ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O ENSINO DE QUÍMICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE CAMPO NOVO DO PARECIS

AUTORES: SOARES, D. F. (IFMT) ; SOBREIRA, H. A. (IFMT)

RESUMO: O presente estudo teve como objeto de investigação o ensino de química nas escolas públicas de ensino médio do Município de Campo Novo do Parecis – MT. Mais especificamente, procurou investigar e analisar as possíveis dificuldades enfrentadas pelos professores que atuam com o ensino médio de química em escolas públicas. Nessa perspectiva, a pesquisa desenvolvida foi realizada para responder: Como se caracteriza a prática pedagógica dos professores de Química da rede pública do Município de Campo Novo do Parecis, em relação à sua formação profissional, aspectos estruturais, local de trabalho e aspectos didático-pedagógicos?

PALAVRAS CHAVES: ensino de química, prática pedagógica

INTRODUÇÃO: Este tema foi escolhido devido a real preocupação com relação ao ensino de química na construção da cidadania, com as dificuldades de metodologias adequadas e que muitas vezes não atendem as exigências dos parâmetros curriculares nacionais. Muitas vezes em regiões carentes de profissionais tem que apelar em contratar professores que não são formados em Química para suprir nas necessidades da escola, a maioria destes profissionais enfrentam dificuldades por não ter uma formação na área, não estão preparados para ministrar aulas de química (MARQUES, 1992). Além disso, os professores enfrentam dificuldades como faltam de laboratório para prática de aulas experimentais, salas de aula superlotadas e falta de interesse por parte do aluno.O ensino de química requer dos professores de química uma constante busca por novos modelos, que possam conduzir o estudante a refletir, a se inteirar, aprimorar e valorizar o ensino de química como suporte para que o conhecimento científico seja assimilado de forma significativa contribuindo para sua formação enquanto cidadão (SILVA ET AL, 2009). Em vista disso, um dos objetivos do ensino de química é a contribuição para com a formação do aluno enquanto cidadão, desse modo a escola passa a ter outras responsabilidades, como a de aprimorar valores e atitudes do indivíduo, capacitando-o a buscar de maneira autônoma o conhecimento do contexto científico e tecnológico em que está inserido. O objetivo deste trabalho foi: investigar a prática pedagógica dos professores de química em relação à sua formação profissional, aspectos estruturais, local de trabalho e aspectos didático-pedagógios, bem como as dificuldades dos professores que atuam no ensino de química.

MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa caracteriza-se como natureza descritiva e qualitativa. Como instrumento de pesquisa, utilizou-se entrevista semi-estruturada e observações. Para elaboração do roteiro de entrevista optou-se pelos elementos que compõem o dia-a-dia de um professor de química no ambiente escolar. O roteiro da entrevista constou de doze questões que foram elaboradas com a finalidade de relatar a prática do professor de Química no Município de Campo Novo do Parecis e analisar as possíveis dificuldades encontradas em sua atividade no âmbito escolar. As entrevistas foram realizadas de modo individual. Antes das entrevistas, os professores foram informados a respeito da natureza, dos objetivos e procedimentos; do caráter confidencial dos nomes e das informações e do roteiro com as questões. Obtido o consentimento, a entrevista era realizada. Após a transcrição, as entrevistas retornaram aos respondentes para leitura, alterações e concordância dos termos transcritos. O estudo foi realizado em 3 escolas públicas que ofertam ensino médio no município. Foram entrevistados 4 professores de química. Após a realização das entrevistas semi-estruturadas foram realizadas as análises dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Considerando os objetivos do estudo e as evidências encontradas nesta investigação, foi possível constatar que em relação à formação e experiência profissional 50% dos professores não são formados em química e sim em áreas afins como a biologia, pois se constatou que há falta de profissionais da área no município. Quanto ao aspecto estrutural (laboratório), materiais e equipamentos disponibilizados para disciplina de química observou-se que todas as escolas possuem laboratórios, porém sem boas condições de uso, pois faltam equipamentos e reagentes. Em relação aos aspectos didático–pedagógicos observou-se que existe uma preocupação por parte dos professores quanto ao planejamento de suas aulas, bem como o número de alunos por turma, onde relataram que a quantidade varia entre 30 a 35 alunos, contribuindo para a baixa qualidade do ensino. Devido ao número reduzido de aulas semanais (2 aulas/semana) muitas vezes não é suficiente para cumprir o extenso programa de conteúdos que compõe a grade curricular. Observou-se que os professores relacionam o ensino de química com o cotidiano, e também que os professores graduados em outra área argumentam que não enfrentaram dificuldades em ministrar aulas de química uma vez que não possuem formação na área.

CONCLUSÕES: Constatou-se que as maiores dificuldades enfrentadas pelos professores de Química, em sua prática pedagógica estão relacionadas com aspectos estruturais, mais especificamente com a falta de equipamentos e reagentes para aulas experimentais, as escolas possuem laboratório de Química, no entanto, os mesmos não são utilizados por falta de reagentes; o número excessivo de alunos por turma bem como a falta de interesse por parte dos alunos em aprender Química também é um fator a ser considerado no processo de ensino-aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: aos professores que participaram da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SILVA.E.E.P.; SILVA,L.P.G.; LIMA, K. E. B.; LIMA, K. E. B. DA (UEPB) ; DUDU, R. E. S.; BRITO, V. V.; O ensino de química na construção da cidadania, 49º Congresso Brasileiro de Química, Porto Alegre, 2009.
MARQUES, M. O. A Formação do Profissional da Educação; Editora Unijuí, 1992.