ÁREA: Alimentos

TÍTULO: QUALIDADE DE POLPAS DE CAJÁ COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

AUTORES: MARTINS, J. C. P. (UFERSA) ; OLIVEIRA, T. A. (UFERSA) ; FREITAS, T. G. G. (UFERSA) ; AROUCHA, E. M. M. (UFERSA) ; TÔRRES, W. L. (UFERSA) ; AROUCHA, E. M. M. (UFERSA)

RESUMO: O cajá é uma fruta encontrada principalmente nas regiões Norte e Nordeste que tem
conquistado o mercado consumidor por sua praticidade e pelo fato da fruta in natura
ser altamente perecível. O Ministério da Agricultura e do Abastecimento estabeleceu os
Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) para polpas de cajá e outras frutas no ano de
1998. Nesse trabalho foram avaliadas seis marcas de polpa de cajá comercializadas na
cidade de Mossoró/RN no mês de junho de 2010. Foram realizadas análises de pH, sólidos
solúveis, acidez total titulável e vitamina C. Três marcas ficaram fora dos padrões de
qualidade exigidos para os sólidos solúveis. Uma das marcas, no entanto, apresentou
valores de sólidos solúveis extremamente baixos e incompatíveis com o esperado para
polpa de cajá.

PALAVRAS CHAVES: comercializadas; sólidos solúveis; qualidade.

INTRODUÇÃO: O cajá (Spondias monbin L.) é uma fruta que se encontra dispersa nas regiões
tropicais da América, África e Ásia, sendo no Brasil encontrado principalmente nas
regiões Norte e Nordeste (Sacramento & Souza, 2000). Esse fruto tem participação
crescente no agronegócio da região, principalmente pela comercialização para consumo,
como fruta fresca e como matéria-prima no preparo de sucos, picolés, sorvetes,
néctares e geléias (SOARES et al., 2006). A produção de polpa congelada de cajá é uma
alternativa para o aproveitamento da fruta que permite uma conservação mais
prolongada dos seus nutrientes. Além disso, O hábito de consumo de sucos de frutas
processadas tem aumentado no Brasil e no mundo (MATSUURA, 2002), motivado pelo seu
valor nutritivo, disponibilidade no mercado e falta de tempo da população em preparar
o suco das frutas in natura, devido à praticidade oferecida desses produtos estando
substituindo o consumo de bebidas carbonatadas. Práticas inadequadas de
processamento, transporte e armazenamento, além de fraudes podem comprometer a
qualidade das polpas comercializadas e trazer prejuízos para os consumidores. No
intuito de garantir a qualidade das polpas de frutas produzidas no Brasil, o
Ministério da Agricultura estabeleceu os Padrões de Identidade e Qualidade para
polpas de diversas frutas, inclusive de cajá (BRASIL, 2011). Esse trabalho buscou
avaliar as marcas de polpa de cajá comercializadas na cidade de Mossoró, Rio Grande
do Norte, sua procedência e qualidade quanto aos valores de pH, sólidos solúveis
totais, acidez total titulável e vitamina C.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de polpas de cajá foram adquiridas de estabelecimentos comerciais
localizados na região metropolitana de Mossoró/RN, no mês de junho de 2010. Foram
transportadas sob-refrigeração ao Laboratório de Tecnologia em Alimentos da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, e analisadas quanto ao seu conteúdo de
sólidos solúveis, acidez titulável, pH e vitamina C. O teor de sólidos solúveis foi
determinado por refratometria, de acordo com a A.O.A.C (1992), utilizando-se
refratômetro digital, sendo os resultados expressos em °Brix. A acidez titulável foi
determinada segundo a técnica estabelecida pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) e os
resultados foram expressos em porcentagem de ácido cítrico. O teor de vitamina C foi
determinado por titulometria e os resultados expressos em mg de ácido ascórbico/100g
de polpa, conforme o método 43.064 descrito pela A.O.A.C. (1992). As análises foram
feitas em triplicata. Foram observados também a data de fabricação e o local de
fabricação das polpas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontradas seis marcas diferentes de polpas de cajá sendo comercializadas na
cidade de Mossoró. Todas as polpas estavam dentro do prazo de validade e com menos de
seis meses de fabricação. Essas serão descritas por A, B, C, D, E e F. As polpas
procedem de diversas partes do país, sendo duas fabricadas no RN, uma em PE, uma na
PB, uma na BA e uma em SP. A figura 1 apresenta os resultados das análises das polpas
de cajá quanto à acidez total titulável e ao pH. Os valores de acidez total titulável
variaram entre 1,05 e 1,58g de ácido cítrico/100g de polpa, os valores de acidez
estão dentro do estabelecido pelos PIQ’s. O pH de todas as marcas analisadas estavam
dentro dos padrões, variando entre 2,42 e 2,76. A figura 2 mostra os resultados das
análises para sólidos solúveis totais e vitamina C. A marca (E) e duas repetições da
marca (A) apresentaram um teor de sólidos solúveis abaixo dos padrões exigidos, os
resultados variaram entre 3,5 e 12,6 °BRIX. De acordo com resultado encontrado por
Mendes (2008) das amostras reprovadas de polpa de cajá pelo MAPA, 42,86% é devido ao
teor de sólidos solúveis inferior ao mínimo estabelecido. Os teores de vitamina C
para as amostras variaram entre 5,18 e 10,95 mg de ácido ascórbico/100g de polpa. Não
existe um valor mínimo padrão para o teor de vitamina C, mas valores semelhantes
foram encontrado por Silva et al. (1999) de 5,24mg /100g de ácido ascórbico.





CONCLUSÕES: Apenas seis marcas de polpa de cajá são comercializadas na cidade de Mossoró/RN.
Dentre essas duas marcas apresentaram teores de sólidos solúveis abaixo dos padrões
exigidos, sendo que uma delas bem abaixo do esperado para polpa de cajá. Os baixos
valores de sólidos solúveis podem ser devido a utilizam de misturas de frutos com
diferentes estádios de maturação, o que pode diminuir em parte algumas características
físico-químicas exigidos pela legislação como sólidos solúveis e acidez.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: A. O. A. C. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 11 ed. Washington: AOAC, 1992.1115p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no 01, de 07 de janeiro de 2000. Aprova o Regulamento técnico geral para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de fruta. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br>. Acesso em: 09 jun. 2011.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, v. 1, 533 p. 1985.

MATSUURA, F. C. A. U., ROLIM, R. B., Avaliação da adição de suco de acerola em suco de abacaxi visando à produção de um “blend” com alto teor de vitamina C. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.24, n.1, p.138-141, abril, 2002.

MENDES, P. A. M. Avaliação dos parâmetros físico-químicos determinados nos certificados oficiais de análise das polpas de frutas com padrões de identidade e qualidade. 42 f. Dissertação - Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

SACRAMENTO, C.K.; SOUZA, F.X. Cajá (Spondias mombin L.) Jaboticabal: Funep, 2000. 42p. (Série Frutas Nativas, 4).

SILVA, A. P. V.; MAIA, G. A.; OLIVEIRA, G. S. F.; FIGUEIREDO, R. W.; BRASIL, I. M. Estudo da produção do suco clarificado de cajá (Spondias lutea L.). Ciênc. Tecnol. Aliment. v.19 n.1 Campinas Jan./Abr. 1999.

SOARES, Edson Basílio; GOMES, Regina Lucia Ferreira; CARNEIRO, Júlia Geracila de Mello e et al. Caracterização física e química de frutos de cajazeira. Revista Brasileira de Fruticultura, vol.28, p.518-519, 2006.