ÁREA: Alimentos

TÍTULO: OTIMIZAÇÃO DA DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DO PIMENTÃO VERMELHO COM SOLUÇÃO HIPERTÔNICA DE VINAGRE E SAL

AUTORES: ANDRADE, S. A. C. (UFPE) ; SILVA-JÚNIOR, A. A. S. (UFPE) ; ALBUQUERQUE, S. S. M. C. (UFPE) ; BENACHOUR, M. (UFPE) ; VASCONCELOS, M. A. S. (UFPE) ; SILVA, J. R. B. (IFPE)

RESUMO: O objetivo principal foi otimizar a desidratação osmótica branda do pimentão vermelho (Capsicum annuum L. ), foi utilizado um planejamento experimental fatorial 2³ completo, produzindo 11 ensaios, com rotação constante de 315 rpm, tendo como variáveis independentes: temperatura (30º a 38ºC), concentração da solução hipertônica de vinagre e sal (5%, 10% e 15%) e tempo de imersão (30 a 120 min.) e dependentes: PU (Perda de Umidade), IS (Incorporação de sólidos) e IED (Índice de eficiência da desidratação). A otimização ocorreu para o ensaio 11 (34 ºC, 10 g de sal para 100 mL de vinagre e 75 minutos), resultando 19,85% de PU, 0,30% de IS e 66,17 de IED. O processo utilizado constitui, portanto, uma boa alternativa para conservar o pimentão verde e diversificar a sua oferta.

PALAVRAS CHAVES: pimentão vermelho, desidratação osmótica, otimização.

INTRODUÇÃO: Uma das hortaliças mais importantes cultivadas no Brasil, o pimentão vermelho (Capsicum annuum L.) encontrasse entre as dez (BLAT-MARCHIZELI; YAÑEZ; COSTA, 2003) e tem perdas pós-colheita acima de 30%, necessitando técnicas de preservação que mantenham ao maximo suas características nutricionais e propriedades organolépticas próximos do “in natura” (ALVES & SILVEIRA, 2002). A industrialização surge, portanto, como alternativa para reduzir estas perdas (ANDRADE et al., 2007). A desidratação osmótica é uma destas técnicas que vem sendo explorado, para preservar o alimento, assim o objetivo desta pesquisa foi aplicar este processo no pimentão vermelho, tendo como finalidade manter suas características e reduzir o custo do processo de secagem, diversificando a sua oferta (SILVA-JÚNIOR, 2009).

MATERIAL E MÉTODOS: O pimentão vermelho (Capsicum annuum L.) foi adquirido em supermercados e feiras livres da Região Metropolitana do Recife – PE, no estádio de maturação imaduro e isentos de doenças. Os pimentões foram selecionados, lavados, retiradas as sementes, cortados manualmente em forma de cubos (1cm), branqueados em vapor fluente (100º/2min), pesados e imersos em soluções osmótica de sal em vinagre cada com as seguintes concentrações de 5, 10 e 15 º Brix, na proporção fruto: solução de 1:10, para garantir a concentração constante da solução osmótica. As temperaturas de processamento foram de 30, 34 e 38ºC, com tempo de imersão de 30, 75 e 120 minutos. Foram realizadas as seguintes analises: peso através de uma balança analítica (KERN da marca 430-21); ºBrix pelo refratômetro de bancada Anytik jena (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008) e Umidade segundo Instituto Adolfo Lutz (2008). Todas as análises foram realizadas em triplicatas. O IED, PU e IS foram calculados através das equações 1,2 e 3: IED=PU/IS (equação 1); PU=((Uff.mf) – (Ui.mi)) / mi (equação 2).IS (%)= ((ºBrixf.mf) – (ºBrixi.mi)) / mi (equação 3). Onde: ºBrixi = ºBrix inicial; ºBrixf = ºBrix final; mi = massa inicial(g); mf = massa final (g),Ui = Umidade inicial (%), Uf=Umidade final (%). Utilizando o IED como parâmetro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 mostra os resultados do processo da desidratação osmótica do pimentão vermelho para o planejamento experimental fatorial 2³, com rotação de 315 rpm, três pontos centrais, variáveis independentes: temperatura (30º a 38ºC), concentração da solução osmótica ( vinagre e cloreto de sódio) (5%, 10% e 15%) e tempo de imersão (30 a 120 min.). Variáveis dependentes: PU (perda de umidade), IS (incorporação de sólidos) e IED (índice de eficiência da desidratação).
Utilizando o IED como parâmetro, o ensaio 11 (34 ºC, 10 g de sal para 100 mL de vinagre e 75 minutos) obteve o maior valor (66,17), tendo como PU 19,85% e IS 0,30%. Resultados similares foram alcançados na desidratação osmótica do chuchu na otimização ocorreu no ensaio 1 (38 ºC, 5 g de sal para 100 mL de vinagre e 30 minutos de imersão), resultado uma PU de 6,68%, uma IS de 0,67%, IED de 9,98 (VASCONCELOS et at., 2010). O mesmo comportamento teve do tomate com 11,42% de PU, 1,50% de IS e 7,61 de IED (SILVA-JÚNIOR et al., 2010). Diante dos resultados constata-se que o processo de desidratação osmótica foi viável para o pimentão vermelho, obtendo uma boa PU com baixa IS.



CONCLUSÕES: Nas condições que esta pesquisa foi desenvolvida os resultados foram satisfatórios. A otimização da desidratação osmótica do pimentão vermelho ocorreu para o ensaio 11 (34 ºC, 10 g de sal para 100 mL de vinagre e 75 minutos), resultado 9,96% de PU, 0,44% de IS e 22,02 de IED, partindo do parâmetro IED (Índice de eficiência da desidratação). Concluímos que apesar da necessidade de uma pesquisa com os parâmetros, a viabilidade do processo como uma alternativa nas reduções das perdas pós-colhetas torna-se uma escolha viável.

AGRADECIMENTOS: Laboratório de Experimentação e Análises de Alimentos – LEAAL – Departamento de Nutrição – UFPE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALVES, S. M.; SILVEIRA, A. M. Estudo da secagem de tomates desidratados e não desidratados osmoticamente, Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra Vol. 21 (1): 21-30, Suplemento, Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro, 2002.
ANDRADE, S. A. C.; BARROS NETO, B.; SALGADO, S. M.; GUERRA, N. B. Influência de revestimentos comestíveis na redução de ganho de sólidos em jenipapos desidratados osmoticamente. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(1): 39-43, jan.-mar, 2007.
BLAT-MARCHIZELI, S. F. B.; YAÑEZ, L. D. T.; COSTA, C. P. P.; Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, v. 4, n. 21, p. 10-11, 2003.
SILVA-JÚNIOR, A. A.; ALBUQUERQUE, S. S. M. C.; ANDRADE, S. A. C. ; BARROS, R. A. ; VASCONCELOS, M. A. S.; Otimização da desidratação osmótica do tomate verde com vinagre e sal; 50º CBQ (Congresso Brasileiro de Química) , Cuiabá, 10 a 14 de outubro de 2010.

VASCONCELOS, M. A. S. ; SILVA-JÚNIOR, A. A.; ANDRADE, S. A. C. ; ALBUQUERQUE, S. S. M. C.; Analise da desidratação osmótica do chuchu (sechium edule) em solução binária; 50º CBQ (Congresso Brasileiro de Química) , Cuiabá, 10 a 14 de outubro de 2010.