ÁREA: Materiais

TÍTULO: ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FILMES DE POLIANILIA COM FIBRAS DE COCO BABAÇU

AUTORES: OLIVEIRA, T. P. (UFPI) ; FURTADO, J. B. M. (UFPI) ; GUIMARÃES, I. S. (UFPI) ; VEGA, M. L. (UFPI) ; SANTOS JUNIOR, J. R. (UFPI)

RESUMO: Foram feitos filmes de polianilina por método casting e adicionados a estes, fibras de
babaçu natural em diferentes proporções. As análises dos filmes consistiram em análise
diferencial exploratória e espectroscopia na região do infravermelho, observou-se que o
aumento das proporções de fibras de coco mudam o comportamento térmico dos filmes,
tornando os picos característicos aos da fibra na análise de DSC. No infravermelho pode
ser visto os estiramentos correspondente ligações NH característicos da polianilina.

PALAVRAS CHAVES: polianilina, fibras de babaçu, análise térmica

INTRODUÇÃO: Devido ao atual avanço das tecnologias e conseqüentemente dos impactos ambientais
causados por esta, o interesse de pesquisas em relação às tecnologias que diminuam
esses impactos tem trazido como conseqüência o desenvolvimento de processos químicos
e produtos que possibilitem um ambiente mais limpo, saudável e sustentável. O
aproveitamento de recursos naturais tem sido uma opção para alguns setores produtivos
devido à possibilidade de substituição, total ou parcial, dos materiais sintéticos
por outros materiais capazes de agregar valor ao produto final. Dentre esses
materiais estão incluídos as fibras vegetais presentes na natureza em quantidades
apropriadas para serem utilizadas pela indústria. As fibras vegetais apresentam fácil
obtenção, baixa densidade e elevada resistência mecânica podendo ser utilizadas como
reforço em materiais plásticos, assim como também em forros internos de alguns
modelos de veículos (FINKLER, 2010).
O estudo de aplicação de fibras vegetais a polímeros condutores como, por exemplo, a
polianilina vem sendo empregada com a possibilidade de aliar propriedades mecânicas
das fibras com as propriedades de condução elétrica de polímeros condutores
intrínsecos. De acordo com pesquisas realizadas de modificação da fibra pelo
polímero, as superfícies das fibras vegetais conectam-se a polímeros como a
polianilina (SILVA, 2009).
Neste trabalho foram utilizadas fibras de coco babaçu, uma espécie lignocelulósica,
da família das palmáceas, bastante encontrada no Brasil nos estados do Piauí e
Maranhão nas zonas de várzeas, junto de vales dos rios e, eventualmente, em pequenas
colinas e elevações. Estas por sua vez foram misturadas à polianilina e em outros
testes realizados com o poliestireno, nas mesmas condições.


MATERIAL E MÉTODOS: As fibras do coco obtidas no município de Teresina foram levadas para secagem em estufa
por um período de cinco horas a temperatura de 60 ºC. Os filmes polímeros/fibras foram
preparados pelo método casting nas mesmas concentrações e nas seguintes proporções: 93
e 97%. Também foram preparados filmes puros dos dois polímeros para comparação. Os
filmes obtidos foram analisados por análise calorimétrica exploratória diferencial e
pela técnica de infravermelho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observa-se na Figura 1 que a perca de massa, ocasionada pelo fluxo de calor tem como
conseqüência, na medida em que aumenta as proporções de fibra, o aparecimento de picos
próprios característicos da degradação da fibra, com o aumento da temperatura.
De acordo com o estudo para a avaliação do comportamento químico da PANI com a adição
de diferentes quantidades de fibras do babaçu, obteve-se como resultado pelo método de
caracterização Espectroscopia na região do Infravermelho com Transformada de Fourrier
(FTIR-ATR), como mostra a Figura 2, uma alteração na intensidade da banda referente ao
estiramento NH de amina aromática que aumenta a intensidade da banda à medida que
aumenta a quantidade de fibra babaçu adicionada.






CONCLUSÕES: Os filmes de polianilina/fibra de babaçu, apresentaram superfícies brilhosa e
rugosa, sendo que as fibras recobertas com pani, de comprimentos milimétricos, puderam
ser visualizadas na parte rugosa do filme. Os filmes obtidos serão submetidos ao ensaio
mecânico, devido à boa resistência por eles apresentada. Na análise realizada de
infravermelho, observou-se o aumento da intensidade da banda á medida em que se
aumentam as proporções de fibras adicionadas ao filme e no DSC o aparecimento dos picos
correspondentes às temperaturas de degradação das fibras.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a FAPEPI-FINEP pelo apoio financeiro e ao Grupo de Materiais e
Bionanotecnologia da UFPI pelas medidas realizadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FINKLER, Maira, ET AL. Compósitos de HDPE com resíduos de fibras têxteis. Polímeros: Ciência e tecnologia, vol 15, nº 3, p 171, 2010
PICCIANI, P. H. Estudo das propriedades Mecânicas e elétricas de fibras de curauá modificada com polianilina. Polímeros, vol 20, nº 10, 2011.
SILVA, R. Aplicações de fibras lignocelulósicas na química de polímeros e em compósitos. Química Nova, Vol. 32, No. 3, p. 661-671, 2009.