ÁREA: Ambiental

TÍTULO: IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DESINFESTANTES

AUTORES: SAVOY, V.L.T. (IB-APTA) ; PAPINI, S. (COVISA-PMSP) ; PRISCO, R.C.B. (IB-APTA)

RESUMO: RESUMO: Poucas são as informações sobre a qualidade dos produtos utilizados rotineiramente no controle de pragas e vetores. Devido a isso, com o objetivo de gerar dados, efetuou-se o controle da qualidade químico e físico de desinfestantes utilizados na cidade de São Paulo. A comprovação do teor de ativo em inseticidas e raticidas de diferentes grupos químicos foi efetuada por cromatografia e suas formulações avaliadas conforme normas da ABNT. Os ativos analisados apresentaram resultados de acordo com as concentrações declaradas e a formulação pó de contato apresentou resultado em desacordo no teste de mobilidade. Os dados obtidos confirmaram a qualidade dos desinfestantes utilizados no controle químico da fauna sinantrópica contribuindo na sua eficácia e na proteção do meio ambiente.

PALAVRAS CHAVES: controle químico, pragas e vetores, qualidade

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Os inseticidas e rodenticidas auxiliam no controle dos vetores de doenças que comprometem a saúde humana e de animais domésticos. Inseticidas são produtos desinfestantes destinados à aplicação em domicílios e suas áreas comuns, no interior de instalações, edifícios públicos ou coletivos e ambientes afins para controle de insetos e outros animais incômodos e nocivos à saúde e os raticidas são definidos como produtos desinfestantes destinados à aplicação em domicílios e suas áreas comuns, no interior de instalações, edifícios públicos ou coletivos e ambientes afins para controle de roedores (BRASIL, 2003). Dentre os inseticidas, os mais utilizados pertencem à classe dos piretróides sintéticos para controle de baratas, Culex, etc., e os do grupo dos organofosforados são utilizados em campanhas de saúde pública para controle do Aedes aegypti, sendo que o controle das populações de roedores é feito atualmente com o uso de rodenticidas cumarínicos. Estes compostos são apresentados comercialmente em formulações e concentrações variadas, para serem usadas de acordo com o organismo alvo e o local de aplicação. Logo, existe a preocupação com a qualidade destes produtos para que estes sejam eficientes e apresentem os resultados esperados, pois seu uso pode gerar impactos sobre o operacional responsável pela aplicação, a população e o meio ambiente. O Laboratório de Química Ambiental atualmente vem desenvolvendo pesquisas com enfoque na qualidade dos desinfestantes, uma vez que há poucas informações sobre esses produtos para uso em áreas urbanas. Este trabalho avaliou a qualidade de alguns inseticidas e rodenticidas utilizados em áreas urbanas objetivando fornecer dados que contribuam à saúde pública e ao meio ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados os ingredientes ativos (i.a) e formulações dos inseticidas: betaciflutrina 1,25% suspensão concentrada (SC), lambdacialotrina 2,5% (SC), lambdacialotrina 5% concentrado emulsionável (CE), deltametrina 20g/L emulsão aquosa, propoxur 20% (CE), sulfluramida 1% gel, temefós 500 (CE), temefós 1%m/m granulado (GR), DDVP 1000g/L (CE) e triflumoron 480g/L (SC). Também foram avaliados os i.a. e formulações dos rodenticidas: varfarina 1% pó de contato (PC), cumatetralila 0,005% (PC), bromadiolona 0,005% isca peletizada (PB), bromadiolona 0,005% isca parafinada (BB), brodifacum 0,005% (PB) e brodifacum 0,005% (BB). A detecção e quantificação dos ingredientes ativos foram determinadas por técnicas cromatográficas, com padronização externa, em cromatógrafo a gás Varian modelo 3400, com detetor de ionização de chama, coluna SE 30 e em cromatógrafo líquido DIONEX, detetor UV-visível, coluna RP 18, levando-se em consideração as particularidades de cada ativo. Os métodos analíticos e padrões analíticos com pureza conhecida e certificada foram cedidos por empresas fabricantes e/ou registrantes dos produtos comerciais em estudo. Os ensaios aplicados às formulações estudadas foram baseados em metodologias das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e avaliaram as características físicas de suspensibilidade para as formulações tipo SC, estabilidade da emulsão em CE, mobilidade em PC, solubilidade em água em concentrado solúvel, teor de pó para GR e de mobilidade em formulações tipo pó de contato.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que todos os produtos analisados apresentaram o teor de ingrediente ativo de acordo com a concentração declarada. Os ensaios físico-químicos apresentaram concordâncias com os limites estabelecidos pelas normas ABNT, a saber: mínimo de 60%m/m no ensaio de suspensibilidade para suspensões concentradas; máximo de 1mL de creme e ausência de água e óleo e formação de separação de fases para estabilidade da emulsão em concentrados emulsionáveis; máximo de 5%m/m para teor de pó para granulados e solúvel em água a 30C para concentrado solúvel. Das formulações estudadas apenas a formulação tipo pó de contato apresentou resultado em desacordo com o limite máximo permitido de 12 partes de areia para o ensaio de mobilidade. A qualidade das formulações de desinfestantes deve ser garantida, pois uma formulação elaborada erroneamente, além de acusar danos aos equipamentos de aplicação (GARRIDO, 2003), pode resultar na aplicação de dosagens fora de especificação contribuindo para o aumento do custo no trabalho, uma vez detectada a necessidade de uma nova aplicação, ou tão forte que possa despertar a resistência nos organismos alvos e também comprometer a proteção da saúde pública e do meio ambiente.

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Os resultados obtidos serão utilizados para auxiliar na geração de dados que fornecerão subsídios na elaboração de normas junto à Comissão de Estudos de Desinfestantes da ABNT garantindo a boa qualidade dos inseticidas e raticidas comercializados para que o serviço prestado à população seja eficiente e minimize os impactos ambientais e sanitários negativos decorrentes da atividade do controle químico de animais sinantrópicos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GARRIDO, L.,R.; EMBRAPA-Tecnologia de aplicação de agrotóxicos, janeiro de 2003.