ÁREA: Alimentos

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE POLPAS DE MARACUJÁ COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

AUTORES: BEZERRA, N. S. S. (UFERSA) ; OLIVEIRA, T. A. (UFERSA) ; CORTEZ, F. J. C. (UFERSA) ; NASCIMENTO, S. D. (UFERSA) ; FREITAS, T. G. G. (UFERSA) ; LEITE, R. H. L. (UFERSA)

RESUMO: O maracujazeiro é nativo da América do Sul e o Brasil é o país que ocupa a primeira
posição como produtor e consumidor mundial de maracujá. Sua produção é destinada ao
mercado de consumo in natura e, principalmente, para indústria de suco e produção de
polpa. O MAPA estabeleceu os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) para polpas de
maracujá e outras frutas no ano de 1998. Nesse trabalho foram avaliadas cinco marcas
de polpa de maracujá comercializadas na cidade de Mossoró/RN no mês de julho de 2010.
Foram realizadas análises de pH, sólidos solúveis, acidez titulável e vitamina C em
amostras das polpas. Apenas cinco marcas de polpa de maracujá são comercializadas na
cidade de Mossoró/RN.Dentre as marcas 80% estão com valores abaixo dos padrões de
qualidade exigidos pela lei vigentes.

PALAVRAS CHAVES: qualidade; padrões; brix°

INTRODUÇÃO: O maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulissims f. flavicarpadeg.) é nativo da América
do Sul e amplamente cultivado em países tropicais e subtropicais e o Brasil é o país
que ocupa a primeira posição como produtor e consumidor mundial de maracujá. Sua
produção é destinada ao mercado de consumo in natura e, principalmente, para
indústria de suco e produção de polpa (AMARO et al., 2002). O consumo de frutas
tropicais aumenta ano após ano devido ao valor nutritivo e aos efeitos terapêuticos.
A utilização da polpa de frutas congeladas está em expansão nas indústrias de
produtos lácteos, de sorvetes, doces, etc., o que aumenta o interesse dos produtores
e dos consumidores. (KUSKOSKI et al., 2006). Práticas inadequadas de processamento,
transporte e armazenamento, além de fraudes podem comprometer a qualidade das polpas
comercializadas e trazer prejuízos para os consumidores. No intuito de garantir a
qualidade das polpas de frutas produzidas no Brasil, o Ministério da Agricultura
estabeleceu os Padrões de Identidade e Qualidade para polpas de diversas frutas,
inclusive de manga (BRASIL, 2011). Esse trabalho buscou avaliar as marcas de polpa de
maracujá comercializadas na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, sua procedência e
qualidade quanto aos valores de pH, sólidos solúveis totais, acidez total titulável e
vitamina C.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de polpas de maracujá foram adquiridas de estabelecimentos comerciais
localizados na cidade de Mossoró/RN, no mês de junho de 2010. Foram transportadas sob
refrigeração ao Laboratório de Pós-Colheita da Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, e analisadas quanto ao seu conteúdo de sólidos solúveis, acidez titulável, pH
e vitamina C. O teor de sólidos solúveis foi determinado por refratometria, de acordo
com a A.O.A.C (1992), utilizando-se refratômetro digital, sendo os resultados
expressos em °Brix. A acidez titulável foi determinada segundo a técnica estabelecida
pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) e os resultados foram expressos em porcentagem de
ácido cítrico. O teor de vitamina C foi determinado por titulometria e os resultados
expressos em mg de ácido ascórbico/100g de polpa, conforme o método 43.064 descrito
pela A.O.A.C. (1992). As análises foram feitas em triplicata. Foram observados também
a data de fabricação e o local de fabricação das polpas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontradas cinco marcas diferentes de polpas de maracujá sendo comercializadas
na cidade de Mossoró. Todas as polpas estavam dentro do prazo de validade e com menos
de seis meses de fabricação. Essas serão descritas por A, B, C, D, e E. As polpas
procedem de diversas partes do país, sendo duas fabricadas no RN, uma em PE, uma na
BA e uma em SP. A figura 1 apresenta os resultados das análises das polpas de cajá
quanto à acidez total titulável e ao pH. Os valores de acidez total titulável
variaram entre 1,73 e 4,04g de ácido cítrico/100g de polpa, os valores de acidez das
marcas (C e D) e um repetição da marca (A) estão estavam em valores abaixo do
estabelecido pelos PIQ’s. A marca (D) e uma repetição da marca (B) apresentou o pH
das amostras de maracujá inferiores aos padrões exigidos pela legislação variando
2,58 a 3,07. A figura 2 mostra os resultados das análises para sólidos solúveis
totais e vitamina C. As marcas (A e D) e uma repetição da marca (B) apresentaram
valores °Brix abaixo do recomendado pelo PIQ´s para polpa de maracujá, o resultados
variaram entre 7,7 e 12,6°Brix. A vitamina C é um antioxidante de muito fácil
degradabilidade, sendo reduzida desde o processamento e obtenção das polpas de frutas
e também durante todo o armazenamento. As polpas de maracujá apresentaram variação de
2,07 a 19,44 mg de ácido ascórbico/100g de polpa tendo apresentado superiores ao
encontrado por Calas et al, (2010) que obtiveram variação de 1,74 a 3,52 mg/100g de
polpa.





CONCLUSÕES: Apenas cinco marcas de polpa de maracujá são comercializadas na cidade de Mossoró/RN.
Dentre as marcas 80% estão com valores abaixo dos padrões de qualidade exigidos pela
lei vigentes. Duas marcas (C e D) e um repetição da marca (A) apresentaram valores
acidez titulável abaixo dos padrões exigidos. A marca (D) e uma repetição da marca (B)
obtiveram valores inferiores pelos padrões exigidos. As marcas (A e D) e uma repetição
da marca (B) teores de sólidos solúveis abaixo dos padrões exigidos, sendo que uma
delas bem abaixo do esperado para polpa de maracujá.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: A. O. A. C. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 11 ed. Washington: AOAC, 1992.1115p.

AMARO, A. P.; BONILHA, P. R. M.; MONTEIRO, M. Efeito do tratamento térmico nas características físico-químicas e microbiológicas da polpa de maracujá. Alim. Nutr., v.13, p.151-162, 2002.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no 01, de 07 de janeiro de 2000. Aprova o Regulamento técnico geral para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de fruta. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br>. Acesso em: 09 jun. 2011.

CALDAS, Z. T. C.; ARAÚJO, F. M. M. C.; MACHADO, A. V.; ALMEIDA, K. L. A. Investigação de qualidade das polpas de frutas congeladas comercializadas nos estados da paraíba e rio grande do norte. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (Mossoró – RN – Brasil) v.5, n.4, p. 156 -163 outubro /dezembro de 2010.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, v. 1, 533 p. 1985.

KUSKOSKI, M. E.; ASUERO, A. G.; MORALES, M. T.; FETT, R. Frutos tropicais silvestres e polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis e antocianinas. Ciênc. Rural, v.36, p. 1283-1287, 2006.