ÁREA: Ambiental

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTE DE UM CONDOMÍNIO DE CLASSE MÉDIA ALTA DO BAIRRO DE JACAREPAGUÁ NO RIO DE JANEIRO-RJ.

AUTORES: QUEIROZ. R.M.M (IFRJ) ; OLIVEIRA.P.P (IFRJ) ; BAÊS. R.F (IFRJ) ; BRITO. R.C (IFRJ) ; MOTTA. C.R (IFRJ) ; VIEIRA. H.L (IFRJ) ; PINTO, K. G. A. (IFRJ) ; ALMADA. R.B (IFRJ) ; MARTINS; D.S (IFRJ)

RESUMO: Dentre os problemas gerados pelo crescimento populacional, destaca-se, no cenário atual, os problemas ambientais deste aumento exagerado da população, por exemplo do bairro de Jacarepaguá. Atualmente, nesta área da cidade existem condomínios fechados que gozam de sistema de coleta e tratamento de esgoto interna. Desde o início da ocupação do bairro, houve problemas com a destinação do esgoto, onde estes, muitas vezes, são despejados, diretamente, em corpos hídricos receptores. Para minimizar os problemas decorrentes desta ação é dever dos condomínios particulares construírem estações de tratamento de esgoto, a fim de mantê-lo em condições ideais para que seja despejado no corpo hídrico com o menor impacto possível. Este trabalho avaliou as condições do efluente de um destes condomínios.

PALAVRAS CHAVES: crescimento populacional, análises físico-químicas e microbiológicas, ete

INTRODUÇÃO: O aumento desordenado das cidades tornou-se muito comum devido ao rápido crescimento populacional e a inabilidade de absorver a explosão demográfica de modo a garantir a qualidade de vida a todos. Na cidade do Rio de Janeiro, juntamente com o crescimento da população, veio à necessidade de ocupação de novas áreas distantes do centro, as quais, anteriormente não eram habitadas por serem afastadas do centro econômico/financeiro da cidade. A área da zona oeste do Rio de Janeiro,onde localiza-se o bairro de Jacarepaguá é um exemplo de área em expansão que começou a sofrer intensa migração e crescimento desordenado. Atualmente, residem moradores de todas as classes sociais, entre as quais existe uma grande diferença do modo de vida onde os moradores de condomínios fechados gozam de sistema de coleta de esgoto interna. Porém, sabe-se que nem sempre esse esgoto é devidamente tratado e lançado em corpos receptores. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar as condições do efluente de uma estação de tratamento de um destes condomínios, a fim de verificar se apresenta adequação aos limites exigidos por lei e, conseqüentemente, se poderia ou não estar sendo descartado no Rio Arroio Pavuna. O condomínio possui uma estação de tratamento de esgoto por lodos ativados com aeração prolongada, tendo como estimativa para remoção de DBO 85% – 95%.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia utilizada para realização das análises físico-químicas foram baseadas em conceitos teórico-práticos do APHA (1999)(1), realizando-se análises físico-químicas como determinação de DBO, DQO, turbidez, nitrogênio, fosfato, MBAS. Além destas foram realizadas análises microbiológicas de quantificação de coliformes fecais e totais (NMP), quantificação de unidades formadoras de colônias (UFC), detecção de possíveis protozoários e estudo do formato de bactérias (através de observação ao microscópio), baseadas em conceitos do manual prático de análises de águas da FUNASA (3). Foram coletadas para estudo três amostras fortuitas, tendo como horários de coleta 9h, 10h e 14h, respectivamente. Além destas foram realizadas três amostragens compostas, tendo estas um período de 5h (9h às 13h).



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos nas análises físico-químicas realizadas estão dispostos na tabela 1:

Observa-se na Tabela 1 o não atendimento à legislação atual(2) para alguns valores de parâmetro de qualidade do efluente. Este resultado compromete não somente a biota aquática local, como também a utilização deste corpo hídrico para demais atividades e aumenta a probabilidade de ocorrência de casos de doenças transmitidas por veiculação hídrica.

Foi observado, a partir dos resultados obtidos nas análises microbiológicas (tabela 2), que este efluente apresenta uma considerável presença de bactérias, principalmente coliformes totais e fecais. Isto, portanto, pode inferir num desequilíbrio das condições naturais do corpo hídrico, devido à alta concentração de microrganismos, possivelmente patogênicos.

Com as análises ao microscópio, notou-se concorrentemente a presença de flocos de lodo ativado provenientes da ETE, estando presentes neste floco protozoários e bactérias. Tal fato indica que a ETE, provavelmente, está recebendo um volume de esgoto superior à sua capacidade, contribuindo para a ineficiência do tratamento. Foi também evidenciada a presença de fungos.





CONCLUSÕES: Ocasionalmente, o tratamento da ETE do referido condomínio em estudo não se mostra muito eficaz, tendo em vista a não conformidade com alguns dos padrões de qualidade de lançamentos exigidos pela legislação atual(2). A partir disto pode-se afirmar que a baixa qualidade do corpo hídrico deve-se, predominantemente, ao despejo de efluentes domésticos com tratamento pouco eficiente, advindos de condomínios de classe média, comunidades ribeirinhas que efetivamente lançam o esgoto “in natura” e, ainda àqueles oriundos de alguns setores produtivos.

AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ-campus Nilópolis pelo apoio à pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: (1) APHA, AWWA; Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20st, Centennial Edition, Washington, 1998.

(2) BRASIL. Secretaria de meio ambiente. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA. NT-202. R-10, de 1986, Dispõe sobre critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos. Rio de Janeiro, 1986.

(3) FUNASA – Manual prático de análise de águas. 1 ed. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde 2004.