ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UMA REFLEXÃO SOBRE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DE CUIABÁ/MT

AUTORES: MELLO, I. S. (UFMT) ; RESENDE, R. O. (UFMT) ; FERREIRA, J. N. (UFMT) ; MIRANDA, M. L. D. (UFMT) ; CARVALHO, M. A. (UFMT) ; ZANATA, J. L. (UFMT)

RESUMO: Este trabalho visou avaliar como procede a Educação Ambiental (EA) nas Escolas de segundo grau de Cuiabá – MT. A pesquisa foi realizada com 50 professores, dentre as áreas de química, biologia, matemática e física. Os professores responderam aos questionários nos quais argumentaram como se encontram suas propostas para a realização de uma Educação Ambiental consciente, e de que maneira eles a utilizam em sala de aula para passar esta proposta com intuito de construir uma Cidadania mais integrada com as relações homem e meio ambiente.

PALAVRAS CHAVES: cidadania; educação ambiental

INTRODUÇÃO: A questão ambiental está presente no cotidiano da sociedade e tem representado preocupação com o meio ambiente e motivado a elaboração de propostas para soluções do assunto. No Brasil, a EA (Educação Ambiental) atingiu primeiros o âmbito administrativo, e só depois o sistema educativo. A oficialização da EA aconteceu por meio da lei federal de n° 6.938 de 1981, que criou a Política Nacional do Meio Ambiente. No âmbito educativo, em 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei 9.394/96), que aponta a necessidade de uma formação mais ampla do estudante da escola básica e sugere a abordagem de temas que proporcione a reflexão sobre as questões como a ética, a responsabilidade e a cidadania, incluindo a percepção e compreensão do meio ambiente numa perspectiva interdisciplinar. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anízio Teixeira (INEP) em 2002, a maioria das escolas de Ensino Fundamental desenvolve atividades de EA e, considerando-se o total de alunos deste nível de ensino 71,2% estão em escolas que trabalham de alguma forma com a temática com freqüência as ações do EA são reduzidas a atividades pontuais no dia do Meio Ambiente, do Índio, da árvore, ou simples visitas ao parque e reservas. Segundo Schnetzler e Aragão, a prática docente reflete os modelos de ensino os quais os indivíduos tiveram contato durante toda sua formação. A identificação e análise das ações de EA que vêm sendo promovido nas escolas de Educação Básica de Cuiabá/MT, o trabalho visou conhecer as concepções sobre meio ambiente e EA na prática de professores da área de Ciências da Natureza.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa, que ocorreu durante o transcorrer de todo contato com os professores, envolveu a presença física do observador, o compartilhamento de experiências de vida e o ingresso no mundo simbólico e social das pessoas. Desta forma foi realizada uma oficina com a participação de 50 professores do Ensino Médio da área de Ciências da Natureza, oriundos de 20 escolas públicas, sendo 24% da área de química, 46% de biologia, 15% de Matemática e 15% de física. A oficina buscou contribuir para reflexões sobre: um ensino de ciências naturais de forma integrada e contextualizada, possibilitando a abordagem de aspectos sócio-ambientais, em níveis local, regional e global; o desenvolvimento de aspectos científicos que fazem falta ao cidadão para compreensão dos fenômenos ambientais que vem sendo divulgados pela mídia e, a abordagem da educação ambiental no ensino da de ciências, envolvendo conhecimentos científicos, valores e tomada de decisões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre os professores participantes da oficina, 73% disseram promover ações voltadas à EA nas suas escolas. No entanto, a maioria das atividades propostas engloba iniciativas indicativas individuais e pontuais, havendo poucos relatos de ações interdisciplinares.
Embora as ações mencionadas demonstrem a preocupação em vincular os conhecimentos científicos aos valores e atitudes de responsabilidade sócia ambiental, ficou evidenciado pelas estratégias, que o professores concebem que os objetivos do EA são alcançados por meio da aquisição de conhecimentos e estratégias de ensino junto a projetos com apoio financeiros. As atividades compiladas no grupo de professores de biologia e química revelam uma concepção de meio ambiente como sendo um recurso a ser gerenciado para assegurar sua utilização para a sociedade atual e futura. A regra dos 3 R’s ( Reduzir, Reutilizar e Reciclar) é muito citada pelos professores. Dentro deste grupo de ações, são realizadas atividades participativas que procuram colocar o aluno como agente ativo, à medida que ele separa o lixo, produz artesanato, recicla materiais, entre outros, enquanto no grupo de física e matemática, na maioria das vezes cabe ao aluno apenas ouvir as informações selecionadas e transmitidas pelo professor. Atividades como fazer horta e jardins também foram citadas como sendo EA, porem, acreditamos que, dá maneira como foram conduzidas, contribuem mais para a socialização e valorização do indivíduo, que propriamente para a promoção da responsabilidade ambiental. Professores seguros, em seu trabalho sobre EA em escolas públicas, relataram que na visão dos alunos, a horta também é uma possibilidade de melhorar a relação ensino-aprendizagem.


CONCLUSÕES: Foi possível constatar que várias atividades envolvendo o EA são promovidas nas escolas de educação básica de Cuiabá/MT. No entanto, muitas destas atividades são realizadas de forma pontual e disciplinar, além de focar na compreensão de problemas ambientais por meio de aulas e discussões teóricas. Pelos questionários e diálogos com os professores foi possível notar que, com exceção da reciclagem do lixo, foi grade a dificuldade de se elaborar propostas de atividades de EA capazes de atingir a responsabilidade individual.

AGRADECIMENTOS: A todos os colaboradores do projeto e Capes e CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, I.C.M.; 2004. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico, Cortez: São Paulo.
DIAS, G.F; 1993. Educação Ambiental – princípios e prática. São Paulo.
SANTOS, W.L.P; MOL, G.S; 2005. Química e Sociedade – Projeto de Ensino de Química, Nova Geração: São Paulo.
MORADILLO, E.F; OKI, M.C.M. 2004; Química Nova. 27, 332.
TRAVASSOS, E.G; 2006. A prática da Educação Ambiental nas Escolas, Meditação: Porto Alegre.
TOLZONI-REIS, M.F.de C; 2004. Educação ambiental – natureza, razão e história, Autores Associados: Campinas.