ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DE EXTRAÇÃO ARTESANAL DE ÓLEO DE COPAÍBA EM COMUNIDADES DO ESTADO DO ACRE

AUTORES: SILVA, D. A. L. (UFPA) ; CORREA, A. P. P. (UFPA) ; SANTANA, M. F. S. (UFPA) ; SOARES, N. L. (UEPA) ; FERNANDES, G. K. O. (UFPA)

RESUMO: O óleo da copaíba pode ser utilizado como matéria-prima para fabricação de vernizes, fixada, perfumes, lascas, tintas, combustível, antiinflamatório, anticancerígeno, cicatrizante infeções tetânicas. Para a verificação da qualidade do óleo de copaíba, realizou-se os seguintes parâmetros: umidade, densidade, índice de acidez, índice de refração e índice de saponificação, tais resultados mostram que a umidade pode influenciar quanto a pureza da amostra e que seu índice de acidez pode influenciar quando a amostra esta em decomposição, devido fatores como aquecimento ou contato com a luz solar. O índice de refração foi próximo um dos outros mantendo uma média 1,5013, índices de refração alto conclui-se que a amostra esta sofrendo aumento de cadeia e insaturações em sua molécula.

PALAVRAS CHAVES: óleo, copaíba, qualidade

INTRODUÇÃO: A copaíba é uma essência florestal que vem sendo frequentemente explorada nas florestas amazônicas. No Brasil, as árvores são conhecidas como copaíba, copaibeira, pau-de-óleo, copaúva, copai, copaibarana, copaibo, copal, marimari e bálsamo dos jesuítas, e o óleo é chamado de óleo de copaíba ou bálsamo. Chegam a viver cerca de 400 anos, atingem altura entre 25 e 40 metros, diâmetro entre 0,4 e 4 metros, possuem casca aromática, folhagem densa, flores pequenas e frutos secos, do tipo vagem. As sementes são pretas e ovóides com um arilo amarelo rico em lipídios (Alencar, 1982; Lorenzi, 1992; Xena & Berry, 1998). O óleo-resina pode ser obtido através da perfuração no tronco da copaibeira (Veiga Junior & Pinto, 2002; Cascon, 2004). A extração artesanal do óleo de copaíba é semelhante ao da extração de borracha, é o chamado método do arrocho, que consiste em selar o tronco, abaixo das incisões, com embiras e cipós e coletar o óleo da árvore até o seu esgotamento.O óleo da copaíba pode ser utilizado como matéria-prima para fabricação de vernizes, fixada, perfumes, lascas, tintas, combustível, antiinflamatório, anticancerígeno, cicatrizante infeções tetânicas O objetivo do trabalho foi a caracterização físico-química do óleo de copaíba extraído artesanalmente em comunidades do Estado do Acre, além de avaliar a qualidade do óleo extraído de acordo com os resultados obtidos.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram coletadas no período de março a novembro de 2009 em comunidades localizadas no Estado do Acre, levando-se em consideração a forma artesanal de extração do óleo de copaíba.
Para a verificação da qualidade do óleo de copaíba, foram realizados os seguintes parâmetros: umidade, densidade, índice de acidez, índice de refração e índice de saponificação, descrito por Manual do Instituto Adolfo Lutz (2004).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Primeiramente realizou-se o ensaio de umidade relativa nos óleos, os valores variaram de 49,65% a 77,64% com média de umidade em 62,88%. O resultado está relacionado à prática da extração do óleo de copaíba, de forma artesanal, ser muito trabalhosa e demorada, e isso faz com que haja absorção da umidade pelo contato com o ar atmosférico. Em seguida realizou-se a determinação da densidade estando os valores encontrados entre 0,9191 g.cm3 e 0,9912 g.cm3, para a média das análises o valor calculado foi 0,9589 g.cm3. Um parâmetro importante realizado foi a determinação do índice de acidez, que está muito relacionado com a conservação do óleo, matéria-prima e seu processo de refinamento, para os índice de acidez verificou-se valores entre 24,87 mg KOH/g – 48,77 mg KOH/g, com média de 34,17 mg KOH/g. Com o refratômetro Abbé realizou-se a leitura do índice de refração que é característico para cada tipo de óleo, os valores mantiveram-se próximos e variando apenas nas duas ultimas casas decimais 1,5023 – 1,5081, apresentando uma média de 1,5053, onde índices de refração altos estão diretamente relacionados com o aumento de cadeia e insaturações nas molécula do óleo de copaíba. O ultimo parâmetro realizado foi o do índice de saponificação que variou entre 17, 27 mg KOH/g – 68, 71 mg KOH/g, índices de saponificação alto índica maiores finalidades alimentícias, as amostra mantiveram uma média de 38,44 mg KOH/g, um valor considerado baixo e por isso não recomendado para fins alimentares.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos nas análises mostraram que as amostras do óleo de copaíba apresentaram variações nos seus padrões físico-químicos e, no geral, os mesmos também variaram bastante entre sí. Foi observado nos resultados que a umidade pode influenciar na pureza da amostra e que o índice de acidez pode influenciar no nível de decomposição do óleo de copaíba, devido a fatores como aquecimento e contato com a luz solar. Este trabalho pôde caracterizar os óleos de copaíba e servir como referência de dados para futuros trabalhos e pesquisas realizadas baseados em óleos de copaíba.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALENCAR, J. da C. Estudos Sivilculturais de uma População Natural de Copaifera multijuga Hayne - Leguminosae, na Amazônia Central. 2-Produção de Óleo-Resina. Manaus-AM. Acta Amazonica. nº12 (1) 1982p.75-89.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1992. 382p.
XENA, N.; BERRY, P.E. Copaifera L. In: STEYERMARK, J.A. et al. Flora of the Venezuelan Guyana. Missouri: Botanical Garden Press, 1998. p.45-7.
VEIGA JUNIOR, V.F.; PINTO, A.C. O Gênero Copaifera L. Química nova, v.25, n.2, p.273-86, 2002.
CASCON, V. Copaíba - Copaifera spp. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004. 480p.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: Editora IAL 2004.