ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: QUÍMICA FORENSE COMO INSTRUMENTO MOTIVADOR E DE CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DA QUÍMICA

AUTORES: NASCIMENTO, Y. I. F (IFPB) ; RESENDE FILHO, J. B. M (UFPB) ; SILVA, F. Q. B (IFPB)

RESUMO: É possível pensar em um ensino de Química compatível com a nossa realidade por meio de
abordagens que propiciem maior participação do aluno e desenvolvam diversos níveis de
cognição. Neste trabalho foram aplicados experimentos que compreendem o tema Química
Forense e que podem funcionar como uma ferramenta motivadora e auxiliadora do ensino da
Química. Utilizamos os denominados materiais alternativos a fim de possibilitar o
desenvolvimento destas práticas em sala de aula. As aulas experimentais trabalhadas no
2º ano do Ensino Médio do Externato Santa Dorotéia, situado na cidade de João Pessoa,
ajudaram a motivar os alunos ao aprendizado da disciplina Química, fazendo com que
esses buscassem pela explicação dos fenômenos observados.

PALAVRAS CHAVES: química forense, ensino de química, motivação

INTRODUÇÃO: A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o
processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que os
tornam aptos a atuar no meio social e a transformá-lo em função de necessidades
econômicas, sociais e políticas da coletividade. Educação é um conceito amplo que se
refere ao processo de desenvolvimento da personalidade, envolvendo a formação de
qualidades humanas, físicas, morais, intelectuais e estéticas, tendo em vista a
orientação da atividade humana na sua relação com o meio social, num determinado
contexto de relações sociais. A educação corresponde a toda modalidade de influências
e inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do
caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que se
traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de ação frente a
situações reais e desafios da vida prática. (LIBÂNEO, 1990).
De acordo com Gil, “motivação constitui a força que nos move para alcançar
determinado objetivo. Assim, o estudante que está motivado para aprender é o que tem
um motivo para isso”
Segundo Farias de uma forma mais completa e apropriada, podemos definir Química
Forense como a aplicação dos conhecimentos da ciência Química à atividade forense,
com especial ênfase na interdisciplinaridade.
Por fim, a finalidade deste trabalho é aplicar experimentos que compreendam o tema
“Química Forense” e que funcionem como uma ferramenta motivadora e auxiliadora do
ensino da Química no Ensino Médio em uma turma do 2º ano do Externato Santa Dorotéia,
situado na cidade de João Pessoa (PB). O presente trabalho utilizará uma abordagem
contextualizada, expondo e elucidando alguns conteúdos que serão trabalhados no
decorrer da disciplina.


MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente foi realizada uma pesquisa de vídeos sobre o tema Forense pela internet
a fim de transmiti-los em sala de aula. Em seguida, foi separado o material dos
experimentos, tais como potes de vidro de geléia, filtro de café, copos de vidros,
lamparina, solução de iodo e solução de nitrato de prata (estes reagentes podem ser
encontrados em farmácias comuns).
Após os procedimentos iniciais, foi ministrada uma aula, com uma duração de 50
minutos. Inicialmente, os alunos foram orientados do que se referia a prática e
apresentados ao significado da Química Forense e, em seguida, foi passado um vídeo de
duração de 15 minutos, no qual falava do trabalho do perito criminal e áreas de
atuação, além da importância da Química Forense.
Posteriormente foram aplicados dois procedimentos empíricos: o primeiro utilizando-se
iodo onde é colocado dentro de um frasco com o papel de filtro já marcada com as
digitais dos alunos, tampa-se o frasco para que o vapor não se espalhe e
aquece o recipiente com o iodo e observa o que ocorre. A segunda prática também foi a
identificação de digital, foram utilizados uma solução de nitrato de prata pouco
concentrada e um papel de filtro, emerge-se a papel com a digital já no papel de
deixa secar em um local com ausência de luz para que não ocorra a decomposição da
prata, após alguns minutos, coloca-se no sol ou na luz observa-se o resultado.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aula foi ministrada em uma turma do 2º ano do Ensino Médio do Externato Santa
Dorotéia, localizado na cidade de João Pessoa. A turma era constituída por 11 alunos,
dos quais todos participaram da respectiva aula. Após o término da aula, foi entregue
aos alunos um questionário de avaliação da aula ministrada, buscando perceber o
caráter motivacional de aulas experimentais que abordassem o tema Química Forense.
Inicialmente, 27% dos alunos da turma apontou que gostava de estudar a disciplina
Química, enquanto que 18% não gostava e 55% se situava em uma situação intermediária.
Tal quadro pode ser relacionado aos resultados das questões seguintes do
questionário, onde, através de sua análise, observa-se um esboço do pensamento da
grande maioria dos alunos, que é o fato da disciplina Química não apresentar nenhuma
importância ou característica significativa na vida pessoal e/ou profissional dos
alunos.
Em relação as aulas que divergem do tradicionalismo (aulas expositivas), trabalhando
experimentos dentro de um contexto, os alunos apresentam um maior interesse durante
as aulas. 100% dos alunos corroboraram com essa afirmação, expondo sua preferência
por aulas contextualizadas, enquanto que as aulas convencionais eles consideram
chatas e desinteressantes.
Por fim, a junção da efetivação de procedimentos empíricos em sala de aula,
trabalhados dentro do contexto da Ciência Forense, despertou a motivação dos alunos
em querer compreender os fenômenos relacionados à Química, que eles estavam a
observar. Cerca de 64% dos alunos disseram se sentir mais interessados em aprender a
disciplina Química e que as aulas dessa disciplina seriam muito mais interessantes se
elas fossem trabalhadas dessa forma, seja somente com aulas experimentais ou
alternadamente com as aulas expositivas.


CONCLUSÕES: O interesse demonstrado pelos alunos é notório, pois sua participação é muito maior do
que nas denominadas aulas convencionais. O ser humano é um ser curioso por natureza, e
o trabalho da Química dentro de um contexto integrado com a experimentação, aguça a
curiosidade dos alunos, incitando-os a procurar explicações para saciar sua
curiosidade, o que, por sua vez, movimenta-os em direção ao aprendizado da Química.

AGRADECIMENTOS: A CAPES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FARIAS, Robson Fernandes. Introdução à Química Forense. Campinas, Editora Átomo, 2007.

GIL, A. C. Como utilizar estratégias para facilitar a aprendizagem. In: Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2006. cap.5, p. 79-93.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo, Cortez Editora, 1990.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais/Secretária da Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=WTLSrAHkJjY. Youtube. [Online] [Citado em: 05 de março de 2010.]