ÁREA: Ambiental

TÍTULO: MONITORAMENTO PARTICIPATIVO DAS CONDIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA BACIA DO RIO MARANGUAPINHO-CEARÁ

AUTORES: SOUZA, A.V.S. (UFC) ; BEZERRA, K.M. (UFC) ; TORRES, G.R. (UFC) ; BORGES, S. S. S. (UFC)

RESUMO: RESUMO: Em Fortaleza um dos rios mais agredidos é o Maranguapinho. O objetivo é sensibilizar pessoas nas questões que envolvam os temas socioambientais, e aprofundar o conhecimento sobre os parâmetros físico-químicos relacionados à qualidade dos recursos hídricos. O Programa de Gerenciamento de Resíduos da UFC implantou o projeto Tecendo Redes, e firmou parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e a empresa Norsa para o desenvolvimento do projeto Gestão Sócio-Ambiental da Água. O trabalho é desenvolvido com os Agentes Comunitários de Saúde do bairro Quintino Cunha e as amostras de água são analisadas no próprio local da coleta. Constatou-se que o projeto tem grande potencial de expansão, conforme o interesse demonstrado pelos agentes comunitários nessa primeira etapa do projeto.

PALAVRAS CHAVES: análise de água; gestão socioambienal; educação ambiental

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O crescimento acelerado do processo de urbanização têm provocado danos irreversíveis ao meio ambiente, e conseqüentemente prejuízos econômicos, sociais, culturais, e à saúde da população. A cidade de Fortaleza possui 5 bacias hidrográficas e um dos rios mais agredidos pelas atividades antrópicas é o Maranguapinho. Com o objetivo de mobilizar e sensibilizar pessoas atuantes nas questões que envolvam os temas socioambientais, o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Universidade Federal do Ceará (PROGERE) implantou o projeto Tecendo Redes. No final de 2008, o Tecendo Redes firmou parceria com a fundação SOS Mata Atlântica e a empresa Norsa para o desenvolvimento do projeto Gestão Sócio Ambiental da Água, recebendo um “Kit Didático de Análise de Água”, com o intuito de desenvolver atividades práticas tais como análises de água, aplicação de questionários com a comunidade ribeirinha, palestras e distribuição de informativos com o intuito de promover reflexões sobre a problemática da poluição das águas no rio Maranguapinho. Para o desenvolvimento dessas atividades foram escolhidos em 2010 os Agentes Comunitários de Saúde do bairro Quintino Cunha (Zona Oeste de Fortaleza), pois já exercem atividades relacionadas à questão e conhecem os moradores próximos do ponto de coleta.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Para a execução do projeto Gestão Sócio-Ambiental da Água do rio Maranguapinho com os Agentes Comunitários de Saúde foi utilizado o Kit Didático de Análise de Água da Fundação SOS Mata Atlântica, formado por reagentes das empresas PoliControl e LaMotte. Os parâmetros físico-químicos e biológicos analisados são: pH,Fosfato, Nitrato, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Oxigênio Dissolvido, Coliformes e Turbidez. O Kit é composto por: termômetro para líquidos, da empresa LaMOTTE – código: 1066; 3 cubetas de 10 mL para testes de pH, fosfato e nitrato; 2 cubetas de 2 mL para teste da concentração de oxigênio; 30 cubetas de 10 mL contendo cada uma 1 comprimido para teste de coliformes; 1 cubeta de 25 mL para teste de turbidez; 3 cartelas com 10 comprimidos cada para teste de pH; 3 cartelas de 10 comprimidos cada para a primeira fase do teste de nitrato; 3 cartelas de 10 comprimidos cada para a segunda do teste de nitrato 2; 3 cartelas de 10 comprimidos cada para teste de fosfato; 12 cartelas de 10 comprimidos cada para teste de oxigênio dissolvido. Cada parâmetro é acompanhado por uma cartela auto-explicativa do procedimento de análise, e 1 cartela com explicações sobre a composição das pastilhas e a relação entre concentração e impacto ambiental dos parâmetros físico-químicos e biológicos analisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos nas análises da água do rio Maranguapinho, mostrados na tabela 1, foram comparados com os valores para a classe 2 das águas doces na resolução CONAMA nº 357/2005, tendo em vista que ao longo deste rio são observados usos para: a) abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) proteção das comunidades aquáticas ; c) recreação de contato primário; d) irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e) atividade de pesca. Conforme a resolução CONAMA 357/2005 os valores dos parâmetros de qualidade da água para esta classe são: Demanda Bioquímica de Oxigênio inferior a 5 ppm; Oxigênio Dissolvido superior a 5 ppm; pH variando de 6 a 9; Transparência de água menor que 100 UTJ; Nitrato inferior a 10 ppm; Espumas, óleos, materiais sedimentares e lixo flutuante virtualmente ausentes. Não foi possível comparar o parâmetro fosfato com os valores da Literatura, pois o kit utilizado nas análises é didático e não específica a forma de fosfato que está sendo determinada. Constatou-se nas análises que os valores de transparência de água, espumas, D.B.O, pH e Nitrato estão dentro dos padrões da classe 2 para águas doces da resolução 357/05, já os parâmetros Coliformes, Oxigênio Dissolvido e Lixo flutuante estão fora dos padrões. Ainda de acordo com os usos para essa classe verificou-se que a água do rio é imprópria, devido a constatação, no ponto de coleta, de resíduos ou despejos sólidos e líquidos, inclusive óleos e graxas, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação.



CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: A metodologia utilizada no projeto demonstrou ótima aceitação pelos agentes comunitários e subsidiou discussões sobre os parâmetros físico-químicos relacionados à qualidade dos recursos hídricos. A experiência indica que é possível trabalhar em parceria com os agentes na conscientização da comunidade ribeirinha, ministrando palestras, convidando a população para participar das coletas e mensalmente mostrar, em cartazes, e discutir com os moradores locais os resultados obtidos nas análises, no sentido de se alcançar a meta de qualidade da água para a classe 2 da CONAMA nº 357/2005.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: À Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará; À empresa Norsa; À Fundação SOS Mata Atlântica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução CONAMA Nº 357, de 17 março de 2005. Brasília ,1986; Plano de Gerenciamento das Águas das Bacias Metropolitanas.Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos - COGERH. Fortaleza. VBA Consultores S/C LTDA. 2001.