ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: ANÁLISE DOS CONSTITUINTES QUÍMICOS POR CG/EM OBTIDOS DOS ÓLEOS E AROMAS DAS FOLHAS FRESCAS E SECAS DE SYZYGIUM CUMINI (L.) SKEELS (MYRTACEAE).

AUTORES: FEITOSA, B.S. (UFPA) ; MESQUITA, K.S.M (UFPA) ; ANDRADE, E.H.A (UFPA) ; MAIA, J.G.S. (UFPA)

RESUMO: Popularmente, Syzygium cumini é conhecida como jambolão. Os óleos essenciais das folhas frescas e secas foram obtidos pelos processos de hidrodestilação e arraste a vapor d’água, utilizando extrator de vidro Clevenger modificado. Para o aroma foi utilizado micro-destilação e extração simultânea(SDE). Os rendimentos de óleo variaram de 0,3%(folhas frescas-arraste)-0,5%(folhas secas-hidro). Os constituintes principais identificados nas amostras frescas e secas nos três processos de extração foram os monoterpenos alfa-pineno(13,4-27,2%), (Z)-beta-ocimeno(13,0-17,1%), (E)-beta-ocimeno(9,3-12,9%) e aloocimeno(14,5-18,5%).Observa-se que os perfis cromatográficos obtidos das amostras frescas e secas, assim como nos três processos de extração foram qualitativos e quantitativamente semelhantes.

PALAVRAS CHAVES: syzygium cumini, óleo essencial, aroma

INTRODUÇÃO: A família Myrtaceae apresenta ampla distribuição, ocorrendo, preferencialmente, nas zonas tropicais e subtropicais, e é considerada uma das mais importantes famílias da flora brasileira em função da larga ocorrência de espécies comestíveis e/ou usadas na medicina tradicional. A espécie Syzygium cumini Skeels (Myrtaceae) é de grande interesse pelas aplicações medicinais, especialmente de suas folhas e frutos, no tratamento da diabetes (PEPATO et al., 2005), além de suas ações hipoglicemiante, antimicrobiana, hipotensiva, diurética, cardiotônica, adstringente, antiinflamatória, antiemética, estimulante do sistema nervoso central, antipirética, anticonvulsivante, anti-hemorrágica, carminativa e antiescorbútica (MIGLIATO, et al., 2006). O objetivo do presente trabalho foi analisar os constituintes químicos dos óleos essenciais e aromas de folhas frescas e secas da espécie Syzygium cumini (L.) Skeels, obtidos pelos processos de hidrodestilação, arraste a vapor d’água e micro-destilação e extração simultânea (SDE).

MATERIAL E MÉTODOS: As partes aéreas (folhas) frescas e secas em estufa, com ventilação, foram submetidas à hidrodestilação e arraste a vapor durante 3h, usando sistema de vidro tipo Clevenger modificado. Os óleos obtidos foram centrifugados e secos com Na2SO4 anidro. Os aromas foram obtidos por microdestilação e extração simultânea, usando pentano como solvente. A composição química dos óleos essenciais e aroma foi analisada através de Cromatografia de Fase Gasosa/Espectrometria de Massas em sistema Thermo DSQ-II equipado com coluna capilar de sílica DB-5MS (30m x 0,25 mm; 0,25µ m de espessura do filme) nas seguintes condições operacionais: programa de temperatura: 60º-240ºC, com gradiente de 3ºC/min); temperatura do injetor: 240ºC; gás de arraste: hélio (velocidade linear de 32 cm/s, medida a 100°C); injeção sem divisão de fluxo (0,1 µL de uma sol. 2:1000 de n-hexano); temperatura da fonte de íons e outras partes 200°C. O filtro de quadrupolo varreu na faixa de 39 a 500 daltons a cada segundo. A ionização foi obtida pela técnica de impacto eletrônico a 70 eV.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os teores dos óleos essenciais (mg/100g) obtidos das folhas frescas e secas nos processos de hidrodestilação foram 0,3 e 0,5% respectivamente, por arraste a vapor 0,3 e 0,4% respectivamente. Observa-se que a variação no rendimento de óleo essencial é mínima com relação ao processo de extração. Os constituintes químicos,maiores que 3,0%, identificados nos óleos essenciais e aromas das folhas frescas e secas encontram-se na tabela 1. Os hidrocarbonetos monoterpênicos alfa-pineno, (Z)-beta-ocimeno, (E)-beta-ocimeno e aloocimeno foram os constituintes majoritários encontrados em todas as amostras analisadas, sendo que nas folhas secas o alfa-pineno variou de 18,2 a 27,2%, enquanto nas frescas variou de 13,4-20,7%; (Z)-beta-ocimeno variou de 13,7-17,1% nas amostras secas e 13,0-13,8% nas frescas; (E)-beta-ocimeno variou 11,6-12,9% nas folhas secas e 9,3-11,7 nas frescas%; aloocimeno variou de 15,0-18,5% nas amostras secas e 14,5-16,2% nas folhas frescas. O hidrocarboneto sesquiterpênico beta-cariofileno variou de 2,7-10,2% nas amostras secas e 6,5-13,9% nas amostras frescas.





CONCLUSÕES: Os processos de extração usados para obter os óleos essenciais e aromas não influenciaram o perfil cromatográfico das amostras analisadas de S. cumini, ou seja, os constituintes químicos majoritários (mono e sesquiterpenos) estão presentes em todas as amostras analisadas (figura 01), fresca ou seca, além disso, não houve variação significativa no rendimento de óleo essencial nos processos de hidrodestilação e arraste a vapor d’água.



AGRADECIMENTOS: PIBIC-CNPq-UFPA, FAPESPA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MIGLIATO, K, F.; BABY, A.R.; ZAGRE, V.; VELASCO, M.V.R.;CORRÊA, M.A.; SACRAMENTO, L.V.S.; SALGADO, H.R.N. 2006. Ação farmacológica de Syzygium cumini (L.) Skeels. Acta Farm Bonaerense 25: 310-304.
PEPATO, M.T.; MORI, D.M.; BAVIERA, J.B.; HARAMI, R.C.; VENDRAMINI, R.; BRUNETTI, I.L. 2004. Fruit of the jambolan tree (Eugenia jambolana Lam.) and experimental diabetes. J. Ethnopharmacol, v.96, n.1-2, p.43-48.