ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: SEMENTES NATIVAS DA REGIÃO AMAZÔNICA COMO NOVA PROPOSTA NO ENSINO DE GEOMETRIA MOLECULAR.

AUTORES: DA SILVA, I. M. (FAEMA) ; POMPEU E. C. (FAEMA) ; BISSOLI, F. M. (FAEMA) ; ALVES-SOUZA, R. A. (FAEMA) ; PEREIRA, G. J. (FAEMA) ; ZAN, R. A. (FAEMA)

RESUMO: Este trabalho tem por finalidade principal apresentar uma nova proposta de ensino do conteúdo de geometria molecular, que é ministrado tanto no ensino médio como em varias disciplinas dos cursos de química do Brasil. São discutidos os aspectos relativos de como demonstrar a visão 3D que o conteúdo deseja transmitir, da forma de execução, ao papel do trabalho experimental e a vários outros objetivos adicionais a que este conteúdo poderá almejar. Então o uso do modelo molecular como forma de retirar esse conteúdo do inimaginável para algo real, dando assim uma percepção do arranjo espacial que o conteúdo necessita. Tendo em vista a região e a biodiversidade aqui se encontra, esse trabalho teve como objetivos usar sementes nativas como ferramenta de ensino de geometria molecular.

PALAVRAS CHAVES: biodiversidade, geometria molecular, sementes nativas.

INTRODUÇÃO: A disciplina de Química é rotulada como difícil e complicada, tornando assim um desafio aos professores do ensino Médio buscar formas alternativas de ensino, capaz de retirar esse rótulo e desenvolver uma aprendizagem significativa, em que os alunos consigam relacionar a Química com seu dia a dia, despertando curiosidades e simpatia. Dentro do âmbito do encantamento da educação, Bernardelli (2004) cita Freire (1996), o qual comenta: “na educação, ensinar exige alegria e esperança”. Portanto, temos que criar ambientes que favoreçam o aprendizado, tornando o ensino interessante e de fácil assimilação. Um ensino em que se possa contextualizar o conteúdo ensinado em sala de aula com aprendizagem significativa presente no cotidiano dos alunos. O movimento escola nova, segundo Haidt (2006) recomendava o uso de métodos ativos (que apelavam para a atividade do educando), e sugeria que o professor utilizasse todos os recursos a seu alcance para tornar o ensino mais ligado a realidade e ativar os processos mentais da pessoa que aprende estimulando seu pensamento. Portanto, é grande a necessidade de investimento por parte dos professores em técnicas que abrangem métodos alternativos de ensino, fazendo com que a educação ganhe “cara” (grifos dos autores) de educação de qualidade. Diante desta necessidade, este projeto tem a finalidade apontar um método alternativo para o ensino de geometria molecular, uma vez ser esse um tema de difícil aprendizagem e de grande importância para o entendimento de diversos conceitos da disciplina de Química.

MATERIAL E MÉTODOS: Esse trabalho foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas e livros de referências, baseadas em problematização, onde descobrimos a grande deficiência em termos de métodos alternativos para o ensino de Química e o quanto esses métodos são importantes para desenvolver uma aprendizagem significativa. Tendo o intuito de valorização da biodiversidade da região amazônica procuramos utilizar sementes nativas da região na representação dos átomos na geometria molecular. As sementes foram adquiridas por meio de um artesão, que nos forneceu as mesmas já beneficiadas, pintadas e polidas. Para montar as geometrias foram utilizadas as sementes e palitos de bambu. As sementes foram separadas em cores e tamanho, conforme figura 1, onde se determinou que cada semente com cor diferenciada representava um átomo em especifico. Os ângulos de ligação de cada átomo foram determinados seguindo orientação das geometrias que se desejavam representar, conforme tabela 2. As sementes foram furadas com o auxilio de furadeira e brocas de diâmetros diferentes, levando-se em conta o tamanho e rigidez das sementes.
Tabela 1: Relação entre átomos e sementes e suas cores.
Elementos Sementes Cor
Hidrogênio (H) Buriti Preto
Carbono (C) Tucumã Preto
Silício (Si) jarina Branca
Nitrogênio (N) Jarina Azul
Oxigênio (O) Patauá Marrom
Fósforo (P) Jarina Rosa
Boro (B) Buriti Violeta
Enxofre (S) Paxiuba Castanho
Metais Açaí Variadas
Flúor (F) Açaí Laranja
Cloro (Cl) Açaí Verde escuro
Bromo (Br) Açaí Amarelo
Iodo (I) Tento Vermelho

Após a confecção das peças representando os diversos átomos listados na tabela 2, foram montadas as mais diversas formas geometrias possíveis com diferentes átomos figura 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Geometria molecular é o estudo de como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma molécula. Dependendo de como os átomos compõem, esta pode assumir várias formas geométricas. As principais são: linear, angular, trigonal plana, piramidal, octaédrica e tetraédrica. As aprendizagens sobre geometria molecular são importantes visto que os estudantes de Química apresentam dificuldades em relacionar a fórmula molecular, as características da molécula e estrutura geométrica (JOHNSTONE, 1991; GABEL e BUNCE, 1994). A geometria molecular se dá pela previsão da forma aproximada de uma molécula com base no número de pares de elétrons na camada de Valência do átomo central, no caso de moléculas que contenha somente ligações simples. Esta previsão tem que levar em conta a repulsão dos pares de elétrons, isto é, a orientação dos orbitais dever ser tal que a distância entre elas seja o maior possível. Tendo em vista a necessidade de se ter ferramentas para que o ensino de geometria molecular seja mais contextualizado e aplicado, fugindo do abstrato esse trabalho vem de encontro com o que o professor pode estar usando na região amazônica, pois a utilização de materiais abundantes da região e comuns no dia-a-dia do aluno e de fácil obtenção são artifícios para o professor inovar na transmissão de um conhecimento tão teórico e abstrato, como esse.





CONCLUSÕES: Com esse trabalho pode-se observar que apesar das dificuldades encontradas no ensino de química, é possível aos professores obterem materiais que possibilitem um melhora significativa no ensino-aprendizagem, a fim proporcionar aos alunos um entendimento de conceitos químicos por hora tidos como complicados e de difícil entendimento. Também pode-se destacar o facilidade e de obtenção do material e de sua versatilidade, tendo consigo o gancho da biodiversidade muito falado nos nossos dias.

AGRADECIMENTOS: A FAEMA pelo apoio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERNARDELLI, M.S. Encantar para ensinar- um procedimento alternativo para o ensino de Química. In. Convenção Brasil Latino América, congresso Brasileiro e encontro paranaense de psicoterapia corporais, 1.,4.,9.,Foz do Iguaçu. HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 2006. BRASIL (País) Secretaria de Educação Média e Tecnológica - Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. BRASIL (País) Secretaria de Educação Média e Tecnológ ica - Ministério da Educação e Cultura. PCN + Ensino Médio: Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.