ÁREA: Alimentos

TÍTULO: PERDA DE MASSA DE MARACUJÁ REVESTIDO COM EMULSÕES DE CERA DE ABELHA

AUTORES: CORTEZ, F. J. C. (UFERSA) ; OLIVEIRA, T. A. (UFERSA) ; GÓIS, V. A. (UFERSA)

RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo avaliar a perda de massa de frutos de maracujá
amarelo durante armazenamento sob temperatura ambiente. O delineamento experimental
foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 4 , sendo quatro revestimentos
de cera de abelha (0, 4, 8 e 12%) e quatro períodos de armazenamento (0, 4, 8 e 12
dias). Foram utilizadas cinco repetições com um fruto por repetição. Foi realizada a
análise de perda de massa. Os dados foram submetidos à análise de variância e as
médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Ao longo do armazenamento dos os
frutos com revestimento perderam menos massa, mas o revestimento de cera com 4% foi
mais eficiente em evitar a perda de massa de durante o armazenamento.

PALAVRAS CHAVES: passiflora edulissims f. flavicarpadeg; muchamento; perda de massa.

INTRODUÇÃO: O maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulissims f. flavicarpadeg.) é nativo da América
do Sul e amplamente cultivado em países tropicais e subtropicais, sendo o Brasil um
dos principais produtores dessa fruta (Lima, 2002). Quando destinado ao mercado ‘in
natura’, o critério mais utilizado para avaliar a qualidade dos frutos é a aparência
externa e, no caso do maracujá, um dos problemas durante a comercialização é a
ocorrência de murcha e enrugamento, conferindo má aparência e perda de qualidade é
ocasionada pela alta perda de água dos frutos durante o armazenamento (Tavares et
al., 2003). O uso de ceras ou de emulsões de cera como cobertura superficial em
certos produtos perecíveis reduz a perda de umidade e retarda o enrugamento, bem como
pode propiciar aparência lustrosa, o que é muito apreciado pelo consumidor
(Chitarra&Chitarra, 2005). Tendo em vista que é necessário evitar a perda de massa
excessiva dos frutos esse trabalho tem com objetivo a utilização de revestimento de
frutos de maracujá com cera de abelha.

MATERIAL E MÉTODOS: Neste experimento foram utilizados maracujá amarelo produzidos de um plantio
comercial instalado no município de Icapuí - CE pela Empresa Agrícola Famosa. Ao
atingirem 30% da coloração da casca os maracujás foram colhidos e transportados para
o Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
município de Mossoró/RN. Foram selecionados 85 frutos, quanto à ausência de defeitos,
ferimentos e ataque de microrganismos, em seguida foram tratados com solução de
hipoclorito de sódio a 100 ppm por 10 minutos em seguida aplicados os tratamentos:
testemunha (sem recobrimento), revestidos com 4% de cera de abelha(tratamento 2), 8%
de cera de abelha (tratamento 3) e 12% de cera de abelha (tratamento 4). As
formulações das emulsões das ceras foram obtidas com a pesagem e adição de 20, 40 e
60g em recipientes separados completando com 480, 460 e 440g água destilada e
adicionou um 0,5% de óleo de coco saponificado (OCS) para quebra a tensão superficial
e facilitar a mistura dos componentes. Em seguida, a solução foi agitada e aquecida a
uma temperatura de 100 ºC, durante 10 minutos, com o auxílio de um aquecedor-
agitador. Após esse período os frutos foram imersos nas soluções mantidas a uma
temperatura de 50 ºC e colocados em bandeja de isopor para secar em temperatura
ambiente. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema
fatorial 4 x 4, sendo quatro revestimentos de cera de abelha (0, 4, 8 e 12%) e quatro
períodos de armazenamento (0, 4, 8 e 12 dias). Foram utilizadas cinco repetições. Foi
realizada a análise de perda de massa. Os dados foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). procedeu-se o
ajustamento de modelos de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Houve interação significativa entre os tratamentos com diferente porcentagem de cera
e o tempo de armazenamento do maracujá-amarelo para a variável perda de massa. Foi
observado aumento da porcentagem de perda de massa (PM) em todos os tratamentos ao
longo do período de armazenamento (Figura 1). O revestimento de cera de abelha com 4%
utilizados nos frutos de maracujá obteve a menor perda de massa (13,25%), aos doze
dias de armazenamento sendo esse 62,55% menor do que a testemunha. A perda de massa
dos frutos depende de numerosos fatores, entre os quais a espécie e/ou variedades das
características da superfície do produto, estádio de desenvolvimento e a relação
superfície/volume (CHITARRA & CHITARRA, 2005). De acordo com Santos et al. (2008), a
perda de massa total dos frutos ocorre de forma linear durante o armazenamento. A
perda máxima aceitável (5% da massa) ocorreu entre 3º e 4º dia de armazenamento em
condição ambiente. Mas diferentemente Formiga Júnior (2003) considera a perda massa
de frutos com até 15% em bom estado para comercialização estando o resultado
semelhante na perda de massa dos frutos revestidos com as diferentes concentrações de
cera encontrados neste trabalho. A redução da perda de massa é possível pelo uso de
tecnologias das mais diversas complexidades e custos, a exemplo do uso de filmes
plásticos associados ao uso de ceras (Mota el al., 2006) e a refrigeração (Tavares et
al., 2003). Porém, essas tecnologias elevam os custos de produção, sendo muitas vezes
não viáveis economicamente.



CONCLUSÕES: Ao longo do armazenamento houve uma menor perda de massa de todos os frutos revestidos
com cera de abelha, sendo que a utilização de cera de abelha é eficiente na perda de
massa para os frutos armazenados em temperatura ambiente, promovendo melhor aparência
externa nos frutos e proporcionando uma vida útil pós-colheita de 12 dias.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p.

FORMIGA JÚNIOR, I. M. Utilização de cera de carnaúba na conservação pós-colheita do maracujá amarelo armazenado sob temperatura ambiente e refrigerada. Mossoró(RN): ESAM 2003. 64p. Monografia (Graduação em Agronomia).

LIMA, A. de A. Maracujá produção: aspectos técnicos. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas.Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. p. 103. (Frutas do Brasil; 15).

MOTA, W. F. da.; SALOMÃO, L. C. C.; NERES, C. R. L.; MIZOBUTSI, G. P.; NEVES, L. L. de M. Uso de cera de carnaúba e saco plástico poliolefínico na conservação pós-colheita do maracujá-amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 2, p. 190-193, 2006.

SANTOS, C.E.M. dos; LINHARES, H.; PISSIONI, L.L.M.; CARRARO, D, de C.S.; SILVA, J.O. da C. e; BRUCKNER, C.H. Perda de massa fresca dos frutos em progênies de maracujazeiro amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, n.1, p.219-222, 2008.

TAVARES, J.T. de Q.; SILVA, C.L. de A.; CARVALHO, L.A. de; SILVA, M.A. da; SANTOS, C.M.G.; TEIXEIRA, L. de J.; SANTANA, R. da S. Aplicação pós-colheita de cloreto de cálcio em maracujá amarelo. Magistra, v.15, n.1, p.7-12, 2003.