ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Avaliação da Microbiota Fúngica Presente na Biblioteca e Acervos do IFMA, Campus Monte Castelo

AUTORES: ALMEIDA JUNIOR, V.I.R. (IFMA) ; CAVALCANTE, K.S.B (IFMA)

RESUMO: A presença de microrganismos em suspensão no ar pode afetar consideravelmente a qualidade de vida das pessoas em ambientes domésticos ou de trabalho. Ações de prevenção e de acompanhamento do fluxo de microorganismos em ambientes refrigerados podem amenizar eventuais problemas e saúde relacionados à contaminação microbiana. Este presente trabalho objetiva avaliar a qualidade do ar da biblioteca e acervos do IFMA do campus Monte Castelo. O monitoramento constituiu na técnica de contagem de colônias, pelo método de sedimentação em meio de cultura Ágar Sabourod dextrose e Ágar Batata.

PALAVRAS CHAVES: microbiologia; fungos; ambientes climatizados

INTRODUÇÃO: Entre os principais grupos de contaminantes do ar em ambiente climatizado estão as partículas microbianas, incluindo algas, fungos, bactérias, esporos e vírus, que são provenientes do ar externo, do sistema de climatização, da construção, mobiliário, carpete e, principalmente, de seus ocupantes (KRITSKI et al., 2000).
A população microbiana do ar é transitória e variável. O ar não é um meio no qual possam crescer os microrganismos, mas é um portador de poeiras e gotículas que podem estar carregadas de microrganismos. Os microrganismos podem ser carregados nas partículas de pó, em grandes gotas que se sedimentam rapidamente e em núcleos de gotas que resultam da evaporação de pequenas gotas liquidas (PELCZAR, 2008).
Os riscos de se respirar ar contaminado com poeiras carregadas de microrganismos podem levar a várias infecções que são transmitidas pelo ar que são causadas por fungos encontrados no solo ou em vegetação morta. Os esporos ou fragmentos de hifas podem ser inalados, ou podem entrar no corpo por meio de uma lesão na pele (PELCZAR, 2008). A contaminação por essas partículas causa consequências adversas aos usuários, destacando-se infecções, reações alérgicas e irritantes, resultando em desconforto, doença, perda de produtividade e absenteísmo, entre outras (KRITSKI et al., 2000).


MATERIAL E MÉTODOS: placas de petri; proveta de 10mL; béquer; erlenmeyer; bastão de vidro; meio de cultura adequado para fungos (Agar batata/Agar saboroud dextrose); bico de gás; tripé de ferro; tela de amianto, balança análitica; estufa de crescimento microbiológica; contador de colônias.
exposição de placas de petri contendo o meio de cultura por 15 min em ambientes;
incubação das placas de petri a 25 graus celsius por 5 dias;
contagem das colônias dos fungos em aparelho de contagem eletrônica de células;

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A biblioteca é um ambiente que possui uma grande quantidade de papéis, o que proporciona um meio ideal para a reprodução de microrganismos como os fungos, pois se alimentam da celulose. Esse fato associado à falta de manutenção do sistema de refrigeração da biblioteca desencadeia processos de contaminação fúngica. Os fungos provenientes do meio ambiente por serem considerados sapróbios, ou seja, se nutrem de matéria orgânica produzem grande quantidade de estruturas reprodutivas que, por sua vez, são veiculados por correntes aéreas com extrema facilidade. A grande maioria desses fungos não apresenta uma virulência clássica, ou seja, não são patogênicos, mas atuam como patógenos oportunistas. (FELIPE, 2008).
Em análise microbiológica realizada na biblioteca, observou-se por parte dos resultados coletados e feitos em bases de cálculos de UFC(unidades formadoras de colônias) o efeito de uma contaminação fúngica, haja a vista a necessidade de uma observação da quantidade de colônias formadas na placa que foi exposta ao ambiente, os fatores tempo de exposição e temperatura de incubação estão diretamente relacionados para uma boa reprodução dos fungos e conseqüentemente uma boa leitura das colônias para a obtenção de bons resultados. Tais fatores devem estar associados a uma temperatura ideal que deve estar entre 25oC a 35oC, tais microrganismos são ditos como unicelulares, ou seja, formados apenas por uma única célula que sofre processo de divisão celular que pode ser alterado com o aumento súbito ou gradual da temperatura ocasionando assim a morte destes microrganismos. para as próximas etapas do monitoramento, deve-se acompanhar o fluxo do crescimento ou decaimento microbiano para a coleta de novos dados e consequentemente uma boa base de dados estátisticos.

CONCLUSÕES: Diante do exposto, pode-se observar que os ambientes da biblioteca analisados contam, em determinados locais, com um alto índice microrganismos em suspensão no ar. Supõe-se que a maior contaminação fúgica do ar no piso superior da biblioteca é decorrente do maior fluxo de pessoas.
Portanto, são necessários que sejam adotados procedimentos de higienização mais eficazes nesses ambientes para melhoria da qualidade do ar.



AGRADECIMENTOS: Laboratório de Mibrobiologia e controle da qualidade do ar em ambientes confinados(IFMA), FAPEMA, Profa. Kiany Sirley, Profa. Gilda Barreto, DAQ.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 09 de 16 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 20 de janeiro de 2003.
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KRITSKI, A. L.; FILHO, P. P. G.; SILVA, C. R. M. Ambientes climatizados, portaria 3.523 de 28/8/98 do Ministério da Saúde e padrões de qualidade do ar de interiores do Brasil. J. Pneumologia. 26(5): 2000.
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