ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS E FLAVONÓIDES TOTAIS DA CASCA DOS FRUTOS DA LECYTHIS PISONIS

AUTORES: MASCARENHA, T.S. (UFPI) ; FERREIRA, E.L.F. (UFPI) ; CHAVES, M.H (UFPI)

RESUMO: O fruto da sapucaia (Lecythis pisonis) pertencente à família Lecythidaceae é utilizado
para o tratamento de diarréia e sífilis e o óleo extraído da casca é utilizado no
tratamento da gota e sífilis. O presente trabalho buscou investigar as características
químicas assim como o teor de fenóis e flavonóides totais da casca dos frutos da
sapucaia através de espectrometria na região do visível utilizando o método de Folin-
Ciocalteau para os fenóis e solução metanólica de AlCl3 para os flavonóides. Obtendo o
melhor resultado do teor de fenóis para a fração aquosa e de flavanóides para a fração
etérea.

PALAVRAS CHAVES: lecythis pisonis, fenóis totais, flavonóides totais.

INTRODUÇÃO: A Lecythis pisonis Camb., pertence à família Lecythidaceae, conhecida popularmente por
sapucaia, encontra-se distribuída entre os estados do Piauí, de Pernambuco até São
Paulo e na região amazônica (Mori e Prance, 1990). O óleo extraído das sementes tem uso
como emoliente, reduzindo dores musculares, o fruto é utilizado no tratamento de
diarréia e sífilis e o óleo extraído das cascas da árvore e usado no tratamento da gota
e sífilis (Franco e Agra, 2006, 2007). Devido indicações de uso popular e estudos
realizados com espécies de Lecythidaceae que relatam a presença de substâncias com
propriedades antioxidantes o presente trabalho teve como objetivo determinar o teor de
fenóis e flavonóides totais do extrato etanólico da casca dos frutos de L. pisonis.

MATERIAL E MÉTODOS: A casca dos frutos de L. pisonis foi seca à temperatura ambiente e moída em moinho de
facas. O material obtido (3,065 kg) foi em seguida submetido ao processo de maceração
com etanol à temperatura ambiente. Após remoção do solvente em evaporador rotativo e
liofilização foi obtido 26,08 g de extrato etanólico. Deste extrato 24g foi submetido
a partição líquido-líquido, iniciando-se com a suspensão do material em MeOH:H2O
(1:1) e posterior extração com os solventes em ordem crescente de polaridade (hexano,
éter e acetato de etila). A quantificação de compostos fenólicos presentes no extrato
etanólico dos frutos de Lecythis pisonis e frações dela originada, foi feita por meio
de espectrometria na região do visível utilizando o método de Folin-Ciocalteau, sendo
as análises realizadas em triplicata (PINTO et al., 2008; ROESLER, 2007; SOUSA et
al., 2007). O teor de flavonóides totais (FLAT) no extrato etanólico da casca do
fruto de L. pisonis e frações foi determinado por espectrofotometria de absorção
molecular utilizando solução metanólica de AlCl3 (SOBRINHO et al., 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos etanólicos da casca dos frutos de L. pisonis foram preparados por
maceração à temperatura ambiente. O extrato EtOH da casca dos frutos foi submetido a
partição líquido-líquido, fornecendo as frações hexânica, etérea, aquosa e acetato de
etila. O maior teor de fenóis totais (FT) em mg de EGA/g de extrato EtOH foi
determinado para a fração aquosa (45,67  0,45). A análise estatística, sobre
os
teores de FT do extrato EtOH e frações de L. pisonis revelaram existir diferença
significativa (p < 0,05) entre a média destes teores. O maior teor de flavonóides
totais (FLAT) em mg de ER/g de extrato EtOH foi determinado para a fração etérea
(5,54&#61617; 0,21) dos frutos de L. pisonis. A análise estatística, sobre os teores
de FLAT
do extrato EtOH e frações de L. pisonis revelaram existir diferença significativa (p
< 0,05) entre a média destes teores.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos mostram que as frações aquosa e etérea provenientes da partição
do extrato EtOH da casca dos frutos de L. pisonis apresentaram os melhores teores de
fenóis totais (45,67 &#61617; 0,45) e flavonóides totais (5,54&#61617; 0,21), respectivamente.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq e FINEP pelo apoio financeiro e bolsas concedidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AGRA, M. F.; Freitas, P. F. De; Barbosa Filho, J. M. Rev. Bras. Farmacogn. 2007, 17, 116-155.
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