base forte. O processamento deste insumo exige um controle rigoroso das matérias-primas, da temperatura e da proporção entre seus constituintes (OLIVEIRA, n/d) (OZAGO, 2008). As principais matérias-primas utilizadas para produção de sabão são gordura animal, óleo vegetal, lixívia e água. Cada um desses componentes possui sua importância e particularidade neste processo. As gorduras são sólidas à temperatura ambiente e contribuem para a dureza do sabão. Os óleos são líquidos à temperatura ambiente e ajudam a aumentar a espuma e a suavidade do sabão. É necessário que a gordura e o óleo reajam entre si com um agente saponificante, que em geral é um álcali forte. A água exerce o papel de agente veicular e deve conter pequena concentração de cálcio para não reduzir a quantidade de espuma do produto final.
Diariamente consumimos uma vasta quantidade de produtos derivados do sabão. Saber como estas substâncias são produzidas, como agem durante o processo de limpeza e como são degradadas pela natureza é de fundamental importância para mantermos uma interação com o meio ambiente (ZABEL, 2007). Este trabalho tem por objetivo ajustar a fórmula de um sabão processado a frio e quantificar seu poder de detergência em função da variação do teor de lixívia.

MATERIAL E MÉTODOS: Neste trabalho utilizou-se uma massa de sabão base, denominada de AQ Sabão. Sua formulação foi elaborada a partir do índice de saponificação das gorduras animal (sebo bovino) e vegetal (óleo de soja), calculou-se a quantidade de lixívia necessária para neutralizar o teor de ácidos contidos na gordura animal e vegetal. Foram produzidas diversas séries de sabão utilizando-se a mesma quantidade da gordura animal e vegetal variando os teores da lixívia e demais componentes da fórmula, até chegar a um ponto considerado ótimo.
Ao longo deste trabalho foram fabricados 50 corpos de provas distribuídos em 5 bateladas. Cada batelada originou 10 corpos de provas, que foram caracterizados fisicamente em termos de alcalinidade livre, pH e poder de detergência (solubilidade, agente espumante e agente molhante). A alcalinidade livre dos corpos de prova foi determinada pelo método de alcalimetria utilizando-se solução aquosa de ácido sulfúrico padronizada, cuja concentração foi 0,05 Mol.L-1 . Para determinação do pH do AQ Sabão foi utilizado um pH-metro, modelo PHS-3B, marca Labmeter Model pH2. Já o poder de detergência foi analisado dissolvendo-se 30g do AQ Sabão num Becker com água destilada, agitou-se a solução com o auxilio de um agitador magnético e verificou-se seu poder espumante. O poder emulgente foi analisado adicionando-se uma mistura de água e óleo em 15mL da solução do AQ Sabão. O poder umectante foi testado adicionando-se 1g de enxofre num Becker contendo água, em seguida foram adicionadas 5 gotas da solução do AQ Sabão. Os resultados obtidos foram catalogados para posterior análise.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Figura 1 mostra o aspecto visual de alguns corpos de prova confeccionados no decurso deste trabalho. A caracterização física do AQ Sabão revelou que a amostra AM5 apresentou melhores propriedades exigidas para um sabão ser consumido. Esta amostra foi denominada de ponto ótimo.
Para confirmação da amostra de referência, realizaram-se outras bateladas variando o teor de lixívia. Nesta etapa, foram fabricados corpos de prova contendo lixívia com teores inferiores e superiores à do ponto ótimo. Em seguida realizou-se a caracterização física dos mesmos e verificou-se que a amostra padrão continuou com excelentes propriedades. Os corpos de prova também foram submetidos a uma análise sensorial onde foi investigada a eficiência do AQ Sabão em termos de capacidade de espumar na presença de água corrente, maciez da pele após lavagem e capacidade de fixar a essência.

A Figura 2 ilustra a composição química do AQ Sabão padrão em termos percentuais.






CONCLUSÕES: O AQ Sabão desenvolvido teve suas propriedades físicas básicas avaliadas em função do teor da alcalinidade livre, pH e poder de detergência. A diferença apresentada nas suas propriedades estudadas teve como conseqüência a variação quantitativa da lixívia, mantendo-se constante as gorduras animal e vegetal e demais coadjuvantes. Os resultados obtidos neste trabalho confirmam que as propriedades físicas do AQ Sabão são dependentes dos efeitos combinados de seu poder de detergência (espumante, molhante e emulgente) e do teor de álcali adicionado durante seu processamento.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão- Campus Zé Doca por financiar esta pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARGENTIERE, R. Novíssimo receituário industrial: enciclopédia de fórmulas e receitas para pequenas, médias e grandes indústrias. São Paulo: Ícone, Ed. 5, 2001, 411p.

OLIVEIRA, L. P. COLD PROCESS. Disponível em www.inforum.insit.com.br. Acesso em 10 de janeiro de 2009.

OZAGO, O. G. N; PINO, J. C. D. Trabalhando a química dos sabões e detergentes. Porto Alegre (RS): Fapergs, 72p, 2008.

ZABEL, P. A.; LEITZKE, T. C.G. Análise e qualificação do processo de fabricação do sabão e seu resíduo gerado, utilizando como matéria-prima óleo de fritura. Joinvile (PR) Univile, 2007.